sexta-feira, 8 de maio de 2015

Libertadores | O bicho papão perdeu a rota


Na fase de Grupos da Copa Libertadores, o Boca Juniors foi o dono da festa, com exibições seguras e, acima de tudo, gols. Alcançou 100% de aproveitamento. Pintou ao lado do Tigres e do Corinthians como o grande da primeira fase. Aliás, o que mais impressionou, porque os demais perderam (o Corinthians para o São Paulo, não importa em que circunstâncias) e o Tigres empatou com o River Plate por 2 a 2. Segue como o único invicto. Foi só começar a nova etapa, as oitavas de final, para a máscara cair. Não sei se pior para o Corinthians ou o Boca. Foram golpeados e possivelmente sem condições para levantar. O prazo é limitado. Apenas mais um jogo e diante do mesmo adversário. Assim é a Libertadores. O bicho papão perdeu sua rota e encontrá-la novamente pode ser apenas em 2016. E olhe lá.

Lembro perfeitamente o que aconteceu com o Cruzeiro, em 2011, com Cuca. Foi o melhor da fase de Grupos. Um show com Montillo, Thiago Ribeiro, Allysson, Fábio e outros. Tinha até um tal de Artigoza que fazia seus gols. E o Once Caldas, seria a nova vítima nas oitavas de final. Internamente criou-se o clima do tri. Na arquibancada ele está sempre presente, porque a boca do torcedor vive dos sonhos. Tem de ser realmente desta forma. Há necessidade de se criar barreiras e impedí-lo de chegar aos jogadores e Comissão Técnica. O Cruzeiro venceu em Manizales por 2 a 1, confirmando seu excelente momento e no jogo de volta, em Sete Lagoas, levou de 2 a 0 do Once Caldas, o pior da fase de Grupos. A pancada foi tão forte que precisou de dois anos para se recuperar e sair da enfermidade.  

Se o Corinthians não tiver força - e hoje com o que circula na imprensa (confusão, falta de compromissos, com oito meses dos salários de imagem em atraso, problemas de relacionamento e, ainda, Tite perdido, com o argumento que descobriram como joga sua equipe, mesmo diante de um Guarani, que tecnicamente não é forte, mas sabe jogar Liberadores) - não conseguirá tirar os dois gols de diferença. É o primeiro gigante com a corda no pescoço. Era o melhor do Brasil. O Tigres já tomou o aviso diante do Universitário Sucre, aquele mesmo que o Cruzeiro derrotou por 2 a 0, na rodada final da fase de Grupos. Ele perdeu o primeiro jogo das oitavas, na Bolívia, por 2 a 1 para os mexicanos, mas empatou por 1 a 1, no México. O Tigres foi o primeiro a se garantir nas quartas de final.

E o Boca Juniors? Pior ainda, porque clássico não tem vencedor e ele vai estar diante novamente de historicamente o seu maior rival. Se o River Plate jogar como fez nesta quinta-feira (7/5), no Monumental de Nuñez, para fazer 1 a 0 num jogo com característica apenas de muita correria, o Boca ficará de fora. Terá de fazer dois gols em sua lendária La Bombonera. Mas quando a bola rolar, a lenda não entra em campo. Precisará de buscar sua força no futebol para seguir em frente. Sabe que pode sair nas oitavas para o seu maior inimigo, o que será uma chocada histórica para os torcedores do Boca.

Claro que todos nós temos nossas opiniões, mas é bom ouvir o que os outros falam principalmente aqueles que estão dentro de campo. Primeiro uma colocação que não tinha como fugir da verdade: esta será a maior das Libertadores, com todos os gigantes e tradicionais campeões. Eles podem cair precocemente e a disputa na reta final se envolver apenas os clubes sem tanta tradição. O San Lorenzo, em 2013, foi o campeão, o seu primeiro título. Chegaram outros times sem aquele glamour. Para fechar, o aviso que ouvi de Muricy Ramalho, ainda em janeiro, que passo para vocês: “O River Plate é o melhor time da Argentina para a Libertadores. Tecnicamente está acima do Boa Juniors. Então a Fase de Grupos foi um engodo.

2 comentários:

  1. os times brasileiros só começaram disputar libertadores em igualdade de condições a partir dos anos 90. Antes, exceto com o Santos, só apanhavam, com a conivência da Comebol.

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