Valeu pela vitória e, principalmente, por Damião e De Arrascaeta

Não venham dizer que foi um belo espetáculo e que podemos usar os mais variados adjetivos para destacar a vitória do Cruzeiro por 3 a 0 sobre o Mineros, pela Copa Libertadores, nesta quarta-feira (8/4), no Mineirão. Foi apenas mais uma vitória. Simplesmente isso, depois de um período de insegurança, devido à derrota por 2 a 1 para o Tombense; o empate por 0 a 0 com o Huracan, também pela Libertadores e a falta de um futebol para convencer. Não que tudo esteja superado. Mas melhorou. É importante salientarmos tudo isso para mostrar que o Mineros não serve de parâmetro.  É um time fraco, que não sabe marcar; não tem um esquema tático que possamos louvar e, o pior, a qualidade técnica deixa muito a desejar. Teve apenas uns raros momentos no jogo. Coitado do Futebol.

O encontro do Cruzeiro com as vitórias na Libertadores valeu acima de tudo pela atuação de dois jogadores: Leandro Damião e De Arrascaeta. Explico as razões. Já está mais do que seguro o investimento por Damião. Até deixou o atacante Henrique, ex-Palmeiras,um goleador, no esquecimento. Damião está jogando com vontade. Quer recuperar seu prestígio nacional. A bola tem chegado e ele aproveita. O gol diante do Mineros foi a melhor prova de sua confiança e, principalmente, o desejo de que 2015 seja de sucesso. Chute indefensável, tal a violência.  É bonito ver um jogador batendo  com aquela volúpia. Lembrei de Aloísio Martins, um antigo comentarista mineiro, tio de Diego Tardelli, que usava muito a palavra volúpia para expressar seu sentimento de satisfação  com determinada jogada ou jogador.  Já De Arrascaeta é craque. Marcelo Oliveira tem é de achar o seu lugar no campo. Apenas isso. O gol e o lance no final, com a bola passando rasgando a trave, foram  espetaculares. Capacidade dos diferenciados. Para encerrar, que o Cruzeiro siga progredindo. Vai precisar para subir mais na Libertadores. A outra fase vai exigir muito.

Não é a Libertadores dos sonhos

Quando foram definidos os 32 participantes da Libertadores 2015, o que mais se postou na mídia é que teríamos possivelmente a melhor Libertadores de todos os  tempos, com a presença de clubes tradicionais dos países e os grandes campões. Mas a prática tem demonstrado outra coisa. Tem time que é uma verdadeira baba, como dizem os baianos. Não dá para entender como preparam equipes, em alguns países, tão fracas para a competição. Até este Guarani, do Paraguai, que venceu o Racing, campeão argentino, e foi exaltado, é duro de ver. Time fraco, muito fraco. Sem falar no Palestino, do Chile; San José, da Bolívia;  Zamora, da Venezuela;  Juan Aurich; do Peru  etc. Porque tem mais. Está duro. Maior decepção, o River Plate, que não alcançou sequer uma vitória. Vamos ver se a partir das oitavas teremos realmente a Libertadores dos  sonhos. Por enquanto,  pesadelos. O narrador Alberto Rodrigues, da Rádio Itatiaia, poderia dizer com toda autoridade: “Está terrível Oswaldo”. Era o termo que usava nos piores momentos do Cruzeiro, quando o seu comentarista era o falecido Oswaldo Faria.