Normandes, Humberto, Grapete, Vanderlei, Mussula e Cincunegui. Agachados: Ronaldo, Oldair, Dario, Vaguinho e Tião, formação de muitas alegrias e campeão brasileiro de 1971, com poucas mudanças.
Cincunegui
era terrível. Vejam como ele tratava a torcida atleticana nos momentos de
desespero ou de alegria: “Me querida massa”. Por não ter uma técnica muita apurada, não diferenciado, mas se alinhava entre os melhores laterais do
futebol brasileiro e, ainda, do Uruguai, onde foi titular da Seleção. Em um
item Cincunegui superava a todos: a raça. Impressionante como partia para as
jogadas. Perdida ou não, em sua cabeça, tinha a convicção de sucesso. A torcida
delirava.
Um estilo do
Galo. Ele chegou em Belo Horizonte em uma sexta-feira de 1968 para disputar um
clássico contra o Cruzeiro, no domingo. Dura missão: Marcar Natal. O Galo tentava
neutralizar o ímpeto celeste que dominava com as conquistas nos primeiros anos do Mineirão. O América
estava estacionado e o Atlético se sentia na obrigação de aproximar-se do grande
rival. Então, depois de algumas contratações que não surtiram efeito, o clube foi
buscar Héctor Carlos Cincunegui de Los Santos. Era tudo que a torcida desejava.
Incorporou 100% do espírito das necessidades daquele momento e virou ídolo.
Cincunegui
era boêmio. Muitas vezes ia da noite para o campo e era repreendido
principalmente pelo técnico Yustrich. Seus outros treinadores ficaram inibidos diante da grandeza que ele representava para o clube. Não perdia a condição de titular devido
ao seu lado profissional: a aplicação em campo. Suas arrancadas moviam os
companheiros.
Ontem, em
Montevidéu, um AVC apagou a sua luz. Suas últimas notícias foram passadas pelo facebook do nobre jornalista Luiz Carlos Alves, um dos grandes amigos que ele
fez em Belo Horizonte. Há 20 anos, Cincunegui me recebeu em Montevidéu, com o mesmo
carinho que era tratado por todos os torcedores, até os rivais. Homem grande. Que
descanse em paz.
Tempo bom, não volta mais.
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