terça-feira, 30 de setembro de 2014

Esporte busca o poder através das urnas



São muitos os candidatos do Esporte em busca do poder político. No próximo domingo, as urnas irão determinar se alguns atingirão os objetivos e poderão dar uma contribuição a mais ao Desporto, depois do sucesso nas quadras, pistas, piscinas e no Futebol. Em Minas, o Vôlei tem como candidato Giovane Gávio, ex-jogador da Seleção Brasileira, de Juiz de Fora, que disputa vaga na Câmara dos Deputados. Já Leila Barros, que também fez história na Seleção e pelo Minas Tênis Clube é candidata à deputada distrital em Brasília. Fábio Luiz, prata no Vôlei de Praia nos jogos Olímpicos de Pequim, na China e campeão mundial em 2005, em Berlim, na Alemanha, busca uma vaga na Assembleia Legislativa do Espirito Santo. Ele é nascido em Marataízes, sul do Estado.

A bancada da bola é forte, mais uma vez, em Minas Gerais, com o estreante, Gilvan de Pinho Tavares (PV), presidente do Cruzeiro; o ex-goleiro Raul Plassmann (PSC-MG), candidato a deputado federal. Há quatro anos ele foi candidato a deputado estadual no Paraná e perdeu. Buscando a reeleição em Minas, Marques Abreu (PDT), ídolo da torcida do Alético, como deputado estadual,  e novamente, João Leite, para a  Assembleia Legislativa.  Ainda ligados ao Esporte, podemos destacar o ex-secretário municipal de esportes, Bruno Miranda; o narrador Mário Henrique, o Caixa e, ainda, João Victor Xavier, repórter da Rádio Itatiaia, todos buscando a reeleição.

O craque Dirceu Lopes também tentou entrar na política, como candidato do PSDB, a Câmara Federal, mas cometeu o erro de filiar-se a dois partidos e a sua candidatura foi impugnada. Já o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, que chegou a colocar na cidade material de campanha, desistiu do pleito. Era candidato a deputado federal.

O Esporte pode ser fortalecido com as candidaturas de Romário, Marcelinho Carioca, Deley e outros ex-craques pelo País. A questão é que eles, melhor do que ninguém, sabem o que realmente o Esporte necessita, além de banir do meio os aproveitadores e corruptos.  O deputado federal Romário (PSB-RJ), artilheiro do Brasil no tetra, quer uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro; Bebeto (SD) se reeleger deputado estadual também pelo Rio. O ex-atacante do Corinthians, Marcelinho Carioca (PT-SP)  é candidato a deputado estadual; Washington (PDT-RS), ex-atacante do Fluminense, a deputado federal e enfrentará Danrlei (PSD-RS), ídolo da torcida do Grêmio (foi goleiro do Atlético) e deputado federal desde 2010.







segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Inter caça a Raposa


Exceto na disputa do primeiro lugar, em todas as outras posições há um equilíbrio que obriga as equipes a adotar uma nova postura. Todas estão jogando para frente, o que está sendo a garantia de bons jogos. Ainda não é o futebol de nossa capacidade, mas felizmente os jogos ruins, com os times jogando para não perder, foram banidos nas duas últimas rodadas. Ficou tão bom que com uma rodada pode mudar tudo na disputa pelas vagas da Copa Libertadores (caso um time brasileiro ganhe a Copa Sul-Americana serão três as vagas), para a Copa Sul-Americana e ainda o desespero na briga contra o rebaixamento. A cada jogo se acentua o drama para Coritiba, dos dois baianos - Vitória e Bahia - Palmeiras, Chapecoense, Botafogo, Criciúma e até o Flamengo, porque caso não vença os dois próximos jogos voltará para a zona de rebaixamento. O Figueirense está fugindo deste bloco.

O foco não pode deixar de ser o Cruzeiro. Caiu de produção no empate por 0 a 0 com o Sport (o segundo tempo não foi bom), mas é o único que sobra na classificação, com seis pontos de vantagem sobre o Internacional, seu próximo rival, no sábado, no Mineirão. A Raposa terá de jogar com inteligência, sem abrir tanto a porta, como aconteceu no clássico. Quem tem de arriscar é o time gaúcho. Será outro grande jogo. Realmente uma decisão. Vi a vitória do Inter por 4 a 2 sobre o Coritiba. Não convenceu muito, apesar de ter sido a terceira consecutiva, o que demonstra o estágio atual da equipe.  Não é o vice-líder por acaso. A torcida celeste terá de fazer mais uma vez a sua parte; também os escalados e ainda as opções de banco, porque tudo indica que será um desafio para ser definido nos detalhes.

