sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Barro Preto, o que já foi show




No momento em que se fala muito na possibilidade do Atlético construir o seu estádio no bairro Califórnia, em Belo Horizonte, agora de uma forma mais concreta, é importante que as gerações que acompanham o futebol a partir dos Anos 50, saibam que o estádio JK (Juscelino  Kubitschek de Oliveira), do Barro Preto, pertencente ao Cruzeiro,  foi modelo para o Futebol. Se não nacional, a história aponta para os mineiros.  Até 1950, quando foi inaugurado o Independência, era o principal palco para os espetáculos esportivos no Estado, com capacidade para 15 mil telespectadores.

 São poucas as pessoas testemunhas do Barro Preto daquela época. Uma delas o engenheiro José Francisco Lemos Filho, vice-presidente do Cruzeiro. O estádio ditou os caminhos a partir de 1922, quando um grupo de jovens adquiriu o terreno. Um ano depois era local de jogos oficiais e, em 1945 o clube reconstruiu o velho estadinho e o modernizou.  As arquibancadas de madeira das gerais foram substituídas por 11 degraus de cimento e passou a ter uma extensão de 250 metros. Também as arquibancadas de madeira dos sócios foram substituídas por cimento e a área ampliada. A drenagem do campo passou a ter do centro até suas extremidades um declive de 35 centímetros para garantir o rápido escoamento da água, em dia de chuva. O declive era imperceptível. Foram construídos, debaixo da arquibancada, os quartos para a república dos jogadores. Para os sócios, piscina e as quadras de basquete e de vôlei.

O Estádio também recebeu postes de iluminação para sediar jogos noturnos. Até aquela época, todos os jogos em Minas eram disputados durante o dia. Aos domingos, a partir das 15h30. O projeto das reformas teve um custo de 100 mil cruzeiros, com recursos dos sócios. O presidente era Mário Grosso, que decidiu homenagear o cruzeirense Juscelino, ex-prefeito de Belo Horizonte, depois Governador e Presidente da República, com o nome do estádio. Seu principal assessor, que ficou no clube até a administração de José Greco, foi José Fialho Pacheco. Uma pessoa dinâmica, que mais tarde se tornou jornalista, e que fazia tudo para defender os interesses do Cruzeiro. Tanto que num período proibiu às transmissões das TV dos jogos no local. Como não foi atendido, espalhou lençóis ao redor do estádio, impedindo visibilidade do gramado. Na época não existia os prédios. Venceu a parada.











quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Os cinco brasileiros da Libertadores- Cruzeiro


 Nos últimos dois anos, o Cruzeiro que tem seu espaço na lista dos grandes do futebol brasileiro, se pontuou de uma forma ainda mais acentuada pelo bicampeonato brasileiro, grandes atuações e participação na Copa Libertadores de 2014. Saiu nas quartas diante do San Lorenzo, mas tinha time para disputar o título. O equilíbrio alcançado foi em função do trabalho, das boas escolhas e, principalmente, uma harmonia. A estrutura  herdada pelos mais de 15 anos de administração Zezé Perrella fez a diferença. Não se faz um gigante da noite para o dia. É necessário uma base e ela está intocável na Toca da Raposa II.

Passei 15 anos dentro do Cruzeiro e conheço alguns dos detalhes que fazem do clube uma das potencias do futebol. O profissionalismo prevalece em todas decisões. Quando alguém destoa é retirado imediatamente do processo em todos os segmentos. O coração e principalmente as paixões ficam distantes das ações. Predomina o clube empresa. Para muitos, houve exagero nas vendas de alguns jogadores, especialmente Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, mas a empresa não age pelo momento. Tanto que vieram algumas peças de reposição e o Cruzeiro entra na Libertadores 2015, no Grupo 3, com Mineros, da Venezuela; Alianza Lima, do Peru e Universitário Sucre, da Bolívia; como o mais credenciado entre os brasileiros para chegar as oitavas de final. Pegou um dos grupos mais fáceis, mas se Marcelo Oliveira não tivesse hoje jogadores qualificados para formar uma boa equipe, com certeza, haveria uma interrogação. Já a partir das oitavas, as respostas não podem ser tão seguras. O time será formado nos primeiros jogos do Campeonato Mineiro.

