Padrão
Fifa, nota zero
Os
alemães, mexicanos, chineses, brasileiros e árabes que foram aos estádios
de Agadir e Marrakech, no Mundial de Clubes em Marrocos, deram nota
zero para o padrão Fifa. A decepção foi grande. A começar pela compra
dos ingressos. O sistema estava sempre fora do ar, dando oportunidade
para que pessoas aproveitassem da ingenuidade de outras e obtivessem
informações pessoais para que pudessem futuramente usar em falcatruas.
Depois da compra dos bilhetes, pela internet, para muitos com
até dez dias fora do prazo estabelecido, veio o outro problema. Aliás,
um drama. A retirada dos bilhetes nos postos credenciados. Novamente
o sistema estava fora do ar, provocando filas enormes. Em outros
locais, nem isso. Uma aviso informando que o posto não estava funcionando,
obrigando muitos a ficarem rodando pelos pontos a procura do tão
sonhado bilhete.
Não
tinha como o torcedor deixar de ficar revoltado, xingando muito, porque
algumas filas duraram até três horas, sempre aumentando o custo para
os turistas. Finalmente, de posse do ingresso, quando se imaginava
que já não haveria mais problemas, o pior estava poracontecer
nos estádios. Até as proximidades, nenhuma dificuldade: trânsito
normal para um fluxo maior. Mas quando o padrão Fifa entrou em
ação foi uma lástima. Muito do que vimos no Brasil na Copa das Confederações.
Em Marrocos, ainda pior, porque os ingressos foram vendidos
com numeração e divididos por duas categorias (um e dois), o que
na prática não representou absolutamente nada. Quem chegou mais cedo
ocupou os melhores lugares. Não havia numeração nas cadeiras. Por este
motivo a torcida do Atlético ficou espalhada por todo o estádio.
Foram
formadas filas enormes para o acesso, limitado a dois portões para
os torcedores, o que provocou muito tumulto. As autoridades e delegações
entraram pelo hall, sem qualquer problema. Se o torcedor gastou
50 minutos para chegar próximo ao estádio, claro que houve
exceções,
o tempo foi ainda maior para se achar um local onde pudesse se
assentar. Foi praticamente impossível comprar algum lanche no estádio.
Nos bares havia no máximo duas pessoas para atendimento. Era necessário
fazer uma opção: ver o jogo ou perder parte dele para comprar
um simples sanduíche ou um refrigerante. Bebidas alcoólica é assunto
proibido.
Para
deixar o estádio, depois dos jogos, outro drama. Exceto para as autoridades
da Fifa e do país, todas com batedores para liberar o trânsito,
os torcedores ficaram uma hora ao redor do estádio, saídas
também apenas por dois portões, sem que houvesse qualquer movimentação
no trânsito. Depois foram mais duas horas até o local de destino.
A reclamação não foi apenas dos visitantes. Os árabes também não
gostaram. Não esperavam tanto sofrimento por causa de uma partida de
futebol.
Mas um detalhe chamou a atenção: o policiamento nas três vias
de acesso: a cada 300 metros, três policiais, em cada ponto da pista
(no meio e nas laterais), para acompanhar a movimentação das pessoas.
Num país que pune as irregulares é importante ter este policiamento
ostensivo. Não se age por ouvir falar. Estão presentes ao ato.