terça-feira, 30 de junho de 2015

Atlético vende Guilherme e Jô



O Atlético acertou hoje (30-06) a venda de dois de seus principais jogadores, campeões da Copa Libertadores de 2013.  Guilherme para o Cruz Azul, do México, com quem o clube vinha negociando há algum tempo e ainda Jô para o Al-Shabab Al Arabi Club, dos Emirados Arabes. Os valores da venda do centro avante não foram revelados. Vai jogar no time comandado por Caio Júnior. Desde a Copa do Mundo de 2014 o Atlético tentava fechar uma negociação e não obtinha sucesso. Ele chegou a ser vendido, acerto verbal, antes do Mundial, para o Borussia Dortmund, da Alemanha por 15 milhões de Euros. O Corinthians ficou feliz, porque receberia R$2 milhões como formador do atleta, mas o fracasso do Brasil e, principalmente, dos atacantes, mudaram o rumo das negociações.  O artilheiro entrou num inferno astral. Tanto que fez apenas mais um gol com a camisa do Galo.

Já Guilherme desmentiu depois da vitória por 1 a 0 para o Joinville que estava sendo vendido. A verdade é que a negociação estava praticamente concluída e hoje os mexicanos bateram o martelo, pagando ao Atlético a multa de US$ 750 mil. Guilherme ficou cinco anos no Galo. Inicialmente foi muito criticado pelos torcedores, mas a partir da Libertadores mostrou o seu valor. Domingo, os 55 mil torcedores que estavam no estádio pediram sua presença na equipe, ainda no primeiro tempo. Jogou os 20minutos finais e fez o que sabe: lançamentos precisos, que não foram aproveitados. Para o lugar de Jô não haverá problemas, porque o time está muito bem servido com o futebol do argentino Pratto.
               

O sucesso do Chile pressiona o Brasil



                         
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                         Vargas marcou duas vezes e agora é o artilheiro da Copa América, com quatro gols
O Chile venceu o Peru por 2 a 1, bom jogo, ontem (29-06), em Santiago e chegou a finalíssima da Copa América, com plenas condições para conquistar um título inédito no próximo domingo. É a melhor Seleção da competição desde a primeira rodada. Há algum tempo os chilenos estão crescendo no comando de Jorge Sampaoli, que sabe fazer com que seus jogadores tenham um rendimento técnico bem em cima da capacidade técnica. Vestem a camisa da Seleção com disposição. Um outro espírito em relação aos brasileiros e o produto final não poderia ser nada melhor, mesmo sem tanta arte e brilho. É o futebol competitivo. De solidariedade e que faz o coletivo fluir naturalmente.
                         
No Mundial de 2014, o Chile já deu demonstrações do crescimento técnico. Em qualquer outro País e pior ainda em sua casa, com certeza, o Brasil não teria vencido, depois de 1 a 1 no tempo normal e vitória nos pênaltis.  O que mais chama à atenção é o fato de que evoluindo desta forma, em termos de Seleção e não ainda de clubes, porque os mais tradicionais não conseguem cravar grandes conquistas nas disputas continentais (apenas o Colo Colo tem um título da Copa Libertadores), o Chile pressiona o Brasil. Caminha naturalmente para garantir uma vaga nas Eliminatórias.  Também com o passaporte carimbado vejo a Argentina. Neste caso, sobrariam duas vagas para Brasil, Colômbia, Paraguai e Uruguai. Realmente há um temor. Se continuarmos jogando desta forma pela primeira vez o Brasil ficará de fora de um Mundial. Não podemos esquecer de que há ainda o Peru chegando. Foi bem contra o Brasil, mesmo tendo perdido por 2 a 1 e exigiu muito do Chile, jogando com dez. 
                              

Vejam bem: o futebol mudou. Aqueles 7 a 1 contra a Alemanha mostram que o Brasil já era e vamos seguir batendo palmas para nossos adversários. Não é o caso do Chile que faz sua festa com autoridade. Abriu sua casa e chamou os adversários para bailar. São os chilenos que ditam o ritmo. Aprendeu Brasil?. Eles não vão para um dos cantos do campo, deixando o meio do salão para que o adversário faça seu show.

