Natal, Tostão e Dirceu Lopes, o Cruzeiro dos Anos 60, uma máquina de jogar futebol
Onde tem boleiro (jogador de futebol), tem “Maria Chuteira”.
Onde tem bola, tem plateia. E não importa se aprendiz ou craque, a regra é
chamar a atenção. Os que ainda não são conhecidos quando não estão dentro de campo, fazem questão de no caminhar,
segundo eles dizem, usam três pernas, para mostrar que fazem parte do mundo da
bola. Nos Anos 60, no Atlético, tinha um jogador de meio campo, camisa dez, por
nome Fifi. Depois foi para o Botafogo. Foi revelado no futebol amador de BH e
alguns meses depois de chegar do Bela Vista, de Sete Lagoas, para jogador num grande clube, ao passar pela
avenida Afonso Pena, um torcedor gritou: “Olha lá o Fifi”. Incontinente, o
jogador que começava a ganhar fama, respondeu: “Silêncio ou fala baixo, porque
pode aglomerar”. Mas a história mais engraçada é contada por Natal, hoje com 69 anos, que fez sucesso no futebol brasileiro, jogando pelo
Cruzeiro, Corinthians e Seleção Brasileira nos Anos 60. Chamado pelos
companheiros de “rato branco”, por sua esperteza, era alvo de muito assédio.
Onde ele estava normalmente chegavam muitas pessoas querendo autógrafos,
especialmente as “Marias Chuteira”. Natal se sentia no céu. Recorda que eram
moças lindas, oferecidas e que se contentavam com um simples afago. Outras
queriam um beijo, autógrafos nas roupas etc. “A gente vivia um mundo encantado”,
garante. Mas uma vez se deu mal. Estava em um bar, em Belo Horizonte, reduto
dos boleiros, e uma moça de longe ficou
lhe dando sinais. Observou que estava com seu namorado. Depois da troca de
olhares, a jovem veio em sua direção e lhe pediu um autografo. Natal,
educadamente, levantou-se, pegou um pedaço de papel e assinou Natal de Carvalho
Baroni. Sua surpresa foi quando o rapaz que acompanhava a moça, lhe disse: “Te
conheço malandro. Você não me engana.
Desde que chegou estava mandando torpedos para a minha namorada. Seu moleque. Vou lhe dar o que merece. Se armou com um pedaço de pau e foi para cima
dele. O ex-jogador está correndo até hoje do ciumento. Mas admite: “Valeu
porque a moça era um avião”. Assim era Natal, que a imprensa chamava de Diabo
Loiro.
Trio histórico do melhor do Brasil
ResponderExcluir