quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Atlético – Oito meses jogados fora


O Atlético tem de tirar 2014 do seu calendário, que ainda não começou para aqueles que estiveram em campo na disputa dos 44 jogos, sendo 22 vitórias, 14 empates e oito derrotas. Venceu apenas 50% das disputas. Ridículo. Desempenho de perdedor.  Faltou planejamento. Pior ainda: os dirigentes erraram nas decisões. Primeiro em manter Ronaldinho Gaúcho até julho, quando todos sabiam que era um ex-jogador em atividade. Sem condição física e fugindo das obrigações profissionais. Melhor do que ninguém, depois do Mundial em Marrocos, o Clube tinha todas as informações de que a partir daquele momento sua estrela seria um encosto, com luz incapaz de iluminar uma simples lanterna. O técnico, no caso Paulo Autuori, teria de começar a preparação sem o craque, porque havia a obrigação de incluí-lo nos planos táticos. Foram quatro meses jogados fora. Veio Levir Culpi. Outra falha, porque é um técnico distante da capacidade que o Atlético necessita para fazer um futebol vencedor. O time não tem um padrão, o que é básico para começar a se reerguer. Individualmente salvaram apenas Marcos Rocha, em alguns jogos; Leonardo Silva pelo espírito guerreiro e Tardelli, pela técnica e disposição. O resto tem de furar um buraco, sepultar as lambanças e começar de novo. Dizer a eles que a temporada está começando amanhã. E precisam encontrar o futebol para que a Copa do Brasil não seja mais um pesadelo.

Na derrota por 2 a 1 para o Flamengo, uma morte anunciada há tempos, dentro dos retrospectos entre os rivais no Maracanã, especialmente nos momentos de reação do adversário, mesmo tendo uma equipe infinitamente inferior, o Atlético apresentou o futebol de alento no primeiro tempo e da covardia no segundo. Uma boa jogada aqui outra ali e nada mais. Será assim até o final da temporada e infelizmente os responsáveis ficam encontrando uma desculpa totalmente fora do contexto, fugindo da verdade: o futebol. Que dia ouvimos, por exemplo, Levir Culpi dizendo que iria trabalhar tais jogadas, tais jogadores, mexer em tal peça para o time encontrar o equilíbrio? Nunca. Ele pode dizer que não se pode revelar porque são os segredos de um trabalho. Até condenou Marcos Rocha por dizer muito sobre o sistema de marcação. Mas, optou em falar de uma área em que não tem nada haver com a sua responsabilidade. Também em quatro meses, sem enganar as palavras, também foi um encosto. Poucos momentos de lucidez, por exemplo, nas mudanças. A insistência no errado foi a sua principal ação.

Um recado para Kalil. Ney Franco, que no momento não é a melhor opção pelas necessidades do Galo, está à disposição. Com ele, pelo menos, há um alento. Seus times apresentam uma melhor organização, mesmo derrotado nos últimos clubes. Com certeza Ney está acompanhando o que está fazendo o Atlético dentro decampo. Afinal, esta é a sua profissão: futebol, com profissionalismo, 24 horas diárias para quem comanda. Para Levir, um muito obrigado pelos erros. Se fechou, há algum tempo, as portas no Cruzeiro, em horas, será girada a fechadura também no Galo.

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Um comentário:

  1. “Está sendo repetitivo, mas como a burrice, nasce e morre com a gente, então, vamos lá: O torcedor como eu deve se conformar apenas com Recopa em 2014. A tabela, o nível do futebol brasileiro e, a declaração do Datolo após a partida contra o Palmeiras - o time precisa jogar como time - apenas comprovam isso, além da sensação de que teremos uma sucessão de perde ganha até o final do ano.

    Relembradas as opiniões anteriores, vale destacar que a auto confiança demonstrada pelo Rafael Carioca acaba prejudicando o time. Ele se acha o máximo e quer sempre sair jogando com mais de dois toques e deu no que vimos. Outro detalhe interessante é a questão do Luan. Cuca e outros treinadores que enxergam o jogo utilizam um jogador como o Luan quando o jogo exige. Na atual gestão ele virou o salvador de todos os problemas e está sendo queimado por isso, demonstrando que o treinador enxerga o futebol como há 20 anos, parou no tempo e nas convicções, pena que o futebol ainda dá espaço para isso.

    Ontem a burrice persistiu, mas a sorte esteve do outro lado”

    Mauro Neves

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