Os números do Cruzeiro na história da Libertadores apontam tudo que ele poderá fazer:133 jogos, 80 vitórias, 22 empates e 32 derrotas. Há o respeito dos adversários. O que mais chama à atenção é que os cruzeirenses souberam muito bem nos dias de jogos em Belo Horizonte, dar o colorido azul à cidade. A atmosfera agora é muito positiva. Isso fortaleceu muito, o que contagia toda a torcida, jogadores, dirigentes, uma nação. Os rivais sabem. Vejam os números no Mineirão, a partir de fevereiro de 2013, quando foi reinaugurado: 60 jogos,49 vitórias, 6 empates e 5 derrotas.
Mais uma vez, exalto o trabalho de Marcelo Oliveira, que muitos cruzeirenses não queriam na Toca. Ele fez um time campeão e ainda conseguiu preparar jogadores para que o Cruzeiro faturasse milhões. Quem iria conseguir mais?


 
Mais um ato de racismo

Agora envolvendo a jogadora de vôlei Fabiana, minha prima, nascida em Santa Luzia. Uma vergonha. Pior é que sabemos que outros fatos acontecerão. Os casos que vão para a mídia são apenas quando se envolve uma pessoa publica. Mais uma vez, muito triste por estar de certa forma sendo obrigado a relatar que alguém nos dias atuais foi discriminado por sua cor. 








quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Os cinco brasileiros da Libertadores- Atlético

                                         


O espírito Copa Libertadores baixou na Cidade do Galo. No ano passado este poder de concentração não foi atingido para esta competição. Quem viveu o ambiente recorda que apenas no jogo da desclassificação (empate por 1 a 1, contra o Atlético Nacional, de Medellin - Colômbia), no Independência, o grupo despertou. Mas já era tarde. Razões óbvias: fracasso em Marrakech, no Mundial de Clubes; saída de Cuca e chegada de Paulo Autuori sem atingir os resultados desejados; situação financeira, com salários atrasados e indefinição sobre o futuro de Ronaldinho Gaúcho. Não jogava. Não tinha uma vida compatível para um atleta profissional e contagiava alguns companheiros.  Visivelmente o Galo  estava em turbulência abafada pelo 2013 vitorioso.  Acordou nos quatro meses finais de 2014, com a conquista da Recopa e, em seguida, da Copa do Brasil.
Agora, listar o Atlético como um dos favoritos para 2015 ou o mais forte entre os cinco brasileiros, é cair nas armadilhas do futebol. O passado não entra em campo. Para disputar o título, terá de provar competência como em 2013, quando de saída fez 2 a 1, no São Paulo, no Horto. Não só pelo placar, mas pelo futebol jogado. Agora, necessita saber como será o equilíbrio da equipe sem Réver, Bernard, Tardelli e Ronaldinho Gaúcho. Eles foram essenciais na Libertadores.  Cada um com a sua essência. Réver, o gigante; Bernard, com o arrojo e a esperteza;  Tardelli,  o criador e Ronaldinho, o gênio.  Jogar contra eles, não foi fácil.  Ainda tinha o santo São Victor e outros belos e eficientes coadjuvantes.  Uma harmonia  poderosa, aliada a sorte e a outros fatores, como a luz que foi embora no momento critico do empate por 2 a 2, contra o Newell´s Old Boys.

Falta ao Atlético, já que não há a certeza de que Guilherme estará 100%, o maestro. Alguém para ser a referência e diferenciado.  Aliás, não existe esta peça no futebol brasileiro. Lucas Pratto, mesmo eficiente, não tem  todos os requisitos. O que move o Galo para acreditar que vai se dar bem, além do desejo,  é o volume de jogo em direção ao gol, com determinação; sua massa torcedora, que faz a diferença e para completar o Gigante do Horto. Lá são 61 vitórias, quatro derrotas e 22 empates depois da reinauguração do estádio em abril de 2012. São números dos gigantes do futebol.





terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Cruzeiro, enfraquecido mas nem tanto





A decisão do Cruzeiro em negociar alguns de seus principais jogadores naturalmente seria alvo de criticas e da pressão dos torcedores, esperando as peças de reposição para que o time possa começar 2015 com boas perspectivas.  Mas está havendo um exagero, cada um procurando um detalhe para fragilizar ainda mais o time celeste as portas do início de mais uma Copa Libertadores.  A ponto do comentarista PVC (Paulo Vinícius Coelho), agora da FOX, dizer que o São Paulo está à frente em relação ao Cruzeiro para a Copa Libertadores, por ter uma equipe melhor estruturada. Como se ainda não mostrou nada na temporada. O que vimos foi a derrota (1 a 0) para o ainda em formação Flamengo.
Engraçado como a mídia move os fatos.  Foi só o Corinthians conquistar pela nona vez a Copa São Paulo de Futebol Júnior  para ser o assunto principal dos dois últimos dias. Mesmo quem já tinha todas as informações foi obrigado a ouvir um pouco mais.  Ficou sabendo quais serão os jogadores que serão aproveitados por Tite entre os profissionais;  investimentos feitos, as marias chuteiras que estão investindo  nos meninos; seus carrões, altos salários etc.  Esqueceram até de falar das jovens promessas como o goleiro Talles, do Botafogo, que falhou no jogo final, mas pega muito; no atacante Carlos, também do time de Ribeirão Preto; de João Paulo, do São Paulo; Gabriel Jesus, do Palmeiras, e muito mais. Só deu Corinthians. Imagine se ganha novamente uma Copa Libertadores ou um Brasileiro.  Ou repete o que o Cruzeiro fez nas duas últimas temporadas.

