Paranaguá, tudo para fazer história no esporte

Foto: Ascom Rio Branco

Muitas cidades do interior tentam graças ao idealismo de alguns apaixonados pelo esporte fazer sua história de uma forma simples e objetiva. Através do Futebol oferecer a população um atrativo capaz de orgulhar a sua gente. Nesta trajetória encontrei recentemente Paranaguá, distante 91 km da capital Curitiba, principal cidade do litoral paranaense, a mais antiga do Estado, fundada em 1648, hoje com 145 mil habitantes. É o décimo município mais populoso do Paraná e o 31º da região Sul do Brasil. Vejam os números de sua grandeza: produto interno bruto de R$ 7.107.175,00 quinto maior do Estado. O porto é a principal atividade econômica, com mais de US$ 6 bilhões movimentados no terminal, com exportações e importações, superado apenas pelo de Santos; Vitória e Itaguaí (RJ). São 17 mil trabalhadores. Aos poucos, o esporte, em função dos investimentos no Rio Branco, time da primeira divisão do Futebol paranaense, vai crescendo e em breve Paranaguá estará com seu representante na lista dos gigantes do Paraná em igualdade  para competir com os três principais da capital, Coritiba, Atlético-PR e Paraná e, agora, o Londrina, atual campeão.

O Rio Branco é um dos mais antigos times de Futebol do Estado, conhecido como "Leão da Estradinha". Na cidade tem também o Seleto, vice-campeão paranaense em 1964, que hoje encontra-se no amadorismo. Há equipes de Futsal, Vôlei, Basquete, Natação, Ginástica, Judô e outras artes marciais e atletas paraolímpicos (um deles esteve nas Olimpíadas de Pequim, em 2008). A cidade possui dois estádios de Futebol. Um deles pouco usado: o Estádio Nelson Medrado Dias, patrimônio do Rio Branco. O principal estádio é o Gigante do Itiberê, propriedade do município, com capacidade para 11 mil torcedores. O complexo esportivo da Fundação Municipal de Esportes, fazendo parte também o estádio, há algo que poucas cidades no mundo possui, o que garante naturalmente a formação de muitos atletas e, consequentemente, para os treinamentos diários dos jogadores. A preparação  do Rio Branco é do nível dos grandes clubes do Futebol brasileiro. Não faz uma boa campanha no Campeonato de 2015, liderado pelo Coritiba, com 22 pontos; o JMalucelli, em segundo, com 20. Em seguida, na classificação, apenas times do interior, Operário, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Cascavel, aparecendo o Paraná, em sexto e o Atlético-PR, apenas em nono, com um ponto a frente do Rio Branco, este já na zona de rebaixamento, com sete. A classificação mostra exatamente a força do Futebol hoje no interior paranaense.

Se não está dando certo, em 2015, a política do Rio Branco, com certeza, os resultados virão nos próximos anos. Não só no Futebol, mas nos outros esportes, se observa um futuro promissor. Um dos segredos está na presença de ex-profissionais da bola, como Darlan Jaime Macedo Silva (foi atacante e fez gol no Atlético-MG, jogando pelo Nacional, de Uberaba, no Mineirão), um baiano que disputou o Campeonato Mineiro, em 1986 e 87. Também fez história com a camisa do Rio Branco. Ele dirige a Fundação. Já na coordenação do estádio está Edson Gonçalves, o Borracha, um goleiro que fez alguns milagres com a camisa do Clube, sendo um dos ídolos do futebol da cidade; Lubumba, na Comissão Técnica do Rio Branco; e José Carlos, ex-zagueiro, na administração do Clube.

Em Paranaguá vive Edson Mineiro, irmão do ex-lateral do Cruzeiro, já falecido, Pedro Paulo, campeão em 1966, da Taça Brasil, considerado um dos grandes laterais da história celeste. Edson é apontado como melhor lateral da história da cidade. Está cercado pelos amigos. Semanalmente, não apenas para discutir assuntos de trabalho, mas para fortalecer uma amizade consolidada há mais de 30 anos, os ex-jogadores se reúnem e fortalecem o sonho de fazer do Rio Branco um modelo do Paraná: “Com certeza, vamos atingir nosso objetivo no futebol e também nos outros esportes”, garante Darlan. O Futebol brasileiro agradece. Precisamos de grandes forças do interior. Se o Santos fez a sua história, como muitos outros times do interior, por que não para o Rio Branco. Lá, pelo menos, a estrutura está posta. Dinheiro também não é o problema. Então que venham os talentos.