Ramón Barreto dirigiu duas finais de Mundiais. A primeira 1974, Alemanha x Holanda
O futebol é marcado por falcatruas, jogos com resultados
combinados (ilícitos muitas vezes comprovados anos depois), corrupções (...).
Mas nessa semana, um fato inédito ocorreu: a prisão de membros da FIFA,
inclusive um brasileiro: José Maria Marin. O ex-presidente da CBF, que pode ter
recebido R$20 milhões de propina, está em juízo requerendo prisão domiciliar. A lista de envolvidos em crimes cotidianamente
cometidos na área é relevante. Infrações essas que anteriormente não eram
averiguadas corretamente, mas agora estão sendo massivamente denunciadas (com
grandes riscos punitivos). As grades nos Estados Unidos o aguardam. O melhor
seria fazer uma varredura e iniciarmos um novo tempo na história do futebol. Especialmente
nas confederações, federações, clubes e no poder máximo, a Fifa. Lá começa a
escola de que tudo é possível. Basta que a verba adequada seja designada para
esse fim. Também deste quadro, não podemos esquecer das arbitragens arranjadas.
Infelizmente muitos árbitros se envolvem em esquemas fraudulentos, para que
possam continuar no estrelado e abrir mão contribuição a altura para seus
senhores.
Dito tudo isso, o interessante é que a arte da bola supera
tudo. Hoje, fala-se de prisões, mas instantes depois, o apaixonando se lembra
de um lance espetacular - do gol, da comemoração por uma conquista inesquecível.
O torcedor não abre mão de revelar seus sonhos e das perspectivas, e assim caminha
o futebol, perpetuando muitos de seus personagens como mitos. O que está mais
ligado a nós brasileiros no momento é a Copa Libertadores, principal vitrine. Nossos
clubes, especialmente São Paulo, Corinthians, Atlético e Cruzeiro não se
prepararam adequadamente para a edição 2015 e apenas o Internacional segue na
luta. O Cruzeiro tinha o sonho do tri; Atlético e Corinthians, do bi e o São Paulo,
do tetra: ficaram bem distantes.
Importante destacarmos que, desta vez, não foram tão
prejudicados pela arbitragem. O Corinthians nem gosta de lembrar do paraguaio
Carlos Amarilla, que apitou sua desclassificação diante do Boca Juniors em 2013,
no Pacaembu. Para o futebol mineiro,
porém, o nome que jamais será esquecido é o de Ramón Barreto, um uruguaio,
falecido há um mês, em Montevidéu. Perpetuado pelos uruguaios, trabalhou em
duas Copas do Mundo (1974 e 78), inclusive em finais. Mas fora do seu País era
visto como um conhecido “árbitro de gaveta”, que atendia seus senhores e fazia
questão de impor um estilo durão. Aqui no Brasil, falávamos muito antes que
eram os “árbitros de embaixada”, porque as delegações normalmente os levavam
para os jogos, até no exterior e eles atendiam perfeitamente as ordens,
esquecendo-se das regras. Mas é claro que haviam exceções.
O Cruzeiro, em 1976, na primeira conquista da Libertadores, sofreu com Ramón Barreto. O lateral Nelinho recorda que se não tivesse um timaço, dificilmente eles teriam alcançado aquela conquista. E o árbitro uruguaio tentou ser um dos empecilhos. No jogo, contra o Olímpia, 2 a 2, em Assunção, houve um lance em que a bola saiu para a linha de fundo, tocada por Darci Menezes, zagueiro celeste. Um paraguaio imediatamente caminhou para a cobrança do escanteio. Os demais (também até polícia, dirigentes, reservas etc) foram em cima do árbitro, dizendo que havia sido pênalti, toque de bola na mão, o que não existiu, porque o jogador cruzeirense cortou com o pé direito. Pressionaram alguns instantes e o árbitro, que havia apontado à bola na marca do escanteio, foi lá, a carregou e colocou na marca do pênalti. O Olímpia fez seu segundo gol, ainda no primeiro tempo e perdendo por 2 a 0, o Cruzeiro foi buscar o empate, com gols de Jairzinho e Palhinha.
Perfeito. Os cabeças agora estão indo para as grades, pena que refinadas. Circula por aí que Marin confidenciou a pessoas próximas que não está preso e sim hospedado num resort na Suíça.
ResponderExcluirMelane, lembro perfeitamente e foi um escândalo. Mas a nível Brasil, teve a final do brasileiro de 74, aquele impedimento inventado pelo Armando Marques. É o Aramengo, José de Assis Aragão e o Whrilt no famoso jogo de Goiânia.
ResponderExcluirCom certeza é preciso ir até o fim nessas prisões e investigações. As arquibancadas podem se rebelar e aí a violencia poderá não ter mais limites durante os jogos.
ResponderExcluirVergonha, vergonha
ResponderExcluirJosé Patrício
ResponderExcluirBoa Memoria. Mas há outras lambanças histórias, sempre favoráveis a cariocas e paulistas. Importante se fazer uma limpeza, começando também por tirar a sede do Rio. Tem de ser em Brasília, onde esta o comando político. Nem sub-sede no Rio ou São Paulo é necessário. Bastam as federações.