A torcida brasileira tem de se preparar para um sofrimento ainda maior com o futebol
Lembro-me
pouco das Eliminatórias para o Mundial de 1958, na Suécia; menos ainda para as
de 62, no Chile e as de 66, na Inglaterra, os dois últimos sem a participação
do Brasil, que alcançou automaticamente as vagas pelos dois títulos Mundiais
seguidos. Mas a partir das Eliminatórias para o Mundial do México, em 1970, eu já
estava muito ligado. Vivemos grandes momentos. O futebol brasileiro se impôs
com exibições e goleadas históricas. Só que os anos se passaram e hoje estamos
correndo o risco de pela primeira vez na história, diante da melhor qualidade
do futebol das Seleções da Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia (possivelmente também o Equador e querendo um pouco mais o Peru), de o Brasil ficar pela primeira vez de fora de um
Mundial. O Paraguai é outro que não pode ser desprezado. Amigos, isso é muito real. Quando levamos aquela tamancada da Alemanha
e saímos de uma forma humilhante do nosso Mundial, foi decretado não nosso fim,
porque aqui ainda há um forno capaz de produzir bons jogadores e com técnica, mas as portas continuam
muito abertas para decepções ainda maiores.
Não houve mudanças para acreditarmos que aplicamos
as lições; que melhoramos tática e tecnicamente; que nossos técnicos evoluíram
e finalmente podemos recomeçar um caminho de grandes alegrias. Somos subestimados pelos homens que comandam.
Para eles, parece que tudo está normal. Agora com o discurso de que precisamos
de jogadores experientes. Vou dar um único exemplo. Se Kaká não resolveu em mais
de dez anos de chances, por que ainda faz parte do grupo? Não interessa que
tenha sido convocado como peça de reposição. Em sua posição há muitos outros
jogadores no País. Não talentosos, mas possuidores de alguma capacidade e são
renegados. Em 2010, Dunga virou as costas para Neymar e Ganso. E hoje segue sua
cartilha de optar unicamente por seus princípios truculentos. Ele nos reserva apenas sofrimentos para
quinta-feira, contra o Chile, em
Santiago, enquanto os outros países começam com esperanças para ver Bolívia x Uruguai, Colômbia x Peru, Venezuela x
Paraguai, e Argentina x Equador. Que pena que não somos um deles. Até a Bolívia
é uma ameaça. Não mais apenas pelos 3.660 metros de altitude de La Paz. Vejam
exatamente aonde chegamos. Triste, muito triste
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