O Atlético completou a quarta vitória consecutiva nos 2 a 0 sobre o Vitória. Caso fosse mais decisivo, o resultado teria sido alcançado com maior tranquilidade. Foi até dramático, porque os baianos jogaram bem e aproveitaram os contra-ataques. Só não conseguiram marcar porque Victor foi eficiente e ainda contou com a sorte. Também por falta de alguma competência do adversário. A qualidade tem de estar acima de tudo, como nos dois gols atleticanos. No primeiro, a arrancada brilhante de Tardelli, o toque de Josué e a conclusão perfeita do atacante. No segundo, a esperteza e visão do jovem Dodô. O cruzamento certo e a cabeçada de Guilherme. Amigos, são estas as jogadas que fazem a diferença. Não há bloqueio capaz de resistir. Nota dez para a aplicação dos atleticanos.

Opinião do torcedor

Nosso Atlético mais uma vez quebrou a sequência do perde ganha, emplacou 4 vitórias seguidas e 2 rodadas no G4. Analisando o que o jogadores comentam e que estamos vendo nos jogos é a garra e determinação com que jogam, aproveitando as diversas ausências por contusão, além da fase do Jô. Há de se destacar a determinação para busca do gol até o último instante, a postura dos volantes, sendo mais objetivos com a bola nos pés como meias, como pede o Futebol de hoje. Com a ausência do centro avante fixo e a espetacular movimentação de Dom Diego Tardelli, o time de Levir encaixou, vamos torcer para que seja de vez. Quem estava destoando não deve mais voltar ao time e finalmente resolvemos nosso problema da lateral esquerda com Douglas Santos.

Mauro Neves  





sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O dia em que Piazza foi mais cedo para o chuveiro


Os árbitros nunca foram tão pressionados no Futebol brasileiro, devido aos erros, a velocidade dos jogadores e ainda dos recursos eletrônicos das televisões que usam até  20 imagens para cada lance. Alguns árbitros se perderam principalmente depois que receberam as sugestões para que sigam na interpretação a regra do lance "mão na bola e bola na mão". Decisão da Fifa: só não vai ser falta ou pênalti quando o atleta estiver com os braços muito colados ao corpo. A CBF divulgou em seu site um vídeo explicativo sobre as novas orientações para os árbitros, principalmente a marcações de pênaltis. É preciso entender que não existe nova regra – a regra é exatamente a mesma – o que existe de novidade são as orientações da Fifa. 

Além desta nova questão, há as pressões dos dirigentes da arbitragem da CBF e do próprio presidente da entidade, José Maria Marin ao falar que não está satisfeito com o que está acontecendo e os jogadores aproveitaram da situação para os protestos, claro que com exageros, especialmente de Sheik. Ontem foi a vez de Richarlyson, do Vitória. Mas o pior ainda não foi mostrado pelas imagens: como os árbitros são pressionados dentro de campo pelos jogadores, desesperados por um bom resultado e às vezes entendendo que precisam da ajuda dos árbitros. Os árbitros falam abertamente: "os atletas do Flamengo são os que mais reclamam. Questionam, em todos os lances, com o argumento de que no jogo anterior, esta bola foi pênalti. Porque você não marcou?" E dai por diante. Por este motivo, os jogadores afirmam que jogando com a camisa do Corinthians, Flamengo, São Paulo e outros grandes, o peso da arbitragem é um. Com a dos pequenos, nem contam. Eles não enxergam nada. E  avisam a todo instante: “Toca a bola. Não foi nada”.

Em Minas, os antigos árbitros contam que o tricampeão mundial, Piazza, várias vezes campeão pelo Cruzeiro, onde jogou por 15 anos (os jogadores na época não trocavam tanto de clubes), não abria mão de dirigir os jogos para os árbitros. Era só a bola rolar para ele aproximar do árbitro e começar a tentar orientá-lo. Melhor, direcioná-lo.  Falava mais do que jogava: “Foi falta, foi impedimento, foi lateral, olha você não viu, mas aquele jogador ali está dizendo que você não apita nada. Dá o vermelho“.

