segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

As lições do 0 a 0



Todos sabem que o Campeonato Mineiro se resume aos clássicos Atlético x Cruzeiro , já que o América , tecnicamente, há algum tempo fez questão de fugir do grupo dos chamados grandes. Apenas jogos como o de ontem, no Independência (empate por 0 a 0), servem para avaliações técnicas e táticas e o que ficou claro, por parte do Cruzeiro, é que no momento seu toque de bola é superior; que o técnico Marcelo Oliveira mantém o esquema tático que deu certo no ano passado, explorando as jogadas pelas laterais, muita movimentação do meio e solidariedade: todos tem de marcar. Uma das dificuldades do Atlético foi tentar escapar desta marcação, já a partir da saída de bola. Por este motivo, vimos o goleiro Victor e o zagueiro Leonardo Silva insistindo com as bolas longas, sem a preocupação de fazer o jogo começar pelo meio, sem passar pelos pés de Ronaldinho Gaúcho. A ligação direta aconteceu em vários lances, além das tentativas de individualismo de Fernandinho. Já Tardelli não aconteceu. Só tentou.

Ainda sobre o Cruzeiro, sua defesa se mantêm firme. Quando alguém avança há a cobertura. Qualquer time que for enfrentá-lo sabe que não será fácil encontrar chances para finalizar. É um time arrumado. Tanto que peças importantes ficam de fora, como Borges, Lucas Silva e Nilton, sem qualquer influência na engrenagem. Rodrigo Souza, por exemplo, fez a diferença. É importante manter o espírito competitivo, com muita determinação, o que Marcelo sabe fazer.

O Atlético ainda não está jogando um futebol solto. Não foge do estilo Cuca e nem chega ao de Paulo Autuori. Leva algum tempo para esta transição dar resultados. A condição física também não é ainda a ideal para que o time possa imprimir um ritmo veloz. A equipe fica muito na dependência de alguns jogadores, quando todos sabem que é necessário que haja um maior entrosamento para que sejam aproveitadas as jogadas envolvendo Ronaldinho Gaúcho, Tardelli e Jô. Dos jogadores de meio campo não é bom esperar que eles sejam eficientes na frente para o contexto de conclusão de jogadas. Os laterais podem perfeitamente aparecer mais nos jogos. Não o Dátolo, que não é lateral. Para concluir, o zagueiro Otamendi é bom jogador. 

Em resumo: é preciso muito treinamento e também jogar. O resultado foi justo. Faltou competência para os finalizadores.



5 comentários:

  1. Parabéns Melane, muito lúcida a sua visão do Clássico. Ver muito bem nas entrelinhas. abç.

    ResponderExcluir
  2. É preciso rever conceitos no time do Galo. A equipe parou no tempo, desde a final da Libertadores o time não possui uma variação nas jogadas. A torcida culpa o Autuori pelo mal futebol apresentado mas esquece que enquanto Marcelo tinha Julio Batista, Marlone, Henrique entre outros no banco ele tinha Berola. Quando uma das peças do quarteto do Galo vai mal é visível o baixo rendimento do time. Bola lançada pelos zagueiros em busca do Jô, não da mais. E com este futebol o Galo sofre um grande risco de perder para Santa Fé pela Libertadores em casa. Já o Cruzeiro precisa se reencontrar, mostrou um futebol ainda longe do que foi apresentado ano passado. Everton Ribeiro ainda não voltou de férias, Goulart não pode ser o atacante de área do time em detrimento ao seu futebol, Souza entregou vários passes para o adversário e a grata surpresa foi Rodrigo. Mostrou ser superior a Souza. Fica de olho Marcelo, não morre abraçado com Souza e Egídio. A LAU é o grande adversário do seu grupo.

    ResponderExcluir
  3. Frederico,
    Pelo seu comentário está claro que acompanha muito futebol. São detalhes precisos, mas não podemos esquecer de uma coisa importante: ninguém começa uma temporada voando. Dê tempo ao tempo e depois poderá sacramentar realmente seu pensamento. Abraços, Melane

    ResponderExcluir
  4. Vimos agora a bobagem que o Cruzeiro fez ao vender o Vinicius Araujo. Moreno e muito ruim e Borges joga 2 e machuca 10. Sem centroavante fixo os meias do Cruzeiro se embananaram.

    ResponderExcluir