Em uma das viagens do Atlético para a Europa, Anos 80, para
a disputa dos torneios de Verão na Espanha, mais os amistosos na França e
Romênia, Toninho Cerezo conta que o intelectual Reinaldo, para muitos o maior
jogador de todos os tempos do Galo, estava impossível. Aproveitava da
ingenuidade de alguns, principalmente daqueles viviam a primeira experiência em
uma viagem internacional. O grupo ficava sempre muito unido, especialmente nos
aviões. “Olha, aqui tem de pagar tudo. Não peça nada à aeromoça”, dizia o Rei.
Alguns, quando ela trazia o lanche, jantar ou o café da manhã, recusavam: “Muito obrigado”, mesmo com muita fome. Na alimentação nada chega para os profissionais da bola. Comem muito, mas não aceitavam nem
água. Reinaldo aproveitava. Cerezo recorda que de Paris a delegação foi para
Bucareste, na Romênia. Quando o avião subiu e os cintos foram liberados para
que os passageiros pudessem se movimentar (a preferência era fazer uma roda
para o bate papo), Reinaldo caminhou em direção à janela, apontou para as nuvens,
chamou Fernando Roberto e avisou, falando alto para que todos ouvissem: “Olha
lá a cortina de ferro (Romênia era um dos países que faziam parte do bloco
comunista)”. Incontinente Fernando Roberto olhou, fixou os olhos nas nuvens e
soltou uma das suas: “Chi, o avião vai bater na cortina de ferro e explodir”.
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