Piazza usava seu verbo o jogo inteiro e alguns caiam em sua armadilha. O ex-árbitro Angelo Antônio Ferrari diz que o volante celeste era uma preocupação a mais para os árbitros, porque tirava a concentração deles. Ferrari então teve de tomar uma decisão, após um destes jogos: “Piazza, hoje você mais uma vez atrapalhou o meu trabalho, mas no próximo, se seguir deste jeito, na primeira vez que você abrir a boca será expulso. Não aguento mais”. Dito e feito. Como Ferrari era um dos que mais apitava, numa das rodadas seguintes do Campeonato Mineiro ele estava novamente dirigindo um dos jogos do Cruzeiro, com Piazza em campo. Foi só a bola rolar para o jogador colocar a língua para funcionar e o árbitro cumpriu a promessa: “Pode ir embora. Está expulso”. E tirou o cartão vermelho. Piazza reclamou: “Mas eu não fiz nada”. É o que sempre dizem. Agora, no caso da violência, um argumento sem validade, diante das imagens das câmeras, mas quando começarem a fazer a leitura labial (alguns tentam colocar a mão próximo da boca) preparem, porque vocês ficarão abismados com o que os árbitros ouvem. Hoje como antigamente, tudo igual.






Atlético vence e convence


Como é bom vencer um clássico. Mas não um qualquer, perdido na tabela. Uma partida com perspectivas de que seria um grande jogo, porque o Cruzeiro jogava como líder, invicto em seus domínios e simplesmente atropelando seus adversários. Já o Atlético tinha de vencer para quebrar o enigma de que na casa do rival não emplacava e finalmente mostrar um futebol que seu torcedor não tinha visto no ano. E já vamos concluir setembro. Então foram muitos momentos apenas de desejos e nada de ver um time convincente. Alcançou a vitória por 3 a 2, num grande jogo e ganhou força. Tanto que foi outro na vitória por 3 a 2 sobre o Santos, ontem, no Independência. Chegou pela primeira vez entre os quatros, num belo espetáculo de Futebol, porque os times jogaram abertos, procurando o gol e o Galo convenceu. O discurso de que vai brigar por uma das vagas para a Copa Libertadores  agora é real. Mostrou com convicção de que “Caiu no Horto tá morto”. Se seguir neste ritmo, e tem condições para tal, diante também da irregularidade dos demais concorrentes as quatro vagas da Libertadores (exceto o Cruzeiro), vai dar a alegria que seu torcedor tanto espera.

Mas que milagre é este de ver o time  jogando com segurança, mesmo levando dois gols?Além da confiança depois da vitória no clássico, a melhora da produção individual dos jogadores, atuando em velocidade de posse de bola. Claro que tudo aliado a sorte. No primeiro gol, Tardelli foi cruzar e marcou. No segundo teve a contribuição de Cicinho, fazendo contra. É aquele mesmo que em 2012, pela Ponte Preta, tirou o sono dos atleticanos, no empate por 2 a 2, no Horto. Naquela oportunidade, fez os dois gols da Macaca.  E, ainda, no terceiro, a esperteza de quem tem experiência e competência para tal: a falta cobrada rápida e a conclusão firme de Tardelli. O Galo criou situações para fazer pelo menos mais três em jogadas bem executadas. Detalhe: contra o Cruzeiro, jogou defendendo. Ontem foi ousado. Na frente, de posse da bola, foi imediatamente para o campo do adversário em lances rápidos.  Demonstra estar preparado para jogar como time pequeno e grande. O Santos jogou para vencer. Seu segundo tempo foi muito bom, com Lucas Lima deixando a melhor impressão. Ganhou o Futebol e mais ainda o torcedor, porque foi um grande jogo, sem marasmo, um com medo do outro, complicação de árbitro, violência e para fechar, os erros grotescos. A bola foi bem tratada.   






quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Oito pontos de vantagem: quem se habilita ameaçar?


