quinta-feira, 17 de julho de 2014

Os sinais do fracasso (ultimo capítulo)


Já ouvimos muitas histórias relativas ao fracasso da Seleção Brasileira no Mundial. Algumas correram as redes sociais como uma bomba, relatando negociações para as nossas derrotas. Criatividade humana dos fatos relatados, mas também por culpa da estrutura do Futebol. Não só aqui, mas em qualquer parte do planeta.  A  verdade, postada no primeiro comentário sobre a competição, é que faltou a bola para o Brasil. Se tivéssemos qualidade e o futebol viesse dentro até de nossa capacidade, que não é lá estas coisas, ainda teríamos pelo menos chance de uma final. O primeiro fator foi o emocional. A psicóloga constatou que o perfil do grupo era o melhor possível. Falou: “O melhor que trabalhei em 30 anos”. Mas para quem estava participando do trabalho, a realidade foi outra. Uma pressão jamais vista no Futebol, especialmente para os 16 jogadores que pela primeira vez estavam em um Mundial. Se para 90% dos brasileiros (torcedores) os fatos eram inéditos, imagine para os mais jovens personagens da competição, alguns como debutantes na Seleção Brasileira. Foi terrível para eles. As cenas que mais marcaram e que a cabeça deles não teve capacidade para absolver, foram  as imagens nas  deslocações dos ônibus  que o levaram dos hotéis para os estádios; dos aeroportos para os hotéis e dos hotéis para os centros de treinamentos. Observaram um povo em êxtase.

Os jogadores falavam, entre eles, que nossa torcida estava anestesiada querendo a conquista, e eles não podiam falhar. O trecho mais comovente foi do hotel, na avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte, até o Mineirão. Estimaram mais de 500 mil pessoas nas calçadas aplaudindo. A cada minuto a responsabilidade foi aumentando. Tecnicamente sabiam da capacidade para obter as vitórias. Afinal, atuam nos times de ponta do mundo e a maioria estava acostumada com as grandes competições europeias, mas jamais evidenciando momentos como aqueles. E deu no que deu. Comentaram que podiam perder para a Alemanha. Qualquer resultado seria normal, mas jamais 7 a 1. Unanimidade entre eles: sem explicação. Para Felipão, a pane.

Outra questão discutida entre os jogadores, foi a preparação na Granja Comary, em Teresópolis. Aceitaram com a maior naturalidade, pelas acomodações, mas jamais tiveram paz para desenvolver um trabalho. Mas ninguém extrapolou emocionalmente, apesar de muitos ficarem até uma hora dando autógrafos para as pessoas que conseguiam ver nos treinamentos e ficavam coladas a cerca de proteção aos gramados. O problema foi maior que eles se viam numa cena de Big Brother, porque era possível mostrar as imagens de tudo que eles estavam fazendo para o mundo. Exceto dormindo ou tomando banho. Ficou até a suspeita de que numa das casas próximas poderiam estar os adversários filmando tudo. Então, taticamente o Brasil não foi segredo para ninguém. É impossível lá ser uma concentração adequada pelo fato do terreno para a construção do CT ter sido doado, com uma cláusula: jamais poderá ter muros. Apenas cercas. Os vizinhos aproveitaram e algumas casas foram alugadas para até 50 pessoas e uma multidão acompanhava tudo. Experiente, Felipão treinava uma equipe, acertava algumas movimentações, mas como tinha certeza de que estava sendo inspecionado (atividade irregular), escalava outro time.

Para fechar, ainda havia o que para eles, era um espião no grupo, nada menos do que o olheiro Alexandre Gallo. Primeiro, porque não foi uma indicação de Scolari, que escolhe seus nomes a dedo. Depois, por algumas declarações durante os Jogos e para culminar, o que Gallo falou depois dos 7 a 1: “Não foi o que recomendei. Combinamos um time e ele escalou outro”. Por este motivo, jamais façam um convite para que sentem na mesma mesa. O fato é que há raras imagens deles conversando ou próximos. Entre os jogadores, o ambiente foi sempre bom, com questionamentos. O principal deles: por que a torcida acredita tanto, até comprando os ingressos para as semifinais e finalíssima e a imprensa nos critica tanto? Falaram da laranja holandesa e do bagaço brasileiro, somadas as críticas a Felipão, sua insegurança e, ainda, os treinamentos não dentro de uma programação ideal para a disputa de um Mundial. Foi este o quadro final para a derrota. A maior da história.





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