Reforço cruzeirense
O Cruzeiro contratou o atacante Marinho, do Ceará.  Não é nenhum reforço. Apenas mais uma aposta. Veja se o currículo dele, já com 25 anos, se podemos aguardar um futebol diferenciado, como necessita o time celeste: Fluminense, Internacional, Caxias, Paraná, Goiás,  Ituano e Náutico. Foram sete clubes. Por que não ficou em nenhum deles, especialmente os dois primeiros?
                                                           
Aguenta Dunga
A CBF deu a palavra de que Dunga segue em frente. Espertamente o técnico faz declarações para tentar não aprofundarmos em mais um vexame e levarmos o foco para o futuro, ao garantir que Eliminatórias e Mundial e que serão importantes. Mas velhos e respeitados jogadores, como Carlos Alberto, Zico, Rivelino, Romário, Ronaldo Fenômeno, Júnior e outros estão abrindo a boca. Querem a queda. Argumentam que Dunga nem deveria estar no comando.  A questão, se não formos buscar no exterior a solução, colocar quem em seu lugar?

domingo, 28 de junho de 2015

O Galo sobe e o Cruzeiro desce





                                 
                                Leonardo Silva foi o autor do gol da vitória, o21º pelo Galo
Na gangorra do Campeonato Brasileiro, com muitos sobe e desce na classificação, principalmente na parte de cima da tabela, mesmo o Sport permanecendo como líder, o destaque fica para o Galo, que subiu para a vice-liderança.  Tudo graças às duas vitórias seguidas (Flamengo e Joinville), mas ainda não foi com aquele futebol que preenche as expectativas. Jogou pelo gasto para vencer os catarinenses, no Mineirão. Esperava-se uma aplicação de 100%, porque no Campeonato Brasileiro todos os jogos, independente dos adversários, são decisivos. Valem o título. Mas a manhã de hoje (28-06) quebrou esta regra. Foi muito frio em certos momentos, graças também a boa marcação do Joinville, que apenas defendia. Fechou todo atrás e não deu espaços. O torcedor que levou muita empolgação e lotou o estádio acredita que contra o Coritiba a dose será com espírito que impressiona: garra, determinação e muita velocidade. 
                           
Já o Cruzeiro, até levar o gol (derrota por 1 a 0), agradou com boa marcação, dando poucos espaços e ainda aproveitando as laterais, com avançadas que davam a impressão de que seria uma tarde de vitória. Mas aos poucos o fraco Coritiba foi se impondo, melhorou o combate e, ainda, soube jogar pelos flancos. Seu gol foi um cruzamento perfeito. A partir daí Luxemburgo tentou mudar, com a entrada de Henrique Dourado e de Joel, mas não deu resultado. Ficou claro que o técnico terá muito trabalho. Duas derrotas seguidas são complicadas para qualquer equipe, especialmente quando o técnico acaba de chegar e espera-se que ele seja a solução. Sabemos que há limites. Contudo, pelo nível do futebol brasileiro, quem tem um olho (Luxemburgo tem dois) podem colocar seu time aonde o torcedor deseja. Pelo menos para não sofrer tantas humilhações. A próxima partida, contra o Grêmio, em Porto Alegre, está desenhada para ser com sofrimento para os celestes.

Espetacular Egídio
                     
O ex-lateral do Cruzeiro, Egídio, deu um show ontem na goelada do Palmeiras por 4 a 0 sobre o São Paulo. Participou dos lances dos gols, com assistências precisas, mas o que mais entusiasmou os palmeirenses foi à postura do time. Taticamente muito acima do rival e ganhou com sobra merecidamente. Efeito Marcelo Oliveira. Uma semana treinando em Atibaia deu os primeiros resultados.

sábado, 27 de junho de 2015

Brasil eliminado. O que você esperava?



