No momento em que se fala muito na possibilidade do Atlético
construir o seu estádio no bairro Califórnia, em Belo Horizonte, agora de uma
forma mais concreta, é importante que as gerações que acompanham o futebol a
partir dos Anos 50, saibam que o estádio JK (Juscelino Kubitschek
de Oliveira), do Barro Preto, pertencente ao Cruzeiro, foi modelo para o Futebol. Se não nacional, a
história aponta para os mineiros. Até
1950, quando foi inaugurado o Independência, era o principal palco para os
espetáculos esportivos no Estado, com capacidade para 15 mil telespectadores.
São poucas as pessoas testemunhas do
Barro Preto daquela época. Uma delas o engenheiro José Francisco Lemos Filho,
vice-presidente do Cruzeiro. O estádio ditou os caminhos a partir de 1922,
quando um grupo de jovens adquiriu o terreno. Um ano depois era local de jogos
oficiais e, em 1945 o clube reconstruiu o velho estadinho e o modernizou. As arquibancadas de madeira das gerais foram
substituídas por 11 degraus de cimento e passou a ter uma extensão de 250
metros. Também as arquibancadas de madeira dos sócios foram substituídas por
cimento e a área ampliada. A drenagem do campo passou a ter do centro até suas
extremidades um declive de 35 centímetros para garantir o rápido escoamento da
água, em dia de chuva. O declive era imperceptível. Foram construídos, debaixo
da arquibancada, os quartos para a república dos jogadores. Para os sócios,
piscina e as quadras de basquete e de vôlei.
O Estádio também recebeu postes de iluminação para sediar jogos noturnos.
Até aquela época, todos os jogos em Minas eram disputados durante o dia. Aos
domingos, a partir das 15h30. O projeto das reformas teve um custo de 100 mil
cruzeiros, com recursos dos sócios. O presidente era Mário Grosso, que decidiu
homenagear o cruzeirense Juscelino, ex-prefeito de Belo Horizonte, depois Governador
e Presidente da República, com o nome do estádio. Seu principal assessor, que
ficou no clube até a administração de José Greco, foi José Fialho Pacheco. Uma
pessoa dinâmica, que mais tarde se tornou jornalista, e que fazia tudo para
defender os interesses do Cruzeiro. Tanto que num período proibiu às
transmissões das TV dos jogos no local. Como não foi atendido, espalhou lençóis
ao redor do estádio, impedindo visibilidade do gramado. Na época não existia os
prédios. Venceu a parada.