Vejam as viradas do mundo da bola. Estava lá. Independência, 21 de outubro
de 2012. Final do jogo, Atlético-MG 3 x 2 Fluminense, um espetáculo. Fantástico.
O Campeonato Brasileiro caminhava para a definição. O Tricolor das Laranjeiras
foi o campeão. Na saída dos vestiários, me encontrei com Juarez, pai de Fred e,
em seguida, veio o artilheiro: “Não ganhamos hoje porque não tínhamos um dez”. Referia-se
a Ronaldinho Gaúcho, que fez a diferença naquela tarde. E completou: "Se joga no meu time eu seria o melhor do mundo". O Fluminense tinha um
time inteiro jogando para Fred, especialmente Wagner, Deco e Thiago Neves, que
trabalhavam mais a bola. O comando do Tricolor ouviu o recado do chefe dentro
de campo. Com uma festa histórica no Maracanã, em julho do ano passado,
Ronaldinho foi apresentado no Fluminense, mas o “Rei da Selva” não gostou.
Foram muitas as rugas. Afinal, se sentia ameaçado. Ele já não era a estrela
número 1, o que os imortais dificilmente aceitam, especialmente as estrelas.
Foram apenas 50 dias de reinado de Ronaldinho. Alias, nem isso, porque com 20
dias, ele observou que as portas não se abriram e no dia 28 de setembro, o
Fluminense informou oficialmente seu desligamento. Mas teria ainda um novo capítulo.
O encontro deles esta semana, na preparação do Fluminense para enfrentar o Shakhtar
Donetsk, hoje (17-01), pela Florida Cup, nos Estados Unidos. Em novembro, ao saber que o R-10 estaria novamente
em campo com a camisa do Flu, Fred mandou seu recado: “Sinceramente, acho que
não seria bom. O torneio será uma pré-temporada para a gente, não é jogo de
apresentação. Seria interessante colocar quem precisa treinar e evoluir.
Precisa fazer parte quem vai jogar. Se olhar como estratégia de marketing, o
Ronaldo atrai multidões”. Na entrevista coletiva concedida após sua chegada a
Florida, Ronaldinho foi curto e grosso: “Cada um tem a sua opinião”. Os olhares
não se cruzam nem nos treinamentos. E hoje estarão vestindo a mesma camisa. Assim
vivem as estrelas.
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