Vasco, o expresso da vitória, campeão do Teresa Herrera, em 1957
Pelo menos durante três décadas, os mais
tradicionais clubes
do País eram convidados para participação nos cobiçados
torneios de verão da
Europa (pelas boas cotas e, ainda, a curtição no pleno verão
europeu),
especialmente os da Espanha, Teresa Herrera, Colombino,
Carranza e Juan Gamper,
entre outros. Lá estavam anualmente, clubes como Vasco,
Flamengo, Botafogo,
Fluminense, Santos, Corinthians, São Paulo, Palmeiras,
Atlético, Cruzeiro,
Internacional, Grêmio e outros. Isso nas décadas de 50, 60, 70, 80 e
90. Os clubes
europeus não fugiam de seus países durante as pré-temporadas
para buscar
o ouro dos árabes e asiáticos, como fazem agora. As viagens
eram fascinantes
para os brasileiros, que
disputavam outros
amistosos, em excursões que rendiam dólares, especialmente
para os empresários
(o uruguaio Juan Figer era o principal dono deste bolo),
experiência para os
jogadores e, ainda, abertura para futuras negociações com
grandes clubes da Europa.
Em uma destas viagens, o hoje deputado estadual João Leite e o
vereador em Belo Horizonte
Heleno contam que o Atlético jogou em três países e depois
ficou em Budapeste,
na Hungria, esperando outros convites. Foram mais de dez dias
sem saber qual
seria o próximo destino da delegação na Europa. Os jogadores
estavam ansiosos.
Queriam informações e não conseguiam. Como Heleno e João Leite
eram mais
próximos do empresário, numa tarde, ele os respondeu que ainda
era uma incógnita
a sequência da viagem. Minutos depois, o então atacante
Fernando Roberto
encontrou com os dois companheiros e o perguntou: “Finalmente
já sabem para
onde vamos?” João Leite não perdeu tempo: “Incógnita”.
Imediatamente, Fernando
Roberto, querendo mostrar para os outros que sabia de tudo,
lhes garantia:
“Vamos
para a cidade de incógnita. Podem arrumar as malas”.
Em outra viagem, também pela Europa, o
desejo eram os
perfumes da França. Os jogadores falavam mais das compras do
que dos adversários.
Numa tarde, finalmente, em Paris, foram liberados. Fernando
Roberto perguntou
várias vezes para os companheiros qual o nome do perfume que
deveria comprar: “Paco
rabanne”. Saiu eufórico do meio da turma e foi buscar o
desejado. Mas os
companheiros ficaram de olho, porque sabiam que ele teria
dificuldades para efetuar
a compra. E ouviram Fernando Roberto fazendo o pedido para a
vendedora: “Quero
o pato romano”. Falou uma, duas, três vezes. Como não foi
entendido, voltou
furioso para o meio da turma: “Essa f... não entende o que
falei. Quem vai me
ajudar comprar o pato romano? Não posso voltar para casa sem
ele”.
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