As saídas de Nilton, Egídio, Éverton Ribeiro, Lucas Silva, Moreno e de Ricardo Goulart  deixa m o Cruzeiro distante do time das duas últimas temporadas. Mas deem tempo ao tempo para saber como Marcelo Oliveira vai preparar a equipe. Hoje chegou mais um reforço: o lateral Mena (foto), que era do Santos. Quem sabe haverá a engrenagem  e o futebol virá com a melhor das qualidades. Como técnico do  Cruzeiro ele me disse que gostaria que todos continuassem, mas como profissional da bola, sabe que são mudanças inevitáveis em  todos os grandes depois de temporadas vitoriosas, devido ao assédio. O que ele pede: “É importante que o torcedor tenha paciência. Quem está aqui deseja fazer o melhor e há algum tempo nosso grupo é um dos melhores, se não o melhor, do futebol brasileiro”. Já chegou a conclusão de que Joel não pode ser usado no lugar de Ricardo Goulart: “Ele conduz muito a bola e eu preciso de um jogador que toma lá e dá cá”.  








Lucescu exagera nas criticas a Bernard

Bernard demonstra personalidade mesmo o técnico não aceitando o estilo de seu futebol

Os dirigentes do Shakhtar estão assistindo passivamente os atritos do atacante Bernard com o técnico  romeno Mircea Lucescu, que despreza os objetivos nobres do homem: o respeito.  Não pode criticar um profissional publicamente como tem feito. Sei que a cultura do Leste Europeu avalia o jogador como mercadoria, enquanto nós somos sentimentais e procuramos muitas vezes através do afeto conseguirmos os resultados desejados. A verdade é que o treinador já passou dos limites. Bernard  tem de ser muito forte para suportar a pressão que está enfrentando. Tem de seguir a sua linha para as respostas: “Não estou satisfeito”. Basta.

Vejam uma das últimas declarações de Mircea Lucescu: “Bernard tem que demonstrar em campo que é homem. Bernard só chora. Só veio tomar dinheiro. Sofro, mas creio que todos querem sofrer para ganhar 300 mil euros por mês".  Absurdo.  E completou: “Há jogadores talentosos, mas que não são preparados para o futebol mundial. A torcida aplaude um drible, não se importa com a organização tática. Não há juízo de valor, há juízo estético. Bernard declarou que eu não colocava os mais habilidosos para jogar. O talento precisa ser aliado à disciplina, ao coletivo". Como comandante ele pode perfeitamente fazer esta analise, mas internamente. Claro que o jogador necessita de uma adaptação.



Bernard foi uma das respostas mais surpreendentes dos  últimos tempos no futebol mineiro. Aqui, escrevi que Fellipe Soutto teria maiores chances, mas Cuca, na época, optou em investir no atacante que aproveitou a chegada de Ronaldinho Gaúcho e deu um salto gigantesco tecnicamente. Felipão lhe deu o respaldo. Se não foi bem no Mundial naturalmente temos de aceitar como uma consequência de um futebol em decadência. Evidente que Bernard tem o seu potencial e tem tudo para evoluir. O que não podemos aceitar são as atitudes de Mircea Lucescu. 















sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Deu cara ou coroa?