A cada momento fica ainda mais fácil a caminhada para título pelo Cruzeiro. Agora são oito pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Internacional. Poucas vezes se pôde dizer que este ano não será igual aquele que passou. No caso do Cruzeiro, que nadou de braçada em 2013, sem concorrentes na luta pelo primeiro lugar – apenas o Botafogo de vez em quando ameaçou – 2014 segue para ser ainda mais fácil, porque seus rivais quebram a cabeça. Vejam o caso de dois concorrentes, São Paulo e Corinthians. Se eles conseguem entrar na briga pelo título dão os resultados desejados pela mídia nacional. É muito melhor falar deles do que de um representante mineiro, gaúcho, baiano, pernambucano etc. O melhor até é ser um carioca – Flamengo, de preferência. Não estou dizendo nenhuma novidade, mas é o que está escrito no Futebol.  A cada dez anos, eles abrem uma brecha para uma equipe que não faz parte do círculo. Mas, a partir de 2012, está mudando, porque naquele ano o Atlético por pouco não levou. Todos recordam do trabalho feito para frear as pretensões do alvinegro. Até mosaico a torcida fez para protestar pelos benefícios ao Fluminense; punições aos atleticanos, especialmente Ronaldinho Gaúcho; adiamento de jogo contra o Flamengo etc. Esquema armado e vergonhoso. Em 2013, o Cruzeiro entrou na luta pelo primeiro e não deu colher de chá. Em 2014, para felicidade da nação celeste e decepção dos demais, a dose é repetida em grande estilo. Sai de baixo, porque a Raposa só mira em uma direção: seu quarto título do Brasileiro. 

Depois de perder por 2 a 0 para o São Paulo, o goleiro Fábio disse que não era motivo para tanta preocupação, pela vantagem na pontuação celeste –  naquele dia caiu para quatro pontos e, ainda, pelo fato de saber que todos os times que desejavam chegar na luta pelo primeiro lugar, iriam tropeçar. Dito e feito. O São Paulo a partir daí, ganhou apenas um ponto dos nove pontos que disputou. O do empate de ontem contra o Flamengo por 2 a 2, com seu gol alcançado na bacia das almas. Realmente em cima da hora. O Corinthians também não foi lá estas coisas, com apenas quatro pontos nos nove disputados. Fluminense nem é bom mais colocar nesta lista. Destaque para o Internacional que ganhou sete pontos, depois de uma fase muito ruim, onde até o técnico Abel Braga  balançou, porque o time não engrenava. Podemos ainda citar o Grêmio nas mãos de Felipe, que vai somando seus pontos e subindo. Afinal, antes do complemento da 24ª rodada, chega pela primeira vez entre os quatro. Só que ainda há jogos e pode ser ainda superado.

O Cruzeiro foi o destaque ao vencer o Coritiba por 2 a 1, mostrando poder de reação, depois de perder o clássico para o Atlético por 3 a 2. Deu a resposta na medida exata, na soma dos três pontos e ainda pelo futebol apresentado. Do começo ao fim na proposta de jogo, marcação firme e consciente. Melhor ainda nas jogadas de velocidade para chegar ao gol. Numa noite de maior contundência dos atacantes, teria naturalmente alcançado uma goleada. E mais uma vez Marcelo Oliveira escalou bem. Muitas vezes é importante estas mexidas. Não que o técnico esteja tirando um jogador peça fundamental, mas busca dar maior força aqueles que não estão sendo aproveitados. Psicologicamente eles representam um algo mais e todos sabem que o nível técnico do grupo é bem parelho. Um exemplo foi Ceará na lateral direita – responsável direto pelo segundo gol; Manoel ao lado de Dedé na zaga; Nilton no meio-campo e na frente, Willian. Que assim seja até ao dia 7 de dezembro, quando teremos a rodada final.  






terça-feira, 23 de setembro de 2014

Tardelli: “Cruzeiro é o melhor time”


Demonstrando que tem uma visão ampla do que é o Futebol e, ainda, a segurança nas palavras, sem ofensas e clareza, o atacante Diego Tardelli, de 29 anos, disse ontem, ao participar do Programa “Bem Amigos”, que o Cruzeiro é o melhor time do Brasil. Na gozação, há espaço para que os profissionais do Futebol possam afirmar pelas redes sociais, como os torcedores, que o Mineirão é a casa do Galo, mas quando questionados sobre as condições de cada equipe, um jogador como Tardelli, ídolo de uma torcida, referência em sua técnica, tanto que hoje é um dos integrantes da Seleção Brasileira, tem de ter o olhar da verdade e expressar o que pensa. Não pode falar entre linhas. Acima de tudo ser categórico. Para ele, o Cruzeiro está a frente dos demais e tem tudo para conquistar mais um título. Por suas razões, a disciplina tática, o encaixe do seu jogo e a seriedade dos profissionais pesam. Observa que a vitória do Atlético por 3 a 2, no último domingo, foi porque seu time foi mais guerreiro e soube aproveitar as bolas para matar o jogo e, ainda, uma tarde iluminada do jovem atacante Carlos. Ressalvou: “Bom que nosso terceiro gol foi em cima da hora, sem dar chance para a reação deles”. 

