sábado, 11 de abril de 2015

Charles salvou Bernardo da morte

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Bernardo recebeu o seguinte recado do amigo Charles: "Não apronta outra".

Adriano, o Imperador, fez escola fora das quatro linhas. Bernardo, armador do Vasco, é um de seus discípulos. Porém o jogador, filho de Hélio, ex-jogador do Palmeiras e do Fluminense, não foi criado em favela e assim não tem as mesmas regalias do mestre, que reina nos aglomerados sem proibições. Na última semana de abril de 2013, Bernardo por pouco não era mais uma vitima da violência nas favelas do Rio de Janeiro. Terá de agradecer eternamente a Wellington Silva, lateral do Fluminense e a Charles, volante do Cruzeiro, ambos criados no Complexo da Maré, zona norte da capital fluminense. O atleta foi amarrado, torturado e atingido por socos e pontapés. “Ia morrer”, revela Charles.


Bernardo foi agredido na Vila do João, complexo da Maré, por traficantes de drogas, porque teria se envolvido com a namorada de Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P, o traficante da região. O jogador e a mulher foram levados por bandidos até a favela, onde foram torturados. A moça chegou a levar cinco tiros na perna. No momento em que Bernardo teria o castigo final, a execução, revela Charles, Wellington pediu ao jogador do Cruzeiro, por telefone, que comparecesse com urgência ao local. Charles correu e dez minutos depois estava lá.

O traficante Marcelo Santos das Dores tem fama de ser rígido e disciplinador. Ex-paraquedista do Exército, de 34 anos, estava foragido da Justiça desde 2007, quando recebeu um benefício para deixar o Instituto Penal Plácido Sá de Carvalho, no Complexo Penitenciário de Bangu, e não voltou mais. Ele havia sido preso em 2003, por associação ao tráfico de drogas. Quem estava próximo, conta Charles, ouviu o criminoso ordenar: “Agora é a sua vez bacana”.


Charles então colocou em prática tudo que aprendeu nos 15 anos na favela e as lições da vida, através do Futebol: “Implorei e o Marcelo aceitou parar com a tortura”. Até hoje, quando encontra com Bernardo, o ex- companheiro também dos tempos de Cruzeiro, não nega que naquele instante começou uma nova etapa em sua vida. Tanto que repete: “Tô de devendo aquela irmão”.

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