sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Marrakech, 19/12/2013
2:21
De La Palmeraie (artigo de Ronan Júnior, que está no Marrocos)

Torcida

A lua cheia vista entre os ramos das palmeiras dá o tom e o charme ao deserto do Marrocos. Deste cenário, sem voz, me atrevo a escrever sobre o Clube Atlético Mineiro. Muito já se escreveu e mais ainda se falou sobre o Galo. Mas assim como na poesia e na música, nunca haverá palavra suficiente o bastante para descrever las coisas envolvidas com o amor. Prossigo.
Há algo de diferente no torcedor do Atlético Mineiro que o diferencia das torcidas do Cruzeiro, América, Raja Casablanca ou qualquer outro time. Não há uma definição. Escritor houve que afirmou ser a torcida atleticana aquela que acredita no improvável; o torcedor se acha doido, e os jogadores são só elogios à massa.
Embora qualquer torcida de futebol tenha semelhanças e diferenças, há algo de diferente no torcedor do Galo. Hoje eu senti isso. Antes da partida, a torcida alvinegra se tornou atração turística do Marrocos, fazendo a alegria até mesmo do mais sereno fervoroso muçulmano e dando um show de gentilezas. Na derrota, a torcida, unida, pacífica, em improvável grandiosa harmonia com a torcida rival. Cenas de solidariedade na volta para a casa (ps para a família Mohamed), companheirismo ao oferecer o ombro ao amigo decepcionado sentado ao chão do estádio.
Esta torcida entende o jogo. Conhece as regras, artimanhas, estratégias, pontos fortes e fracos de seus jogadores, das estatísticas. E sabe que hoje em dia o coração na ponta da chuteira continua a ser o diferencial dos campeões. Ela sabe dos grandes equívocos do seu presidente, dos vacilos imperdoáveis de seu técnico e do corpo mole dos jogadores.
Contudo, a maior fonte de alegria da torcida não está no time, mas na própria torcida. Este é o diferencial. É a força da torcida o maior patrimônio do clube. Para conquistar um título, muda-se o treinador, entra e sai presidente, forma-se e aproveita-se jogador de base, compra outros tantos, e pronto. Se a receita der certo e houver motivação dos jogadores, sucesso. E quando isso não acontece, percebe-se - há algo de diferente no torcedor do Galo.
Todos os atores para além da torcida são passageiros no clube. A torcida não. E ela sabe disto e aproveita todas as jornadas de seu time em elevado grau de auto-suficiência. É assim no Horto, foi assim no Mineirão, sempre foi e será uma festa o ir e vir do atleticano ao estádio. Somos felizes.

Custou-me a compreender isto. Mas é assim no Galo, o mais importante é a sua torcida. Aquela música "Galo forte e vingador" é o hino do time. O da torcida é "Vou festejar", de Beth Carvalho. Pare um minuto e vá escutar essa música.. A torcida fez sua parte em Marrakech, deu show. O resto é notícia de jornal e de tevê,  papel e pessoas passageiras. Valeu massa! Vocês emocionaram o Marrocos. 

Um comentário:

  1. Melaine, mais uma vez você se esconde e utiliza um texto de um torcedor para expressar a sua própria opinião. Na hora em que o lia achei que o texto era seu. Apenas depois de rir muito, vi que é de outra franguinha rosinha. WALMIR CHAVES
    Quanta baboseira, quanta ilusão. Quanto blá-blá-blá. É fácil ver que a "paixão" das frangas rosinhas é resultado de 42 anos de abstinência, misturada com a inveja se querer que o timeco fosse igual ao Cruzeiro. O resto é cacarejo para iludir ainda mais as frangas.

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