Tardelli falou que o tempo que era conhecido como um menino de fio descapado – que dá choque toda hora – apelido dado pelo técnico Emerson Leão. Admitiu que é a referência técnica do Galo, especialmente para orientar os companheiros e está seguro de que Carlos, pela qualidade técnica, humildade e compromisso, já que é um menino que treina muito, tem tudo para ser um grande jogador. E não condenou Emerson Conceição, lateral que a torcida do Atlético nem gosta de ouvir o nome: “É que jogamos numa velocidade que não é a característica do Emerson. No Independência ele fica próximo da torcida e tudo que faz de errado é pichado na hora, mas é jogador. Gosto dele”. Sinal de que vai continuar tendo o apoio dos companheiros e mais ainda do técnico Levir Culpi, que insiste em seu aproveitamento. Para o atacante, o Atlético está firme na luta por uma das vagas para a Copa Libertadores e ele deseja chegar entre dos dez maiores goleadores da história do Clube, mas não garantiu que em 2015 estará com a camisa do alvinegro. Claro que está subindo sua cotação e as propostas chegarão. É assim o Futebol. O Clube ganha financeiramente e  perde tecnicamente. 

Para fechar o tema Tardelli, ele está feliz por sua chance ao lado de Neymar na Seleção Brasileira, garantindo que a tendência, pelo que estão fazendo nos jogos e ainda nos treinamentos, com orientações de Dunga, é que a dupla vai evoluir. Está atuando como gosta, variando nas posições – a tal múltiplas funções. Sente orgulho em ser o nove tão esperado pelo torcedor brasileiro. Realmente não é mais um fio descapado. Cresceu na bola e como homem. Eu já disse isso para ele. Dez para você Tardelli.

Estamos ouvindo muitos elogios ao clássico, perfeitamente dentro do que foi a partida, mas é um exagero comparar com o futebol apresentado por Real Madri e Barcelona, quando eles se enfrentam. Um valorizando a bola e o outro, os espaços. Aqui, justiça seja feita, nós apenas tentamos, mas e a qualidade técnica? Estamos longe, longe do que os dois grandes do Futebol espanhol e do mundo mostram quando duelam. 






segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Galo vence, mas não altera nada na ponta

Leonardo Silva foi um dos destaques do clássico mineiro pelo Brasileirão

Importante a vitória do Atlético por 3 a 2 sobre o Cruzeiro. Ganha mais força na competição, mostra a evolução do time, mas longe de um equilíbrio. Houve o crescimento de alguns jogadores, como o atacante Carlos e, ainda, de Dátolo, que finalmente, mesmo se complicando às vezes com a bola, conseguiu introduzir seu estilo de jogo ao time. Levir Culpi acertou na escalação. Quando se soma fatores positivos, naturalmente os resultados aparecem dentro de campo. Agora é esperar uma sequência para crescer no Brasileiro e lutar definitivamente por uma das vagas para a Copa Libertadores, que será quentíssima. São sete na briga. Ainda sobre o clássico é importante ressaltarmos o bom futebol de Alisson, crescendo a cada apresentação, mostrando eficiência e personalidade. Também o futebol do Cruzeiro, que não jogou mal e teve o equilíbrio emocional depois de levar dois gols em um jogo de grau emocional elevadíssimo. Apresentou força para buscar o empate. No final, foi golpeado graças à boa manobra dos atleticanos e a cabeçada precisa de Carlos. Detalhe: mesmo sendo um jovem, mostrou atitude segura na hora da definição. O Atlético soube jogar defendendo e golpeou no momento certo. O Cruzeiro terá dificuldades quando encontrar adversários do mesmo nível e que façam o jogo defensivo, esperando a bola certa para dar o bote. Muitos times jogam assim, mas sem a capacidade da definição.

