Em 2005, o Ipatinga com o apoio do Cruzeiro, ler Zezé Perrella, armou um time forte para conquistar o título de campeão mineiro. Uma façanha para um representante do interior. Como repórter do Estado de Minas fui algumas vezes ao Vale do Aço fazer a cobertura do Tigrão, conhecer a estrutura do Clube, os objetivos e sonhos dos jogadores e o que projetava o técnico Ney Franco, com quem tinha uma maior aproximação, pelos contados praticamente diários desde os tempos da base no Cruzeiro. Na primeira conversa percebi que Paulo Benedito Bonifácio Maximiano, o Paulinho, era o mais irreverente. Brincalhão, fazia questão de chamar à atenção dos companheiros. Tudo com a simplicidade de um sonhador. Coisa de boleiro.
Do grupo, alguns ainda correm atrás da bola. Rodrigo Posso parou. O zagueiro Willan hoje é comentarista do canal Sportv; Walter Minhoca, Leo Medeiros, Luizinho, Mancuso, Irineu, Kanu e Fahel ainda tentam, mas sabem que o destino está chamando para a aposentadoria. Paulinho, com 39 anos, vive em Monte Carmelo (MG), onde nasceu. Rodou por vários clubes, inclusive jogando pelo Maccabi Haifa, de Israel. Seu auge foi no Flamengo, onde ganhou a camisa de titular e recebeu o apelido de Chaveirinho. Tinha uma raça impressionante e um sentido de colocação preciso para a função de volante. Em 2010, encerrou a carreira. Jogando pelo Volta Redonda, numa partida contra o Botafogo, foi flagrado no exame antidoping com suspeita de uso de cocaína e penalizado pelo STJD com a suspensão de dois anos. Não voltou mais aos campos.
Ele era estiloso. Fazia questão de se exibir, no Ipatinga, com o celular da época. Não ficava quieto. Lembro, numa tarde, antes do treinamento, andando de um lado para o outro, observado por todos. Falava alto ao celular. Todos teriam de ouvir: “Autuori, já falei que não vou”. O técnico Paulo Autuori estava dirigindo o Cruzeiro, cotado até para a Seleção Brasileira e no imaginário, Paulinho seria um reforço para o time celeste: “Já falei e vou repetir que não vou Autuori”. Insistia e fazia questão de repetir o nome do técnico. No final, ele mostrou o quanto era criativo: “Tô sabendo que você será o técnico da Seleção Brasileira. Se for, nem para a Seleção eu tenho interesse. Agora, chega de me encher o saco. Meu negócio é o Tigrão”.
Percebeu que eu ouvia e emendou: “Olha Autuori. Vai ficar ruim para você. Tem um repórter aqui ouvindo tudo. Já imaginou se ele coloca esta resenha nas páginas amanhã. Você querendo tirar um jogador do Ipatinga?”
Sensacional Paulinho. O Willians do Cruzeiro lembra muito seu estilo guerreiro. Que tenha feito um bom pé de meia para curtir sua aposentadoria.
ResponderExcluirUma figura esse Paulinho
ResponderExcluirChaveirinho foi ídolo aqui no Mengão
ResponderExcluirNey Franco também aposentou. Parou em enganar
ResponderExcluirPaulinho Caveira
ResponderExcluirEncarnou um volante jóquei destruidor mas que não tem mais lugar nos grandes times
ResponderExcluirFalei com o pessoal do Ipatinga recentemente e a informação que tenho não é boa para Paulinho. Não criou estrutura para viver sem o futebol.
ResponderExcluirUma pena.Ele era um menino muito bom. Puro e muito profissional.
Ainda jogou no Paracatu... tem um monte de filhos..., não deu valor à mãe.
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