Lúcio dos Santos, também chamado de Tito Zagalo pelos amigos, foi um dos maiores incentivadores do Futebol Feminino nos Anos 80, em Minas Gerais. Chegou a armar um time forte no Atlético, com o apoio do diretor de esportes especializados, Carlos Moreira. Nas horas vagas, Lúcio também preparava times em Belo Horizonte (um junta junta) para jogar no interior, levando ex-jogadores, jornalistas, artistas e quando as cidades exigiam na caravana iam estrelas de outros Estados para abrilhantar as festas. Participei de algumas. Uma delas, em Lavras, com Kafunga, Telê Santana, Reinaldo etc.
Com o apoio de Carlos Alberto Silva, que tinha sido técnico de Romário na Seleção Brasileira (sua estreia foi em 1987, contra a Irlanda, lançado pelo treinador mineiro) e do falecido Gilberto Santana, outro que fazia parte dos maravilhosos programas, Lúcio conseguiu contratar para uma das viagens a Zona da Mata mineira, nada menos do que Romário. O baixinho dava os primeiros passos no Futebol, com destaque, jogando pelo Vasco e já tinha suas histórias. Ele aceitou jogar, já que era período de férias e iria levar um troco. Mas, na verdade, jogou pelo prazer, como diz Neymar. A vontade de tocar na bola fascina, principalmente para os iniciantes. Não há cansaço. Jogar hoje e amanhã é festa. Se a bola fosse algo proibido, muitos a levariam para casa e dormiriam abraçados a ela. Romário estaria na lista dos primeiros.
Ele chegou à cidade com sua simplicidade, trocou de roupa no acanhado vestiário e foi para o campo. Para marcá-lo um zagueirão de quase dois metros, que batia até na sombra. Romário tentava e não dava nada. Depois de tudo foi muito engraçado ouvi-lo contar o que aconteceu com o seu marcador. No primeiro tempo poderia dizer que nem entrou em campo, totalmente anulado. Quando o árbitro apitou o final da primeira etapa, o craque não hesitou e disse ao zagueiro: “Meu amigo. Você joga muito. Não pode ficar aqui. Tem é de jogar no Rio”. O rapaz assustou e abriu bem os olhos. Ficou sem entender. E falou: Será que estou jogando tanto assim? O astro começou falando que ele deveria ir para o Bangu. Para empolgá-lo garantiu uma vaga como titular no Vasco. Ele não acreditou. Romário esperto pediu ao promotor do jogo que recomendasse ao becão para não bater tanto. Mas nem foi preciso porque o rapaz ficou tão fascinado e emocionado que na segunda etapa nem teve força para tocar na bola.
Romário fez o que quis. Mais de cinco gols. Produziu o espetáculo que o torcedor pagou para ver. Foi carregado para o vestiário e na festa apareceu o zagueiro, já com a sua malinha, pronto para a viagem até o Rio. Tímido se dirigiu ao craque. Romário olhou, olhou e levantou a cabeça, indagando o jogador de pelada ou baba como dizem os baianos. Silêncio total para ouvi-lo: "Cara não estou entendendo o que você está falando ". O zagueiro então repetiu alto o diálogo do intervalo. Todos ouviram. Era o que o craque desejava. A partir daí, foi só farra no vestiário. O rapaz timidamente deu as costas e foi embora. Assim era Romário. Mas tem muito mais.
Romário fez o que quis. Mais de cinco gols. Produziu o espetáculo que o torcedor pagou para ver. Foi carregado para o vestiário e na festa apareceu o zagueiro, já com a sua malinha, pronto para a viagem até o Rio. Tímido se dirigiu ao craque. Romário olhou, olhou e levantou a cabeça, indagando o jogador de pelada ou baba como dizem os baianos. Silêncio total para ouvi-lo: "Cara não estou entendendo o que você está falando ". O zagueiro então repetiu alto o diálogo do intervalo. Todos ouviram. Era o que o craque desejava. A partir daí, foi só farra no vestiário. O rapaz timidamente deu as costas e foi embora. Assim era Romário. Mas tem muito mais.
Ao amigo Antônio Melane, deixo o agradecimento em nome de td nossa família pelas constantes visitas que muito contribuiu na recuperação da saúde de meu pai Lúcio dos Santos.
ResponderExcluirAgradecemos ainda, por dedicar tempo e espaço em seu blog para resgatar “casos” que marcaram tempo, lugares e pessoas, oriundos das carreiras jornalística e futebolística em que vcs foram partes e que descendem de parte da história do futebol mineiro e brasileiro.
Aproveito para parabeniza-lo pelas brilhantes matérias e entrevistas que de forma rica, inteligente e autêntica, tem retratado as rodadas do nosso futebol e o esporte num todo, sempre abordando temas de modo particular e de excelente crítica há muito não visto no jornal impresso e programas esportivos dos grandes meios de comunicação.
Saiba que nos sentimos honrados e orgulhosos em ter como amigo, uma pessoa íntegra e extremamente competente no que faz - que assim como o papai é parte, é percussor do esporte e jornalismo esportivo. Forte abraço!
Que o seu Blog possa produzir bons frutos e que venha ainda mais sucesso!!!
Jonas de Oliveira Santos.