quinta-feira, 10 de julho de 2014

Os sinais do fracasso II


O limite está estabelecido para as Seleções em um Mundial quando não há uma estrutura técnica. Nesta situação, disputar o título jamais, especialmente quando é a sede da competição, porque aumenta a pressão. Temos dois bons exemplos: Itália, em 1990 e Alemanha, 2006, também caíram nas semifinais. Mas recuperaram. Os italianos disputaram o título com o Brasil na edição seguinte, 1994, nos Estados Unidos e perderam. Em 2006, levantaram o caneco. No programa  “Campeões” da Sportv, o capitão Cannavarro foi firme: 
“Em nosso país, também do Futebol, as quedas têm consequências. Estão fora o presidente da Confederação Giancarlo Abate e o técnico Cesare Prandelli,  que pediram demissão”. Assim tem de ser. Limpeza. Com a Alemanha, iniciou-se um trabalho para mostrar a sua grandeza. Oito anos depois, já está novamente em uma final e mostrando para o mundo um futebol que encanta. Deu uma aula no Brasil, mas é importante destacar a evolução técnica de suas principais equipes. O Bayern está no topo mundial, mas há outras em bom nível.  Vamos esperar que o mesmo possa acontecer com o Brasil, depois da humilhação dos 7 a 1, diante dos alemães, no Mineirão.

Quando o jogo começou, se esperava um comportamento de alto nível da Seleção Brasileira, porque só desta forma poderia vencer. Mas tínhamos como trunfo  apenas a harmonia das palavras e intenções dos jogadores. Sempre emotivos, fazendo questão de mostrar uma união em busca do objetivo: comover a  nação. Em todos os atos, sem exceções, a preocupação única de mostrar que o povo  era a  parcela principal. Marketing perfeito, mesmo com aquela frescura de mãos dadas ou nos ombros, e tudo que vimos. Em 1994, quando a Seleção entrava em campo, realmente os jogadores  cumpriam este ritual, fazendo questão de passar aquela imagem para o mundo, mas acima de tudo, sabiam que iriam enfrentar e superar os obstáculos. Agora foi um teatro. Se não, vejamos alguns dos fatos. Primeiro, a Comissão Técnica dizendo que o Brasil, no início da preparação, estava com a mão na Taça. Depois, que seríamos campeões porque estávamos em casa.  Como falava Garrincha: “Já avisaram para os outros?" Ele não falava adversários. Em seguida, a ladainha. Tínhamos um grupo forte. Neymar endeusado e fomos obrigados a engolir  as feras do Felipão. Que feras. Minha teoria é que diante de adversários tecnicamente fracos, os ruins se destacam. Os craques ficam na deles. Dito e feito. Era só sermos um pouco mais exigidos que ficavam evidentes as falhas de entrosamento, técnica, tática e, principalmente,  a desconfiança.

Tudo veio a prova diante da Alemanha, no maior fracasso do Brasil em um Mundial. Quis Deus que fosse desta forma para que não dar espaços para as desculpas. Fomos tão ridículos que nem conseguimos pegar os alemães para que pudéssemos fazer falta. Foram 11 no jogo, enquanto eles, vencedores, fizeram quatro a mais. David Luiz ficou como uma barata tonta; Dante sem saber a quem marcar; os laterais, inofensivos na marcação; o meio-campo como toda a equipe, sem destino, coitado do Fernandinho; Sem falar da atuação de Hulk, Fred, Oscar e outros. Que vergonha. E o nosso goleiraço Júlio César? Atuaram como em um futebol amador ou de várzea, como dizem em alguns Estados. E, por incrível que pareça, mesmo diante daquele espetáculo produzido pela Alemanha, nossos senhores ainda não tiveram a dignidade de dizer que levamos uma aula de Futebol. Éramos um grupo também voltado 100% para Neymar.  E ainda foram buscar uma psicóloga para que a bola viesse. O ex-técnico Mário Sérgio, hoje comentarista da Fox, casado como uma psicóloga, disse que já expulsou uma de sua época como técnico do Corinthans, porque passou-se a imagem de que ela teria ganho um título. Ele respeita o trabalho, mas foi claro: só se atingem os resultados depois de muitas terapias e conversas, principalmente quando estão envolvidas as estrelas do Futebol. O que confirma também minha filha Débora, que também é psicóloga e abre uma exceção: “Muitas vezes uma única terapia pode significar uma grande vitória”.

Mas ainda enfrentamos um outro problema: a questão emocional, que foi a tônica,  cansa, destrói e limita a condição física. Por este fato, as estatísticas apontam: entre os quatro semifinalistas o Brasil foi o que menos correu em toda competição. E levou aquele banho. Não tinha como escapar do massacre. E vida que  segue.





3 comentários:

  1. O pior o fanfarrão do Felipão não admitir que está ultrapassado. Falta humildade acima de tudo

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  2. Perdemos porque ficamos iludidos com a copa das confederações, na falta de respeito aos adversários ao estampar aquela frase no ônibus da seleção: "preparem-se..." e continuamos perdendo ao não admitir que futebol não se joga mais com intuição e um Neymar. O futebol mudou

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  3. Felipão está com o álbum debaixo do braço dizendo que fiz isso e aquilo. Só que ele já era, apesar de muita gente na CBF desejar que ele permaneça. Ós 7 a 1 lhe tiraram da rota. Será bom para o futebol brasileiro, mas tudo de mudar toda a estrutura técnica. Começar do zero

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