Agora os celestes podem estar satisfeitos porque apesar de ter tido um domingo sem vitória, nada alterou na classificação. Ficou até melhor, porque com a realização de mais uma rodada mantém os sete pontos de vantagem do São Paulo, segundo colocado. É a maior diferença de pontos entre os 20 participantes, o que mostra como o Cruzeiro está avançado em relação aos demais e o credencia a cada momento para mais um título. Outra diferença na pontuação, apenas do Goiás e do Flamengo, ambos com 30, para o Santos, com 33. Nas demais posições, diferença de no máximo dois, o que pode alterar em apenas uma rodada.

Na luta pelo título só há aquela questão de que ainda falta muito para chegarmos à reta final. São 15 jogos, onde o Cruzeiro terá apenas de buscar seu poder de recuperação e administrar a vantagem. Nos próximos jogos, dois como visitante, diante do Coritiba e do Sport, pontuar e do Internacional, em casa, fazer o dever de casa. Missão naturalmente possível pelo seu desempenho na competição. 

O Brasileiro atingiu o seu momento de muitas discursões fora de campo, natural nas grandes competições. Os árbitros são o alvo, mas observam bem para tirar as conclusões de que os que mais reclamam, são os beneficiados pelos erros. É a pressão, a cada rodada maior pela necessidade da pontuar.

Vôlei

Perdemos o título mundial para a Polônia, por 3 a 1, na finalíssima, contra os donos da casa. Foi uma grande festa do esporte num País onde o Vôlei divide com o Futebol a preferência popular. O engraçado é que nosso técnico, Bernardinho, agora mudou o foco. Viu que realmente fomos inferiores dentro da quadra, mas tem um culpado: a  CBV. Para ele, a entidade está trabalhando errado, abandonando a Seleção e consequentemente nosso Vôlei. Sinal de que já está fora. 

Opinião do torcedor

Para satisfação geral e porque este confronto é um campeonato a parte, de rivalidade, de honra alvinegra, o nosso Atlético quebrou a sequência do perde ganha e saiu de onde estava estacionado desde o início do Brasileiro. Há de se reconhecer que o atual treinador escalou bem, exceto na lateral esquerda. Se o Guilherme estivesse inspirado e o Marcos Rocha não ficasse assistindo o jogo nos dois gols do adversário, ontem seria um passeio de bola no líder do campeonato. O rival poderá levar o brasileiro, mas no campeonato a parte o Galão da massa já levou. Mesmo sem esquema tático definido os jogadores vem se doando e neste sentido, embalado, mais duas vitórias em casa levam o nosso Atlético ao G4 e queimam minha língua, mas com o gostinho bom, pois acima de tudo “Nós somos do Clube Atlético Mineiro...”

Mauro Neves

Incompetência. Está é a melhor definição para a derrota do Cruzeiro. Pura incompetência do time Celeste. O Cruzeiro concedeu a vitória para o Atlético. A vitória do Galo foi construída por erros da defesa do Cruzeiro, que não teve a competência de definir o jogo quando podia. Errou gols incríveis e falhou na defesa. A jogada área foi decisiva para vitória do Galo. Jogadores de baixa estatura venceram a defesa do Cruzeiro. Mais uma vez em jogo decisivo, o time celeste não consegue demonstrar sua força. Infelizmente isso está ficando recorrente e notório. E não me venham com essa que clássico não há favorito. Havia sim e era o Cruzeiro que  foi incompetente na conquista da vitória. 


Não adianta ter 62% de posse de bola, ter 2 bolas na trave e dominar o jogo. Marcelo errou em colocar, em um jogo de alta intensidade, Dagoberto e Borges. Em lances capitais nenhum dos dois tive a capacidade física para recompor o time. Agora é continuar conquistando pontos em cima dos pequenos, pois em jogos decisivos está ficando complicado.  
Frederico Augusto










sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Para esquentar mais o clássico


Mesmo com muitos desfalques, finalmente o Atlético conseguiu vencer fora de casa ao fazer 3 a 2  no Goiás, ontem, no Serra Dourada, devolvendo ao rival a derrota sofrida em casa. Mas o Galo ainda não figura como um dos pretendentes fortes a uma das vagas para a Copa Libertadores, mesmo estando a apenas três pontos do quarto colocado, o Corinthians, com 37.  A questão é que o time não transmite a confiança necessária para ter uma sequência vitoriosa, o que será necessário para recuperar os pontos que deixou de fazer em casa e, principalmente, como visitante. Sua última vitória fora da Arena Independência tinha sido na sexta rodada, quando derrotou o Vitória por 3 a 2, em Feira de Santana, no dia 22 de maio.Caso haja tropeços de Corinthians, Grêmio e Fluminense, com uma vitória do Galo no clássico, finalmente poderá figurar entre os quatro primeiros pela primeira vez. Então não é nenhum bicho de sete cabeças. A vitória em Goiânia serviu para esquentar um pouco mais o grande jogo de domingo. 

