Cruzeiro sem alma e a espera do novo comando

Apenas nos dez minutos finais, na derrota por 1 a 0 para o Santos, ontem (30-08), no Mineirão, pela 21ª rodada do Brasileiro, o Cruzeiro foi um time que demonstrou determinação e vontade para igualar o placar. No resto foi sem alma. Triste como vem sendo em toda a temporada. Ou na maior parte. A torcida, nos dez minutos finais, deu um belo espetáculo de apoio. Depois mostrou sua insatisfação.  O resultado será a troca do comando técnico. Falam em muitos nomes. Aposto em Adílson Batista, mesmo tendo alguma resistência de pessoas que decidem no clube. A situação de Luxemburgo ficou insustentável. Seu ciclo na Toca está concluído e de toda sua comissão técnica.  Oficialmente, porém, os dirigentes confirmam que não há nenhuma decisão tomada.
 

Bom para o Atlético, melhor ainda para o Corinthians

O Atlético foi ao Maracanã hoje (30-08) e venceu o Fluminense por 2 a 1. Poderia ter sido uma vitória mais tranquila, já que teve chance na primeira etapa para definir, fazendo mais gols. Depois que conseguiu marcar o primeiro passou a administrar. Não apresentou o mesmo ritmo e levou o empate no começo da segunda etapa. Desta vez, graças as mudanças precisas de Levir Culpi, principalmente a entrada de Patric, o Galo chegou ao segundo gol, a 13ª vitória e alcançou o que um time que deseja ser campeão tem de obter: foram seis pontos diante do Fluminense, a quem goleou em Brasília por 4 a 1.  Foi uma pena ver Ronaldinho Gaúcho, muito vaiado. Se foi bom para o Galo, melhor ainda para o Corinthians que derrotou a Chapecoense por 3 a 1, mantém os quatro pontos de vantagem para o Atlético, segundo colocado e mais uma rodada está concluída para ambos. Venceram como visitantes.. Chegará o momento que o Timão terá oportunidade para administrar estes quatro pontos. Ainda é longe para as definições. Fica claro, porém, que apenas os dois primeiros no momento estão disputando o título e os demais, até a sétima posição, as vagas para a Libertadores. 

                           

Maldição das 11h pega também o Grêmio

Depois de vencer o Coritiba por duas vezes (1 a 0 e 3 a 1), pela Copa do Brasil, o Grêmio recebeu novamente o “Coxa” em sua Arena, em Porto Alegre e ficou no empate por 0 a 0, pela 21ª rodada do Brasileiro. Foi o segundo empate seguido. Na rodada anterior repetiu o placar também contra a Ponte Preta, em Campinas. A torcida vibrou apenas quando o placar eletrônico do estádio anunciou os gols do Avaí (3 a 0 diante do Internacional). Foi melhor comemorar a desgraçada do rival. E o Grêmio correu muito perigo. A maldição das 11 horas complicou para o time gaúcho na classificação do Brasileiro, mas mostrou que é o horário que melhor atende o torcedor. Nada menos do que 46 mil torcedores foram ao estádio.    

Histórias do futebol – “Chi, o avião vai bater na cortina de ferro”

Em uma das viagens do Atlético para a Europa, Anos 80, para a disputa dos torneios de Verão na Espanha, mais os amistosos na França e Romênia, Toninho Cerezo conta que o intelectual Reinaldo, para muitos o maior jogador de todos os tempos do Galo, estava impossível. Aproveitava da ingenuidade de alguns, principalmente daqueles viviam a primeira experiência em uma viagem internacional. O grupo ficava sempre muito unido, especialmente nos aviões. “Olha, aqui tem de pagar tudo. Não peça nada à aeromoça”, dizia o Rei. Alguns, quando ela trazia o  lanche, jantar ou o café da manhã, recusavam: “Muito obrigado”, mesmo com muita fome. Na alimentação nada chega para os profissionais da bola. Comem muito, mas não aceitavam nem água. Reinaldo aproveitava. Cerezo recorda que de Paris a delegação foi para Bucareste, na Romênia. Quando o avião subiu e os cintos foram liberados para que os passageiros pudessem se movimentar (a preferência era fazer uma roda para o bate papo), Reinaldo caminhou em direção à janela, apontou para as nuvens, chamou Fernando Roberto e avisou, falando alto para que todos ouvissem: “Olha lá a cortina de ferro (Romênia era um dos países que faziam parte do bloco comunista)”. Incontinente Fernando Roberto olhou, fixou os olhos nas nuvens e soltou uma das suas: “Chi, o avião vai bater na cortina de ferro e explodir”.

Luxa cai se o Cruzeiro não vencer e convencer domingo

                

                                 Horas contadas para Luxemburgo no Cruzeiro
Gostaria e muito de estar hoje exaltando o trabalho de Luxemburgo no Cruzeiro, porque o respeito por tudo que fez pelo futebol. E não foi pouca coisa. Muito de nossa evolução nos Anos 90 se deve a ele. Mas, a realidade é que não conseguiu, mais uma vez, impor seus métodos e fazer o time voar como nos tempos de Bragantino, Palmeiras, Cruzeiro (2003), Santos etc. Domingo, se o Cruzeiro não vencer e convencer, diante do Santos, no Mineirão, pela 21ª rodada do Brasileiro, vai receber o muito obrigado do Cruzeiro. A decisão já está tomada pelos dirigentes. Nem é necessário mais expor aqui as razões. O temor é o Cruzeiro cair em depressão e não conseguir reagir. Acredito que desta vez Luxa não conseguiu o que tanto desejava, porque em praticamente todas as equipes que comandou com sucesso, ele tinha o apoio para buscar as peças capazes de fazer seu futebol ficar vistoso e eficiente. Hoje não há mais no nosso mercado os jogadores diferenciados - e assim o técnico fica perdido. Estou seguro de que nas suas mãos, o Cruzeiro ainda teria condições de fazer uma campanha honrosa, mas os dirigentes não querem correr perigo, o que eles tem plena razão. O rebaixamento manda um, dois ou três avisos. Depois não tem jeito. É a condenação – faz parte da lei do futebol anualmente para quatro clubes.