Johan Cuyff, o craque imortal que encantou o mundo
Minha geração
pode falar com orgulho que viu em ação os maiores gênios da bola. Quando menino
ouvia os amantes do futebol exaltando Domingos da Guia, Leônidas, Zizinho, Di
Stefano, Labruna e Puskás. Depois, claro que a imprensa cumprindo seu papel de
florear e encantar, vieram outros jogadores e com uma majestade suprema: Pelé. Distantes
de sua capacidade, mas diferenciados, Garrincha, o anjo das pernas tortas; Rivelino, Gerson, Didi,Tostão, Dirceu Lopes, Beckenbauer,
Maradona, Eusébio, Bobby Charlton etc. Não elevo a geração seguinte, do Brasil,
para o patamar de cima, na lista encabeçada por Zico, Sócrates, Rivaldo, Falcão,
Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Reinaldo, Romário e
outros. Um ou outro talvez. Romário, por exemplo, que nos deu a Copa do Mundo
de 1994 e Ronaldo Fenômeno, a de 2002.
Mas o que desejo expor é que perdemos hoje,
vitima de câncer, em Barcelona, na Espanha, alguém que a minha geração jamais
poderá esquecer: Johan Cruyff, o líder do carrossel holandês. Posso dizer, com
a mais absoluta segurança, que ele está presente na maior revolução do futebol
que minha geração teve a oportunidade de reverenciar.
Em duas Copas do Mundo, 1974
e 78, nunca tínhamos aplaudido algo tão fantástico. Não havia esta cobertura da
mídia. Foi assustador ver uma Seleção (Holanda) sair de seu campo com 10
jogadores se movimentando, em velocidade, tocando a bola com habilidade e
voltando com a mesma sintonia. O chamado Carrossel Holandês da década de 1970.
Foi um privilegio também do Ajax, da Holanda. Cruyff tentou repetir a dose no
Barcelona, mas em parte, como jogador e técnico. Lá é um dos seus maiores
ídolos.
Não sei se pelo fato de reverenciarmos
mais o que vem de fora, Johan Cruyff era uma obra de outro mundo com a bola nos
pés e tinha uma forma espetacular de fazer seu time jogar. Morreu aos 68 anos,
depois de lutar contra um câncer no pulmão. Fumava muito.
Eu, um apaixonado, fui
algumas vezes à Amsterdã para contemplar sua obra. Os europeus sabem perpetuar
aqueles que realmente fizeram história. Fui também a Barcelona. Emocionado
encerro com o que desejamos para todos os queridos que nos deixam: descanse em
paz. Você será eterno em nossos olhos.
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