Já para São Paulo e Corinthians a última rodada não foi boa. O Tricolor perdeu de virada para o Coritiba, enquanto o Corinthians apenas empatou em casa com a Chapecoense. Sua torcida ficou muito decepcionada. O Timão não jogou e os resultados podem tirar um pouco do brilho do espetáculo de domingo. Mas quando a bola rolar, com certeza, a rivalidade  pode superar todas as expectativas.

No empate por 0 a 0 entre Grêmio e Santos, ontem, na Arena do Grêmio, o personagem mais uma vez o goleiro Aranha, vaiado do começo ao fim. Disse que não  sentiu incomodado, mas ao final, ao ser questionado por uma repórter, falou que as vaias não foram normais em função do episódio do jogo anterior.  O importante é que nenhum torcedor repetiu os atos de racismo. Que assim seja, num cenário tido pelos profissionais do Futebol como o mais racista dos estádios do País.

Para fechar o dia: Ronaldinho Gaúcho foi terrível em sua estreia no Querétaro. Perdeu um pênalti na derrota por 1 a 0 para o Tigres e a imprensa mexicana o chamou de enferrujado. Vai ter de mudar seu estilo de vida para entrar no ritmo veloz do Futebol local. Do contrário, será um dos maiores fiascos da história. Porém, está muito motivado, o que move seu futebol.

Nota dez para o Vôlei, que venceu a Rússia por 3 a 0 e segue firme na luta pelo título Mundial, depois de chegar à Polônia como desacreditado.  





Você gosta é de grama. Aproveite e coma a vontade

Tião Cavadinha

O torcedor sabe que dentro de campo há muitas provocações entre os jogadores que tentam alterar emocionalmente o adversário para levar vantagem. Alguns não conseguem manter o equilíbrio e se perdem. Elas fazem parte do jogo, algumas, as mais absurdas, envolvendo as irmãs, mães, namoradas, etc. Na Copa do Mundo de 2006 todos recordam da cabeçada do francês  Zidane no italiano Materazzi, na final vencida pelos italianos. O francês se recrimina pelo gesto, mas mostra inflexível: "Prefiro morrer a pedir desculpa". Ele diz que reagiu com uma cabeçada aos insultos a sua mãe:  “Mais de uma vez insultaram a minha mãe e nunca respondi. Mas ali... ela estava doente, no hospital. Era mau momento". Já ouvi cada história que não dá para acreditar. O capitão do Santos, Edu Dracena, quando zagueiro do Cruzeiro, contou-me que atos de racismo, com um chamando o outro de macaco, entendia como algo simples, integrado ao jogo. Um carinho pelo que se ouve, garantiu. “Praticamente em toda falta, uma bola dividida, quem perde solta uma. A mais cabeluda possível”, diz.

No meu começo no jornalismo, ficava encantado com tudo e não queria perder nenhum lance. Os primeiros clássicos Atlético x Cruzeiro, no Mineirão, foram espetaculares, com o estádio cheio (mais de 100 mil pessoas) e festas emocionantes dos torcedores. Eles queriam mostrar que suas torcidas eram maiores e mais vibrantes. Um outro tempo, com as famílias presentes, figuras folclóricas do futebol, sem violência e drogas e ingressos ao alcance de todos, com preços acessíveis aos assalariados . Aos poucos foram surgindo as torcidas organizadas, meu pai as batizam como as desorganizadas, e o espetáculo da arquibancada foi mudando.  Dentro de campo a disputa mexia com todos os sentimentos e eu queria documentar tudo. Num destes clássicos, fiz questão de ficar à beira do gramado (era permitido aos repórteres da imprensa escrita, devidamente credenciados) para ouvir um pouco de cada jogador durante a disputa. Acreditava que a maioria procurava era incentivar o companheiro, com as tradicionais palavras  do jogo:  “vamos que esta bola é nossa, aperta, fecha, corra, essa é sua, chuta, etc”. 

