Os clubes investem em segurança nos hotéis e concentrações não apenas pelo fato de impedir que um torcedor possa tirar a privacidade de um jogador. Os técnicos e supervisores colocam dois atletas em um mesmo quarto muitas das vezes com o objetivo de um vigiar o outro. Também para que uns não se sintam isolados e pressionados, especialmente nos momentos das grandes decisões, quando é preciso conversar, dialogar entre eles os detalhes dos jogos. Alguns passam dois ou mais dias, só falando no que poderá acontecer. Outros fazem as opções pelas zoeiras e brincadeiras para descontrair o ambiente. É um momento também de muitas fantasias, com personagens marcantes. Casos de Nelinho, Luizinho, Romário, Amaral, Almir Catimba, Mengalvio, Raul, Natal, Reinaldo e muitos outros. Contam que no Barro Preto, estádio do Cruzeiro nos Anos 50, quando os jogadores ainda dormiam em alojamento, construído debaixo da arquibancada, uma noite alguém ouviu: “Eu gosto é que aperta o meu coração Guerino”. E vai dai por diante.
Há técnicos que gostam que os jogadores deixem as portas dos quatros sem trancar para que eles possam, na madrugada, observar se realmente estão dormindo. Existem os sonâmbulos que fazem a festa dos companheiros, com histórias fantásticas, como a revelada por Amaral, ex-volante do Palmeiras. No pesadelo, ele estava sendo ameaçado por marginais e tirou o revolver para se defender, no exato momento em que Marcelinho Carioca entrou no quarto. Ele então pegou a arma e por pouco não atirou. Muitos também têm insônia e só conseguem dormir ao amanhecer. Numa madrugada, em 2000, encontrei Sorin e Viveros, andando por Copacabana. O Cruzeiro estava hospedado no hotel Plaza, na av. Princesa Isabel. Eu lhes disse que ali era um local perigoso, com muitos assaltos e o colombiano Viveros respondeu tranquilo: “Me padre (chamava-me de seu pai), em Bogotá há locais muito mais violentos. Aqui é o paraíso”.
Nos Anos 80 participei de uma viagem do Atlético a Manaus e os jogadores passavam a noite entrando nos quartos, usando máscaras de monstros, que faziam parte da bagagem deles em todas as viagens. Uns seis invadiam os quartos dos que dormiam sem qualquer tipo de dificuldade. A reação era muito mais do que de espanto. As vítimas contavam as mais estranhas histórias para não morrer e tentar voltar para o mundo da realidade, sem aqueles fantasmas. João Leite era um dos líderes destas brincadeiras. Também fui vítima. Naquele tempo eles já produziam pegadinhas que teriam hoje repercussão mundial. Tais quais as múmias que apareceram nos metrôs do Ceará, o zumbi e aquela menina, que grita dentro do elevador e que fizeram o SBT aumentar a sua audiência.
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ResponderExcluirTô aqui lendo e pensando o que será que acontece nas concentrações do futebol feminino, nas suas seleções adultas ou Vilas Olímpicas adultas, aquele tanto de russas dando bobeira, nos meus tempos de atleta mirim de voleyball eu sempre ouvia uns fuxicos que fulana de tal ficou com ciclano...Depois de mais velho na China comprovei de fato que Hotéis e Concentrações como diria o Fera e Sr. Fernando só tem canalhas melhor dizendo " As Canalhas", Seu João grande amigo me aconselha sempre e diz "mexe com isso não, melhor comer na mamãe."
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