Levir já era. E ele é o único culpado

Há mais de um mês publiquei que Levir Culpi acertava a renovação do contrato com o Atlético, com 90% definidos. Como sempre, os 10% restantes estavam ligados à parte financeira. O clube quer redução nos salários. De algumas pessoas, até de 30%. Na cerimônia de entrega do título de cidadão honorário ao goleiro Victor, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, perguntei ao presidente Daniel Nepomuceno, sem citar o nome do técnico, qual seria a política para 2016 e ele foi categórico: “Já acertei a renovação de todo o pessoal da comissão técnica. Vamos mudar algumas coisas no grupo de atletas, por necessidades e devemos vender um jogador”.  No meu entendimento, estava consumada a renovação de Levir; que o Atlético vai negociar um jogador e que não haverá contratações com altos investimentos. A partir daí, ouvi de ambas as partes (dirigentes e técnico) elogios e detalhes sobre planejamento, etc. Tudo que se faz visando uma próxima temporada. E que o acerto seria anunciado na hora certa.  Só que o discurso mudou, em função de alguns resultados do time, que caiu muito de produção e o técnico visivelmente deixou de ter aquela luz que todo comandante necessita nos momentos decisivos. O ambiente não é o mesmo. Alguns dirigentes querem sua queda. Nepomuceno  não bate mais o martelo, principalmente pelas declarações do treinador (referindo-se ao momento para o acerto e usando até a palavra burrice dos dirigentes em não confirmar sua saída ou a renovação) e como sempre avaliando publicamente fatos que são exclusivamente parte da diretoria e não do técnico. Ele subiu na gangorra, pediu para ser empurrado bem alto e agora solicita que alguém dê um esbarrão para que possa cair. Não é mais unanimidade entre os jogadores, apesar da maioria torcer para que Levir permaneça. Pelo que conheço do mundo da bola, ele já era. Culpa exclusiva dele.A torcida domingo, no empate por 2 a 2, com o Goiás, no Independência, deu seu veredicto: fora.