Meu espanto foi ouvir o diálogo de Tião, ponta do Atlético, conhecido como “Tião Cavadinha”, pela precisão nos cruzamentos, com o lateral Pedro Paulo, do Cruzeiro, que tinha sido seu companheiro quando estava ainda na categoria de base (na época juvenil) e Tião já profissional. Então ouvi ele falando: “Você gosta é de grama, não é. Veja que maravilha este gramado. Pode comer a vontade”. Pedro Paulo respondia: “Seu filho.....” E batia por baixo.  Repetiu-se esta cena três vezes ou mais. Na última, Pedro Paulo, que não era de brincadeira e pegava forte, não aguentou e o acertou o adversário. Foi uma daquelas jogadas para não perder a viagem. Claro, recebeu o cartão vermelho, mas jamais pediu perdão pelo ato. Pelo contrário, sempre comentava: “Com o Tião não tinha jeito. Só na pancada”. Fizeram grandes duelos no Mineirão. Os dois são falecidos. Tião ainda jogou no Siderúrgica, de Sabará, onde foi campeão mineiro em 1964 e, em seguida foi levado pelo técnico Yustrich para o Atlético, no final dos Anos 60. Sabia prender a bola. Aproximava do marcador, dava as costas e ficava com o domínio da bola, sem praticamente sair do lugar. Ele suicidou-se no Rio de Janeiro, alguns anos depois de deixar o Futebol.






quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cruzeiro avisa: até 7 de dezembro


No Futebol a melhor receita é ser precavido e não cantar de Galo. As vitórias têm de ser comemoradas após o apito final do árbitro e os títulos quando a matemática determinar os números que finalmente lhe garantem a conquista. Qualquer precipitação é uma arma para os inimigos, mas a campanha do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro de 2014 diz que há algum tempo não há o que temer. É seguir na mesma trilha e partir para o abraço no dia 7 de dezembro, quando termina a competição. Porém, no andar da carruagem, pode comemorar até antes. O ínicio da 22ª rodada não poderia ter sido melhor para o time celeste. Fez 2 a 0 no Atlético-PR, sem maiores dificuldades, no Mineirão, onde segue com 100% de aproveitamento na competição e ainda se deu ao luxo de na segunda etapa não imprimir um ritmo mais forte, poupando energias para o clássico de domingo contra o Atlético. Recuperou os sete pontos de vantagem sobre o São Paulo e os adversários estão esperando que apareçam alguns fantasmas, mas eles insistem em dizer dentro de campo que apenas terão condições de brigar por uma das três vagas para a Libertadores. Uma  já tem dono: o time azul.

O São Paulo tentou usar a mesma tática celeste diante do Coritiba, jogando fora de casa e seu deu mal. Fez 1 a 0 no primeiro tempo, e quando os tricolores imaginavam que iriam garantir o placar na segunda etapa, levaram um banho do Coxa, perdendo por 3 a 1. Também ficou de olho no clássico de domingo, contra o Corinthians e Futebol a gente sabe perfeitamente como é: se não está preparado física e tecnicamente, sem a auto confiança necessária, o melhor é brigar 100% por aquele momento. Não fique pensando no amanhã, que este amanhã é traiçoeiro. Não foi São Paulo? Acreditou que a vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro lhe daria todas as chances para subir na classificação, mas ainda lhe falta futebol. Nem por isso  ainda deixa de sonhar. Seu técnico, Muricy Ramalho, afirma que lhe faltam sete pontos para entrar na briga pelo título. São 100% de precisão nas palavras. Acontece que estes sete pontos representam uma barreira insuperável no momento. Tem é de acreditar que o Atlético vai ajudá-lo.  Mas este sonho pode virar um pesadelo ainda maior, porque o Cruzeiro tem chances de uma nova vitória, enquanto o Corinthians pode derrubar o Tricolor. Em resumo, será outra rodada para o Cruzeiro deslanchar ainda mais e seguir administrando a vantagem. Para o São Paulo, poderá chegar a dez pontos.

Já Internacional e Fluminense não deram as arrancadas esperadas. É a luta deles. Daqui a pouco pode ser o desespero para chegar a Libertadores. E olhe que há o risco de ter de contentar com uma Sul-Americana.