sexta-feira, 27 de março de 2015

Por R$5 mil Danilo não foi para as mãos de Giba


Não é fácil administrar um clube que não tem grandes receitas, espaços na mídia e sua torcida não comparece nos jogos como mandante. Chega um momento em que os dirigentes são obrigados a sentar à mesa, em desespero, buscando soluções para os problemas imediatos e nem assim obtém êxito. Não é fácil a vida de clubes como o América Futebol Clube, que tem em sua história um decacampeonato mineiro, de 1916 a 1925 – não importa que tenha sido na Era do Amadorismo – outros títulos Estaduais e, ainda, é um dos maiores celeiros de craques do nosso Futebol. Por lá, simplesmente passou Eduardo Gonçalves Andrade, o Tostão, no meu entendimento, o craque número 1 da história de Minas.


Num destes momentos de desespero, já no CT Lanna Drumond, em 2008, os dirigentes perceberam que na equipe profissional não havia nenhum jogador para ser negociado e eles deveriam recorrer à categoria de base, repassando os direitos ou em um termo mais forte, entregando suas principais promessas a empresários. Nesta lista estava o lateral Danilo, jogava também como volante, dois anos depois negociado com o Santos por R$2 milhões.  Hoje é o tesouro do Porto, já que poderá ser vendido por R$ 100 milhões na abertura do mercado europeu, em agosto. Os espanhóis Barcelona e Real Madrid são os maiores interessados. Há também os ingleses, apenas times de ponta. Ontem, na vitória do Brasil por 3 a 1, sobre a França, em Paris, ele estava lá, com a camisa 2 de nossa Seleção. Jogou firme. Não tem nada de pose. Apenas futebol.

Danilo foi oferecido a Gilberto, hoje dono da Giba Brasil, por R$ 5
mil. Ele era um empresário que trabalhava mais como assessor de jogadores que estavam iniciando. Representava um empresário mais conhecido no mercado: Daniel Pereira. Gilberto ficou louco. Tentou aqui, alí e nada. Confessou-me: “Por cinco mil não vou ficar com o Danilo. É  ouro”. Falava com os amigos e eles diziam: “Mas quem é este Danilo ? Não vou investir tanto dinheiro em um menino que pode não dar em nada”. Pouco depois, Danilo estava entre os profissionais, fez gols em clássicos, ajudou o América na Série C do Brasileiro e foi vendido ao Santos. Gilberto ficou possesso. “E este jogador poderia ser 100% meu. Escapou uma bolada que iria resolver meu problema e eu ainda poderia ficar com 50% dos direitos”. Mas nem tudo foi perdido para ele no Futebol. Já na época cuidava como pai de Dudu, subindo da base do Cruzeiro para os profissionais  - o trouxe de Goiás para Minas - também garantia: “Este Duduzinho vai dar o que falar. Aguarde”. Insistia com Adílson Batista para dar uma oportunidade para o menino, mas foi Ney Franco, como técnico da base da Seleção Brasileira, que o levou para as alturas.

Hoje Santos e América, vejam bem, estão esperando à venda de Danilo para que possam resolver problemas. O Peixe quitar alguns atrasados com os jogadores, o que é publico e notório, divulgado com insistência pela imprensa, e para o América será a salvação. Tem prejuízo desde o começo da temporada (um déficit de R$45mil por jogo no Campeonato Mineiro); receitas mínimas- seu programa de sócio torcedor não decola e os patrocínios são valores que as empresas deixam no fundo do caixa para satisfazer um ou outro clube. Pode receber até R$ 3 milhões. Vai colocar a casa em ordem. Por algum tempo não precisará recorrer a base, encontrar um novo Danilo e oferece-lo para algum empresário a preço de um jogo de camisa, bolas para os treinamentos ou o pagamento das contas de água e luz do CT. São situações reais. O mundo da bola não é apenas este que vocês veem nos gramados. Por trás há um jogo também de mágicos para se obter as soluções.


7 comentários:

  1. Jair Bala, Palhinha, Filho do Vento, Gilberto Silva, Fred e tantos outros

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  2. Esse Danilo na direita e o Alecssandro que joga em portugual na esquerda são a renovação que a Seleção precisa

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  3. Chorando com a barriga cheia nê empresário. Essa lei Pelé é gol contra

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  4. Chega de Blablabla, aqui é GALO!

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  5. Neneca que foi campeão brasileiro pelo Guarani também foi do Coelho

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