sábado, 30 de maio de 2015

Ramón Barreto, um nome para jamais ser esquecido




      Ramón Barreto dirigiu duas finais de Mundiais. A primeira 1974, Alemanha x Holanda

O futebol é marcado por falcatruas, jogos com resultados combinados (ilícitos muitas vezes comprovados anos depois), corrupções (...). Mas nessa semana, um fato inédito ocorreu: a prisão de membros da FIFA, inclusive um brasileiro: José Maria Marin. O ex-presidente da CBF, que pode ter recebido R$20 milhões de propina, está em juízo requerendo prisão domiciliar.  A lista de envolvidos em crimes cotidianamente cometidos na área é relevante. Infrações essas que anteriormente não eram averiguadas corretamente, mas agora estão sendo massivamente denunciadas (com grandes riscos punitivos). As grades nos Estados Unidos o aguardam. O melhor seria fazer uma varredura e iniciarmos um novo tempo na história do futebol. Especialmente nas confederações, federações, clubes e no poder máximo, a Fifa. Lá começa a escola de que tudo é possível. Basta que a verba adequada seja designada para esse fim. Também deste quadro, não podemos esquecer das arbitragens arranjadas. Infelizmente muitos árbitros se envolvem em esquemas fraudulentos, para que possam continuar no estrelado e abrir mão contribuição a altura para seus senhores.

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Dito tudo isso, o interessante é que a arte da bola supera tudo. Hoje, fala-se de prisões, mas instantes depois, o apaixonando se lembra de um lance espetacular - do gol, da comemoração por uma conquista inesquecível. O torcedor não abre mão de revelar seus sonhos e das perspectivas, e assim caminha o futebol, perpetuando muitos de seus personagens como mitos. O que está mais ligado a nós brasileiros no momento é a Copa Libertadores, principal vitrine. Nossos clubes, especialmente São Paulo, Corinthians, Atlético e Cruzeiro não se prepararam adequadamente para a edição 2015 e apenas o Internacional segue na luta. O Cruzeiro tinha o sonho do tri; Atlético e Corinthians, do bi e o São Paulo, do tetra: ficaram bem distantes.

Importante destacarmos que, desta vez, não foram tão prejudicados pela arbitragem. O Corinthians nem gosta de lembrar do paraguaio Carlos Amarilla, que apitou sua desclassificação diante do Boca Juniors em 2013, no Pacaembu.  Para o futebol mineiro, porém, o nome que jamais será esquecido é o de Ramón Barreto, um uruguaio, falecido há um mês, em Montevidéu. Perpetuado pelos uruguaios, trabalhou em duas Copas do Mundo (1974 e 78), inclusive em finais. Mas fora do seu País era visto como um conhecido “árbitro de gaveta”, que atendia seus senhores e fazia questão de impor um estilo durão. Aqui no Brasil, falávamos muito antes que eram os “árbitros de embaixada”, porque as delegações normalmente os levavam para os jogos, até no exterior e eles atendiam perfeitamente as ordens, esquecendo-se das regras. Mas é claro que haviam exceções.

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O Cruzeiro, em 1976, na primeira conquista da Libertadores, sofreu com Ramón Barreto. O lateral Nelinho recorda que se não tivesse um timaço, dificilmente eles teriam alcançado aquela conquista. E o árbitro uruguaio tentou ser um dos empecilhos. No jogo, contra o Olímpia, 2 a 2, em Assunção, houve um lance em que a bola saiu para a linha de fundo, tocada por Darci Menezes, zagueiro celeste. Um paraguaio imediatamente caminhou para a cobrança do escanteio. Os demais (também até polícia, dirigentes, reservas etc) foram em cima do árbitro, dizendo que havia sido pênalti, toque de bola na mão, o que não existiu, porque o jogador cruzeirense cortou com o pé direito. Pressionaram alguns instantes e o árbitro, que havia apontado à bola na marca do escanteio, foi lá, a carregou e colocou na marca do pênalti. O Olímpia fez seu segundo gol, ainda no primeiro tempo e perdendo por 2 a 0, o Cruzeiro foi buscar o empate, com gols de Jairzinho e Palhinha.

5 comentários:

  1. Perfeito. Os cabeças agora estão indo para as grades, pena que refinadas. Circula por aí que Marin confidenciou a pessoas próximas que não está preso e sim hospedado num resort na Suíça.

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  2. Melane, lembro perfeitamente e foi um escândalo. Mas a nível Brasil, teve a final do brasileiro de 74, aquele impedimento inventado pelo Armando Marques. É o Aramengo, José de Assis Aragão e o Whrilt no famoso jogo de Goiânia.

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  3. Com certeza é preciso ir até o fim nessas prisões e investigações. As arquibancadas podem se rebelar e aí a violencia poderá não ter mais limites durante os jogos.

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  4. José Patrício
    Boa Memoria. Mas há outras lambanças histórias, sempre favoráveis a cariocas e paulistas. Importante se fazer uma limpeza, começando também por tirar a sede do Rio. Tem de ser em Brasília, onde esta o comando político. Nem sub-sede no Rio ou São Paulo é necessário. Bastam as federações.

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