terça-feira, 1 de julho de 2014

Raio X do Brasil


Nunca se imaginou que chegaríamos as quartas de final do Mundial debatendo tanto a Seleção Brasileira por apresentar um futebol sem encanto. Não transmite confiança e diante de nossas exigências e histórico (cinco títulos mundiais) fica a expectativa de que tudo pode acontecer.  A queda contra a Colômbia ou se seguimos até a finalíssima. É a questão. Há muito o que falar. Inicialmente sobre o comandante, Luiz Felipe Scolari. O que ele fez segunda-feira, depois do treinamento, de bater um papo com seis jornalistas de sua confiança é uma praxe em seu trabalho. Fez nos clubes que passou, sou prova no Cruzeiro, onde convivemos por dois anos apenas. Primeiramente, com uma certa desconfiança da parte dele e, depois, abordando abertamente temas diversos, especialmente a bola, o que lhe move 24 horas para sonhos e pesadelos.A imprensa não aceitou a atitude de Felipão de conversar apenas com um grupo. O melhor seria com a presença de todos os brasileiros credenciados e ali naquele momento. 

O time não evolui.  Alguns jogadores, repito todos com bom nível técnico, não encaixam no esquema tático. Ficam lacunas e não há entrosamento. Falam que o conjunto só alcança um nível desejado quando há a produção individual. Ou vice versa. Não vejo desta forma, apesar da valorização tática. O individual, diante do equilíbrio do Futebol, está acima de tudo. Estamos vendo um pega aqui outro ali (marcação) e de repente uma peça faz o diferencial. Não é, Neymar? Temos outros exemplos: Julio César, nas duas defesas dos pênaltis: James Rodriguez, da Colômbia; Robben, da Holanda, Messi, da Argentina;  Benzema, da França. Há outros, como os goleiros Ochoa, do México; ou Vincent Enyeama, da Nigéria, este com 18 grandes defesas na 1ª fase. Por pouco não conseguiram levar suas Seleções um pouco a frente. Melhorou muito no mundo a qualidade técnica dos goleiros.

Imagine se Fred estivesse em tardes iluminadas. Será que estaríamos com tantos problemas ? Com certeza, tudo a mil maravilhas. Mas vejam, mesmo jogando mal, as laterais não defendendo de acordo; Oscar perdido defensivamente e quando ataca; Hulk, sem saber que é jogo coletivo; Thiago Silva sem o futebol de melhor do mundo em sua posição; os volantes tentando ser peças produtivas na frente, quando foram preparados para jogar defensivamente, dando a cobertura para os laterais e a zaga e, ainda, as dependências para Neymar (a bola tem de chegar nele), o Brasil , com um futebol sem rumo,  consegue chegar ao gol. Vai caminhando. Está nas quartas de final e o mais importante, com o apoio total de nosso povo. Não houve vaias. Só comoções.

A questão é que o Futebol, a cada dia, está nivelado. Os jogadores sem tantos recursos técnicos que antes apenas defendiam, hoje conseguem integrar mais ao coletivo, devido a inteligência e fundamentos. O Futebol jamais será uma ciência exata, mas quem segue uma determinação, a tendência é obter os resultados. Em função deste novo quadro, Brasil, Alemanha e França passaram pelo sofrimento nas oitavas. Será assim até o chute final, com grandes jogos nas quartas e semifinais. As seleções podem arriscar ainda um pouco. Na finalíssima, será jogo truncado, sem arte. Apenas disputa. Se hoje estão defendendo com oito e atacando com quatro dentro da área, há raras exceções, será a sanfona dos dez vão e voltam. Passar da linha de meio de campo será entregar o ouro para o bandido.    




  

 

2 comentários:

  1. Fico imaginando se algum dos técnicos brasileiros estivesse a frente de seleções como Colômbia, Bélgica ou Costa Rica. Será que estas seleções estariam nas quartas de final? Ou o discurso seria o mesmo de outros técnicos que reclamam de falta de jogadores de boa técnica? Pekerman, klinsmann, Jorge Luís Pinto entre outros, não possuem nem a metade dos jogadores de boa técnica do Brasil. Contra o Chile ficou claro e evidente que a seleção foi mal escalada, é mal treinada e depende de um jogador que se preocupa mais com o marketing que com a bola. Estamos dependendo da sorte

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  2. Frederico,
    Paramos no tempo e no espaço. ~Razões para a qualidade de nosso futebol e dos nossos técnicos

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