terça-feira, 26 de agosto de 2014

O fim dos camisas 9


Não somos técnicos. Apenas críticos, mas há uma verdade no Futebol que há décadas está exposta. Não é exagero escrever décadas. Os profissionais insistem no erro, mesmo eles dizendo que só podem escalar jogadores com muitas funções. Eles selecionam centro-avantes totalmente fora da realidade do Futebol. A história mostra que os times que optaram por um jogador com esta habilidade técnica foram muito bem sucedidos. Quando o assunto é Seleção, ainda mais, porque as equipes são formadas por jogadores que teoricamente são os melhores de cada País. Façam uma reflexão e vão observar que os grandes times, os quais tivemos o privilégio de ver em ação, eram escalados com atacantes essencialmente técnicos. O melhor exemplo: o ataque do Brasil, em 1970, tricampeão no México, com este ataque: Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino. Não tinha brucutu, aquele atacante que mata com a canela, não tem a técnica para trabalhar a bola com carinho e fica os 90 minutos na área a espera da bola para fazer o gol.

O grande Santos de Pelé, tinha Coutinho como coadjuvante; a Seleção Brasileira, campeã, em 1994, nos Estados Unidos; uma dupla de frente competente: Romário principalmente e Bebeto; o Brasil, de 1982, na Espanha - para muitos o último grande momento do nosso futebol - apenas Serginho destoava, porque estava ao lado de Zico, Falcão, Cerezzo, Júnior, Sócrates, etc. Mas vamos falar um pouco de clubes. Vejam o grande Cruzeiro de 1966, com Natal, Tostão, Dirceu Lopes, Evaldo e Hilton Oliveira na linha de frente. Também sem o brucutu. Só técnica. O grande São Paulo, com Muller, Silas e Careca; o Flamengo, de Zico - o galinho compensava os companheiros não portadores da arte da bola; o Fluminense, com casal 20, Washington, não tão habilidoso; mas Assis completo; o Atlético, de Reinaldo e Marcelo, este hoje técnico do Cruzeiro; o Palmeiras, de Edmundo e Evair. Chega de exemplos. 

Mesmo assim, nossos técnicos gostam de escalar os atacantes de área sem mobilidade. Ficam fixos, dizendo que eles fazem muito bem o trabalho de pivô. Que cascata. Não são eles mesmo que dizem que o Futebol é formado por equipes com atletas com múltiplas funções; Não é assim que jogam o Bayern de Munique, Barcelona, Seleção da Espanha (campeã do mundo em 2010), a da Alemanha, campeã aqui; Real Madrid (este mais velocidade, em função da habilidade de Cristiano Ronaldo),etc. Times com toque de bola. E nós estamos insistindo com Fred, Luis Fabiano, Rafael Moura, Barcos, Jô, André, Leandro Damião, Marcão e outros. São apenas raros lampejos, como na última rodada do Brasileiro. Aos nossos olhos a maior das verdades: a eficiência do Cruzeiro nos pés de Ricardo Goulart e principalmente Everton Ribeiro. Eles dão um tratamento especial para a bola. 

Na vida, estamos sempre dizendo que as mentiras não duram nem 24 horas. Mas esta de centro-avante já tem quase um século. 







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