sábado, 4 de junho de 2016

Muhammad Ali, a lenda que influenciou gerações



Muhammad Ali ficou o tempo inteiro sentado em uma cadeira (Foto: Divulgação/Universidade de Louisville)
           A última imagem de um gigante dos ringues e que fora dele foi maior ainda, desafiando os EUA

Não é por acaso que os jornais do mundo e as mídias sociais destacam hoje (04-06) que mais uma lenda do esporte nos deixou. Em um dos textos, a abertura diz: morre o homem e fica a lenda. Acrescento: o mito. Alguém que com sua capacidade e coragem superou tudo o que podemos afirmar sobre lenda, mito, ídolo ou como a geração atual sentencia: o cara. Muhammad Ali marcou gerações. Que o digam os negros e aqueles que um dia pensaram em desafiar a superpotência Estados Unidos. Ele venceu e ficou na história.

Sua despedida da terra foi nesta madrugada, aos 74 anos, derrotado pelo Mal de Parkinson, doença que o acompanhou por 32 anos. O ex-campeão mundial dos pesos-pesados foi fantástico. Nem sei em quantas madrugadas minha geração ficou ligada na TV para assistir ao seu espetáculo. Um falastrão, mas que possuía uma técnica para derrubar o adversário como ninguém viu. Sem violência e sem sangue. Na arte.  Seu histórico: 57 vitórias, 37 delas por nocautes e 5 derrotas.

A geração de hoje não pode imaginar o que foi Muhammad Ali. Ele nasceu em Louisville, em Kentucky, nos Estados Unidos, sendo batizado com o nome de Cassius Marcellus Clay Jr. Menino iniciou-se no boxe e com pouco tempo já derrubava os mitos pesos pesados. Aos 18 anos foi campeão olímpico.  Em 1964, o mundo do boxe ficou sem entender como aquele garoto tornou-se campeão mundial, ao derrotar Sonny Liston. Ele gritou: “Eu sou o maior”. Aliou-se a Malcom X, defensor do nacionalismo negro e anunciou ter se convertido à religião islâmica, mudando seu nome para Muhammad Ali.

Em 1967, perdeu o título mundial e ficou afastado do boxe por três anos. Ali se recusou a servir ao exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e criticou seu País pelo envio de militares para o conflito com os vietcongues. Cumpriu a pena de três anos pela recusa e quando voltou para recomeçar no boxe, o mundo parou para ver suas lutas. Foi neste exato momento que ele nos comoveu,um líder como Martin Luther King, assassinado em 1968 e que nos deixou frases históricas. Uma delas: "Eu tenho um sonho que um dia meu povo não seja julgado pela cor de sua pele mas sim pelo conteúdo de seu caráter".

O retorno de Ali foi ainda mais especular. A história registra. Ele tornou-se um herói dos negros oprimidos e dos simpatizantes da luta contra o racismo. O combate contra George Foreman, em 1974, no Zaire (antiga República do Congo), no qual recuperou o título mundial, foi tão espetacular que virou filme, "Quando Éramos Reis".

Ali, que seu descanso seja em paz. Com orgulho digo que tenho uma foto ao seu lado, tirada em 1987, numa noite, em um ginásio em Indianápolis (EUA), durante um dos jogos de basquete dos Jogos Pan-Americanos.  Procurei em meus alfarrábios e não a encontrei. Este texto é a minha simples homenagem a aquele que estará cravado eternamente em minha mente, como o meu pai, que pediu licença e também partiu no último dia 18 de outubro.

                                  

5 comentários:

  1. Parabéns Melane. Bela homenagem àquele que despertou a auto estima nos negros americanos e de todo mundo

    ResponderExcluir
  2. Grande mensagem Melane, um texto que homenageia um mito do esporte e presta o seu tributo emocionante para esse grande atleta e exemplo de ser humano. Sem dúvida estamos mais pobres e carentes com essa perda. E Deus não procura por pessoas perfeitas, mas acessíveis de coração. abs.

    ResponderExcluir
  3. Grande mensagem Melane, um texto que homenageia um mito do esporte e presta o seu tributo emocionante para esse grande atleta e exemplo de ser humano. Sem dúvida estamos mais pobres e carentes com essa perda. E Deus não procura por pessoas perfeitas, mas acessíveis de coração. abs.

    ResponderExcluir
  4. Melane, parabéns pela matéria!

    ResponderExcluir
  5. When we were kings, assisti ainda criança, com meu pai e meu tio Mauro, no Rio de Janeiro, em VHS, inesquecível!

    ResponderExcluir