O Brasil está fora da Copa América, eliminado pelo Paraguai hoje (27-06), nas quartas de final, no Chile. Alguns torcedores estão decepcionados. Acreditavam que a Seleção chegaria na finalíssima ou pelo menos nas semifinais para fazer aquele duelo emocionalmente contra os argentinos, mas a realidade é outra. Nosso futebol é de uma pobreza tal que qualquer adversário pode investir para ser o vitorioso. Peru, Colômbia, Venezuela, vejam bem, Venezuela, entraram contra o Brasil jogando conscientes pelos resultados positivos. Apenas os colombianos alcançaram o objetivo, enquanto o Paraguai nos eliminou na decisão por pênaltis. Foram mais competentes nas penalidades. É a qualidade também em jogo, num momento decisivo, com aquela dose de sorte.
                           
Não podemos esperar mais do que isso, como previu um ex-membro da comissão técnica em 2014, que alertou e eu destaquei aqui mais de duas vezes: “Vamos ter problemas graves em competições oficiais, por falta da qualidade”. Robinho até que deu o aviso hoje, depois da eliminação: “Vamos precisar melhorar muito para que os problemas não sejam maiores nas Eliminatórias”. Outro alerta que há algum tempo estamos assinalando, porque nossos adversários não evoluíram, mas o Brasil está estacionado e, ainda, desmoralizado por um7 a 1, em sua casa, em um Mundial. Um trauma que vamos levar tempo para eliminar. Anos e anos se seguirmos nesta mesmice.

                     
Não sou tão pessimista, porque vejo que ainda temos alguma qualidade. Na técnica não estamos devendo nada para nossos correntes sul-americanos. Não temos os grandes talentos, mas quem tem melhor do que a gente? Vejo apenas a Argentina, com Messi e Di Maria. A questão é que nos falta o jogo coletivo e este é um detalhe que faz a diferença. Nossos técnicos também pararam no tempo. Mas nosso comandante Dunga não cai na real: “Vamos crescer jogo a jogo. Os problemas na Copa América foram em função da perda de jogadores importantes. Não usamos tanto a velocidade necessária”. Só ele acredita no seu pensamento. Apenas um jogador fez falta: Neymar. Os demais são do mesmo nível dos usados na competição.  Infelizmente é o que temos.   

Alex, hora para aplaudir um dos últimos gênios



No jornalismo buscamos adjetivos para exaltar nossos ídolos. Os gênios da bola, os mitos, os talentos. Até exageramos ao chama-los de deuses da bola. Nem tanto porque Nosso Criador não entra em campo. Apenas determina que alguns dos homens praticantes do jogo sejam diferenciados numa arte em que os brasileiros continuam inigualáveis. Nossa ginga, nosso malabarismo, nosso toque. Eles tentam (digo europeus e outros habitantes da terra) aproximar. Porém, como a gente jamais.  Uso tudo isso para florear um dos maiores talentos que vi em ação: Alex.  Hoje o Cruzeiro, de uma forma maravilhosa, em que temos de destacar o marketing celeste, promove o seu jogo de despedida no Mineirão. Então aproveite e vá lá e dê o seu aplauso. Só vê-lo dar um toque, claro que não mais com aquela plenitude dos tempos de atleta profissional, mas com a mesma genialidade. Vale a pena.

Tive o privilégio de conviver com Alex nos tempos magistrais do Cruzeiro de 2003. É um daqueles que são grandes dentro e fora de campo. Seus testemunhos são de um homem que os semelhantes deveriam seguir como exemplo. Sua obra é maravilhosa. Não só nas promessas, mas palavras e no mundo das vaidades. Ele comandou uma geração. Jamais ouvimos um técnico a criticá-lo por tal comportamento; um companheiro, um simples funcionário do clube. Um jornalista com quem tinha os contatos diários. Sabia receber os elogios e as criticas. Tanto que na sua festa de despedida do Cruzeiro, numa casa de festa, em Belo Horizonte, em 2004, fez questão da presença da imprensa, com uma recomendação: “Vocês fazem parte de minha vida. Estejam ao meu lado. Será importante porque devo também a vocês por este momento” Quantos fizeram isso?

Hoje, então mais do que justo, que 60 mil pessoas estivessem no Mineirão para o seu Adeus com a camisa celeste. E se a capacidade do estádio fosse para os milhões de torcedores, que os cruzeirenses não perdessem este último ato. Não haverá outro.