quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ronaldinho Gaúcho bate nas portas e ouve aqui não


O Futebol nos encanta. Quem não gosta de ver esta arte exibida em lances onde o homem demonstra toda a sua genialidade? Muitas vezes, o jogador num simples toque, com a capacidade apenas daqueles que têm o dom dado por Deus, como aquele gol de Ronaldinho Gaúcho contra o Arsenal de Sarandi nos 5 a 2, no Independência, diz tudo o que quero retratar em termos de grandeza do Futebol. Mas há muitos outros momentos fantásticos, como o gingado de Pelé em cima de Mazurkiewcz, na Copa de 1970, no México; a cabeçada do Rei que Banks defendeu espetacularmente, também no tri do México. E daí por diante. Os gols de Zico, Reinaldo, Ronaldo Fenômeno, Romário, Tostão, Dirceu Lopes, Messi, Maradona, Van Basten. Vamos voltar no tempo e lembrarmos de Zizinho, Leônidas, Puskas, Di Stéfano, das diabruras de Garrincha. Em outro extremo encontramos as manobras do dia a dia que envergonham. A gente fica perguntando. Por que os homens têm este espírito tão traiçoeiro?

Há esquemas para os resultados; derrubar técnicos, companheiros, dirigentes, assistentes. Até pegadores de bola, etc. Não vou citar nomes. Mas recentemente ouvi alguém dizendo: “Derrubei ele. E colocamos o Adílson no lugar”. Questionei: mas qual Adílson? “O capitão América”. Agora, o imbróglio do momento se chama Ronaldinho Gaúcho. Não tem como fugirmos de um antigo provérbio que diz o seguinte: quem não ouve conselhos, depois tem de ouvir o pior". Coitado dele. R-10 tinha tudo para encerrar a carreira na glória. Mas decidiu apostar em um reinado eterno pela necessidade de sempre ser a majestade.  Quando foi ameaçado, por onde passou, demonstrou a  insegurança dos homens e caiu fora. No Atlético, depois da participação no Mundial em Marrocos, percebeu que apenas seu nome iria prevalecer para continuar jogando e se agarrou a dois fatos: a amizade com um dos filhos do presidente do Clube, o que incomodou seus companheiros, exceto Jô e, ainda, que o Atlético ficasse jogando pelo Mundo (jogos da Libertadores ou excursões como a China) para que o “Deus” continuasse  intocável. Ele é capaz de carregar multidões. Sua obra nos  mostra como um simples homem tem o poder de mobilizar o sentimento das pessoas, independente de sua cultura e formação. Emociona e muito. Engraçado é com esta arte não tem tanto valor para muitos. Mas ele foi artista nota mil. Não grande como Pelé, mas a com a extensão da admiração bem próxima.

No Atlético, quando se sentia ameaçado e precisa mostrar poder, o pombo correio aparecia para anunciar que tinha propostas. Rescindiu com o anúncio de que não precipitaria em sua nova opção, mas os dias se passam e nada. Agora, o Palmeiras chama seu irmão, Assis, que cuida de seus negócios, de estressado e coloca fim as negociações. A verdade é que Ronaldinho caminha para o fim da pior forma possível. Seus últimos dias não são receita para nenhum atleta profissional que tenha dado sua contribuição da forma mais digna que possamos imaginar. O anonimato muitas vezes é o melhor remédio. Triste para quem foi majestade e hoje é oferecido, obrigado a bater de porta em porta e receber a resposta de que aqui não. Com um adendo: as recusas não são das casas topes.  

Para Ronaldinho Gaúcho, que fez da bola o seu maior amor, o fim está determinando fielmente o que diz o testamento da bola: a morte. São os únicos mortais que morrem duas vezes.






Um comentário:

  1. Ibope: Galo passa Cruzeiro em número de torcida. R-10 deve ser creditada parte dessa virada. Eu, como 18 mil Atleticanos estivemos e sabemos que essa constatação verdade está pra lá de Marrakech. Se não fossem as amizades do presidente poderíamos avançar ainda mais

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