domingo, 24 de abril de 2016

Histórias do futebol – Luxemburgo fica assustado ao tentar barrar Rivaldo



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       Luxemburgo,  o privilégio de poder escalar Rivaldo ou Alex  na Seleção Brasileira 

Julho de 1999, Paraguai, Copa América. O futebol brasileiro estava na expectativa de uma nova geração, comandada por Dida, Rivaldo, Alex, Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e outros, no comando de Vanderlei Luxemburgo, um inovador. Nos dois primeiros jogos (o Brasil foi o campeão), o time foi perfeito, com vitórias por 3 a 0 sobre o Uruguai e 2 a 0, no México. Rivaldo levou dois cartões amarelos e cumpriu suspensão automática contra a Argentina (Alex talento entrou em seu lugar) e o Brasil deu show nos 2 a 1 sobre  os argentinos.

Aí começou a dor de cabeça para Luxemburgo. Foi pressionado pelos jogadores para que Rivaldo, chamado por eles como ‘Paraíba’, por ser nordestino da cidade de Paulista, em Pernambuco, tinha de ficar no banco, porque Alex encaixou melhor na Seleção. E agora? O técnico andava de um lado para o outro, buscando as palavras para barrar Rivaldo e não ter problemas no ambiente. Sabia que Rivaldo tinha um relacionamento difícil com o grupo, dentro de campo. Não gostava de ser advertido, queria a bola nos pés (foi eleito o melhor do mundo da temporada, jogando pelo Barcelona, com 24 gols) e estava com a corda toda. Um intocável. Se julgando o dono da Seleção.

Antes do quarto jogo, contra o Chile (Brasil, 1 a 0), Luxa foi ao quarto de Rivaldo durante a noite. O “Paraíba” fingia que dormia, mas ouvia atento as palavras do técnico. A resenha normal quando se vai barrar alguém. Luxa sempre soube como fazer. Mas foi só o técnico dizer: “Rivaldo. Você vai para o banco contra o Chile. O Alex foi melhor e eu não tenho como tirá-lo. Já vai treinar como titular hoje”. O jogador reagiu também ao seu estilo. Incontinente sentou-se na cama e falou alto. Quem estava no quarto ao lado ouviu. A história é contada por Vampeta. “Olha Vanderlei. Não tem problema. Nem vou treinar. Não conte comigo. Estou voltando hoje para a Espanha”. E levantou-se como se fosse arrumar sua mala.

Luxemburgo, espertamente, deu a sentença final, mostrando como sempre comandou:
“Rivaldo, tô brincando. Queria saber a sua reação. Claro que você é o titular. A camisa é sua”.


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