Quando o presidente da Confederação Brasileira de Futebol,
Marco Polo Del Nero decidiu deixar a eleição para a presidência da Fifa, na Suíça,
para estar no Brasil e ficar a frente de sua entidade, no momento de maior
apreensão na CBF, já que tudo poderia acontecer em função da prisão do
ex-presidente, José Maria Marin, meu pensamento foi longe: está mais sujo de
que pau de poleiro de galinha. Estava tentando se garantir, diante da pressão
da mídia, do Governo Federal e dos clubes. A partir da decisão de Joseph Blatter
em renunciar, esperou-se que tomasse a mesma decisão e novamente meu raciocínio
não teve como evitar o que o Brasil
estava acreditando: ele vai cair a qualquer momento.
Conversando com dirigentes, descobri o outro lado da moeda:
como vice-presidente da CBF, Del Nero jamais participou de qualquer manobra do
dinheiro fácil para chegar ao bolso dos amigos. Não tinha poderes para tal. Foi
um vice-presidente para aprovar todas as decisões de seu antecessor e não contestar.
Quando anuncia que está de mãos limpas, é bom acreditar. Não 100%, porque vocês
sabem como é o mundo do futebol. Mas pode salvar seu mantado e até amplia-lo,
porque está se fortalecendo junto às federações para quem a entidade dá uma
contribuição anual de R$100 mil. Simplesmente é a garantia do voto. E todos
sabem que são as federações as responsáveis pelos mandados. Um voto do Amapa,
que recebe este valor financeiro e tem o mesmo poder dos cariocas, gaúchos,
paulistas, mineiros etc, decide uma eleição e a maioria está feliz com a verba
anual. Portanto, Del Nero é intocável.
Mesmo com o apoio dos presidentes das federações, Del Nero
foi um pouquinho mais a frente e se fortaleceu, pelo menos na aparência, perante
os clubes, que agora terão maiores poderes para as decisões. Alguns dirigentes
estão desconfiados, mas a verdade é que se havia o clima ruim para a atual administração
da CBF, hoje aparentemente todos caminham na mesma direção, com um adendo:
Marco Polo Del Nero é visto com bons olhos. Com poderes até para se candidatar a
reeleição, já que com a mudança dos estatutos, ele garantiu um novo mandato.
Assim é o futebol. Quando se imagina que há chances de mudanças profundas, o
homem dá um jeitinho e tudo volta a normalidade.
É, mas minha mãe sempre me dizia: diga com quem tu andas que te direi quem és. Se tá no bolo vei, tá lascado também
ResponderExcluirEsta história tem mesmo enredo do mensalão, lavajato, bnds e as próximas que saberemos em breve.
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