O Vôlei também tem as suas histórias. Personagens que estão presentes
na vida de quem ama e acompanha o esporte. Márcia
Regina Cunha, a Fu, mineira de Juiz de Fora, de 45 anos, faz parte de uma
geração do vôlei que tem de ser eternamente respeitada. Antes de surgir a sua
geração, o Brasil participava das competições mundiais apenas como o
coadjuvante. Aquele que não acrescentava nada. Mas graças a sua garra e
talento, ao lado do potencial de Ana Flávia Sanglard, Fernanda Venturini, Ana
Moser, Ana Paula e outras, no comando de Bernardinho, subimos ao pódio, onde estamos presentes. Ela tinha um estilo
nada convencional para uma feminista.
Encarava as adversárias, especialmente as cubanas. Afinal, a quem
incomodava. A ponto de passar pelos jornalistas, com quem tinha liberdade, e apresentava o seu discurso
ameaçador: “Se falar mal de mim eu dou porrada”. Mas no fundo era pura e
amável.
Foi revelada pelo Sport, de Juiz de Fora . E, em seguida, mostrou no Minas Tênis Clube, onde teve duas passagens, de 1985 a
88, a primeira e depois, de 1992 a 93, sua qualidade. Em Belo Horizonte teve uma forte concorrente: Arlene. Outra que comandava, principalmente
na solidariedade as companheiras. Em um
dos treinamentos, Thaisa, ainda no começo da carreira, criticada pelo técnico
Antônio Rizola, por erros seguidos e falta de determinação, estava
emocionalmente abalada. Quando acabou a
preparação, Thaisa optou em fazer o alongamento fora da quadra, no espaço de
divisa das cadeiras e da quadra. Então
ouviu Arlene gritando: “É isso aí juvenil. Tem de ficar aí fora”. Thaisa não
aguentou e começou a chorar. Quando percebeu que havia derrubado ainda mais a
amiga, Arlene foi ao seu encontro, a ajudou no final do alongamento. Completou:
“Amiga, não liga para o que ele falou. Pelo menos ele te chama pelo nome, quando
eu erro, ele me chama pelo nome e sobrenome” Arlene c..... ”. Problema resolvido.
No antigo ginásio do Minas, Fu brindou os telespectadores
com uma das cenas mais incríveis dentro das quadras. As companheiras sabiam que partindo dela tudo
poderia acontecer. Já havia esquecido um
troféu no aeroporto pelo título de vice-campeão mundial de clubes pelo Minas TC e voltava ao velho palco, depois de fazer sua história aqui. A
torcida não aguentou ao vê-la com a camisa do adversário e a perseguiu do começo
ao fim do jogo, com muitas vaias. Em certo momento, depois de ter sido xingada
de tudo, ao caminhar para a rede, explodiu: “Para você que está me enchendo o
saco desde que o jogo começou. Toma lá”. Ela enfiou a mão direita por debaixo
do short, pegou o absorvente higiênico que usava e jogou no meio da torcida. Espanto geral do público. Partindo de Fu não era para ter nenhum espanto”.
Marcia Fu
ResponderExcluirUm abração por estar sempre presente na memória daqueles que tem o amor pelo vôlei e admiram atletas da sua grandeza.