terça-feira, 13 de maio de 2014

Mundial – Brasil, um Futebol sem identidade



Há apenas dois alentos para quem ainda aposta no Futebol brasileiro para o Mundial: a conquista da Copa das Confederações (não esquecer de que algumas seleções vieram aqui passear, outras em busca de informações e adaptações, visando a Copa do Mundo) e o segundo fato de ter a competição em seu País. Há ainda um detalhe que chama à atenção. Todas às vezes em que o Brasil saiu do País desacreditado voltou campeão e quando apostavam no poder de nossas equipes, foram fracassos ou o título moral como em 1978, na Argentina. Perdemos o nosso rumo. Nossa identidade. O melhor Futebol do mundo foi para o espaço. A culpa é de nossos dirigentes, técnicos, dos corruptos e, acima de tudo, com a palavra mágica para muitos, mas que envergonham a maioria, a ganância. É só o menino dar dois, três toques da bola e já se faz um planejamento para faturar alto. No passado, era o sonho das verdinhas (dólar), agora os milhões de euros.

Os dirigentes cometeram erros absurdos, inicialmente com a indicação de alguns treinadores que não tinham a mínima condição de comandar a Seleção, mas por estarem integrados aos esquemas, foram agraciados. Claro que há ainda os inocentes. Sebastião Lazaroni e Dunga foram dois deles. Não podemos jamais esquecer de que Dunga poderia, em 2010, ter dado uma base para que Neymar e Ganso, este mesmo, Ganso, pudessem chegar agora numa condição excepcional. Não digo que no nível de Messi, mas com uma estrutura muito superior. Ganso, um talento, ficou no meio do caminho. Uma pena. Há alguns técnicos que, por teimosia, apostavam em seus atletas de confiança e se deram mal. Cuidado Felipão. Até Telê Santana caiu nesta armadilha, deixando de fora jogadores que poderiam ter sido importantes em 1982 e 86. Façam uma análise em cima da história e observarão que ele também errou. Assim por diante. Por estes motivos, aquele futebol que começou a encantar em 1958, com a conquista na Suécia, maravilhou em 1970, no tri do México, ganhou apenas dois títulos mundiais a partir dai: 1994, nos Estados Unidos e 2002, no Japão. Tínhamos pelo menos de contabilizar outros dois títulos. Ou um. O de 1982, na Espanha. Mostramos na Espanha um pouco de que somos ou fomos: alegria com a bola.

Estamos tão em baixa que nossos times em 2014 só deram vexames na Copa Libertadores – apenas o Cruzeiro segue na luta; jogadores sem a mínima condição física continuam resistindo contra o tempo. Até os anos 80, quando eles chegavam aos 30 anos, se já consideravam velhos e estavam encerrando a carreira. Poucos chegaram aos 32. A vida útil na bola, mesmo para os diferenciados, era de 10 anos. Agora, correm o dobro, devido a velocidade do Futebol; os calendários são absurdos para a capacidade física dos atletas, a qualidade técnica fica lá em baixo e estes “jogadores” ainda insistem. Impossível para um craque manter uma regularidade diferenciada. São no máximo cinco grandes jogos por ano. E olhem lá. Agora, para os coadjuvantes, impossível uma analise porque só correm. O atleta de hoje para ter uma performance de alto nível, teria de jogar no máximo oito anos. Dos 22 aos 30. Não mais.

Para fechar o tema, ontem vi Carlos Alberto Torres, o capitão do tri no México, um dos mais belos exemplos que tivemos para a posição de lateral direito, no programa Bem Amigos, fazendo uma análise do Futebol, mostrando nossa realidade, mas cometendo um erro inconcebível para quem já foi majestade: todos seus exemplos foram de técnicos estrangeiros. Em momento algum exaltou a escola que teve. Apenas lembrou que na sua época tocávamos a bola com arte. 

Por estas e outras, o Mundial não encanta no País. Sem falar das obras superfaturadas.




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