Copa do Brasil, direito garantido dos grandes

A Copa do Brasil é a competição que mais nos reservas surpresas pela fórmula de disputa – o mata mata. Um bom resultado no jogo de ida representa praticamente a classificação, mesmo a equipe sendo inferior tecnicamente. Mais uma vez, a competição encaminhava para que times como Ceará e Bragantino, representantes da Série B, pelos bons resultados alcançados nos jogos de ida, passassem para as quartas de final, eliminando os grandes ou mais tradicionais do Futebol brasileiro, Botafogo e Corinthians. Mas os dois gigantes deram as respostas nas medidas exatas e comemoram vitórias que já os credenciam para uma melhor sorte. O sonho é a vaga para a Copa Libertadores. Sobraram apenas os dois representantes da Série B : América-RN e ABC, Clubes tradicionais, mas que há algum tempo figuram num patamar inferior por falta de estrutura e investimentos. Efetivamente o profissionalismo não chegou ao futebol potiguar. Tanto que suas principais promessas, com um ano ou no máximo dois, partem para o Sudeste e aqueles que têm maior potencial seguem imediatamente para a Europa e outros mercados mundiais. 

A Copa do Mundo porém deixou um legado que o Futebol potiguar está sabendo aproveitar; a Arena das Dunas, que obrigaram os dirigentes a maiores investimentos e ainda que os jogadores passassem a acreditar que podem obter bons resultados, chegando a Série A do Brasileiro e quem sabe até uma finalíssima da Copa do Brasil. Mas pelo andar da carruagem ficou complicado para o ABC, diante do Cruzeiro e o América, mesmo tendo eliminado Fluminense e Atlético-PR, tem a dura missão de passar pelo revitalizado Flamengo nas mãos de Luxemburgo. Infelizmente vão ficar no meio do caminho, porque Cruzeiro e Flamengo não darão chances. Estão com times muito superiores e sabendo jogar a competição. Até o Flamengo pode ser uma interrogação. Mas depois de eliminar o Coritiba (perdeu por 3 a 0 no jogo de ida e devolveu o placar em casa) virou gigante. Não é mais gato adormecido, que acorda sonolento. E minha filosofia do Futebol diz o seguinte: um resultado inesperado pode acontecer uma ou até duas vezes. Aí está o limite, com raras exceções para aqueles que chegaram ao pódio, contando com algo mais. Não apenas com o que representaram dentro de campo. Há normalmente muitos interesses em jogo. Até um grande rival oferece condições para que um time de menor expressão possa ser o vencedor e impedir que seu principal concorrente alcance a glória da conquista.  

Com a presença de Flamengo, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro e Santos nas quartas de final (faltando o vencedor de Atlético e Palmeiras), a tendência é que teremos semifinais empolgantes, apenas com a participação dos gigantes, o que será a garantia de belos espetáculos, casas cheias e muitas emoções.

Para encerrar um adendo para o que falou o presidente do Grêmio, Fábio Koff, ao saber da punição de seu Clube, pelos atos de racismo de seus torcedores ao goleiro Aranha, em Porto Alegre: “Parece que agora não haverá mais racismo no País”. Foi com ironia, mas que os homens o ouçam.