A rivalidade entre Atlético e Botafogo começou a ser mais acirrada a partir dos Anos 60. Antes, os botafoguenses davam seus espetáculos em Minas, especialmente quando contavam com Garrincha, Nilton Santos, Paulo Valentim, Quarentinha, Didi e outros. Há um jogo em que o Atlético vencia por 4 a 0 no primeiro tempo, em 1958, no Independência e, na segunda etapa, os cariocas viraram para 5 a 4. Quem viu garante que foi um dos mais belos espetáculos do Futebol. Em 1967, pela Taça Brasil, conclusão da segunda fase (valendo classificação para as quartas de final), eles foram rivais no mata-mata. No Maracanã, deu Botafogo 3 a 2, no primeiro jogo. No segundo, 1 a 0 para o Atlético, no Mineirão, resultado que obrigava o terceiro jogo 48 horas depois, no local da segunda partida. Aí começou a disputa nos bastidores. Foram acusações de ambas as partes relativas ao que aconteceu dentro de campo, com o Botafogo, com o apoio da mídia Nacional, da CBD (ainda não era CBF) tentando tirar do Mineirão o local da terceira partida. Na época, os jornalistas João Saldanha, depois técnico da Seleção Brasileira, em 1969 e 70, perdendo o cargo dois meses antes do Mundial no México; Sandro Moreira, ambos botafoguenses declarados e outros, principalmente através de Jornal do Brasil, este que ditava os caminhos para a opinião pública, pressionaram e muito.

O Jornal do Brasil inclusive publicou na primeira página uma foto do jogador Carlos Roberto, volante do Botafogo, na saída do aeroporto Santos Dumont, usando cadeira de rodas, supostamente com a perna fraturada, devido a entrada de Bianchini. O ex-jogador do Vasco e que estava no Galo, como um dos reforços para a competição, foi taxado de criminoso. Realmente uma dura e violenta entrada, mas incapaz de prejudicar a carreira do  adversário. Os textos foram agressivos, com os piores adjetivos possíveis e a conclusão: “No Mineirão, o Botafogo não volta”. Na época, Fábio Fonseca, presidente do Atlético, usou sua sabedoria: “O choro é livre”. O Botafogo não conseguiu o desejado. O jogo foi confirmado para Belo Horizonte. Só que dez dias depois. O Mineirão ficou lotado. Os botafoguenses confiando em seus craques, como: Rogério, Paulo César Cafu, Roberto, Jairizinho, Gerson, Leônidas, o goleiro Cao e outros. O Galo em Hélio (goleiro), Warley, Grapete, Wanderlei, Vander, Lacy, Lola, Bianchini, Pampolini e outros. Para o comando, o árbitro Armando Marques.

Final do jogo, empate por 1 a 1. O regulamento não determinava decisão por pênaltis e nem prorrogação. Seria no cara ou coroa. Mais de 50 pessoas se reuniram no centro do gramado para que o árbitro jogasse a moeda para cima.  A moeda subiu e desceu. Quando bateu no gramado, estava escuro, ninguém viu se deu cara ou coroa. Só uma explosão. Os atleticanos comemorando. Marques não teve coragem para ordenar a repetição. Muito menos, dizer que não deu cara, a opção do Galo. Ainda hoje, Warley Ornelas, que mais tarde se tornou um dos mais respeitados jornalistas, confessa: “Sinceramente, acho que a moeda caiu de pé”. O Atlético seguiu em frente e foi eliminado nas quartas de final pelo Náutico, que em seguida também desclassificou o Cruzeiro nas semifinais. O time celeste, por ter sido o último campeão, entrou na competição apenas na reta final. O Palmeiras foi o campeão.





Everton Ribeiro também já era


A lei do Futebol entra novamente em campo e o Cruzeiro fica sem sua principal estrela dos dois últimos anos, o armador Éverton Ribeiro, o craque do Campeonato Brasileiro das temporadas de 2013 e 2014. Oficialmente, apenas na próxima semana, o Clube deve confirmar a transferência, apesar de que hoje, sexta-feira (23/1), os árabes  adotaram a tática do compasso de espera, mas já decidiram. Vão pagar o que o Cruzeiro deseja. E o presidente Gilvan de Pinho Tavares deu a última palavra: “Aceitando o que desejamos, o jogador é seu”. Ele sofreu pressões do jogador, do seu empresário e também de investidores.  O importante é que o resultado empresa foi 100% favorável. O Cruzeiro investiu pouco e vai reforçar ainda mais seu caixa. A perda será técnica.

O novo clube do armador celeste será o Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, que vai investir mais de 20 milhões de euros por 60% dos direitos econômicos e o jogador decidiu abrir mão de até R$ 3 milhões para que a negociação seja concluída. Um valor que pouco vai  representar em um contrato de quatro anos. Vai receber R$ 1,150 mi mensalmente. Merece pelo que jogou no Cruzeiro. Agora é manter o nível para continuar sendo lembrado para a Seleção Brasileira. Ele é muito admirado pelos jornalistas que fazem a cobertura diária na Toca. Se para algumas pessoas não tem valor, porque para elas o importante é jogar, eu acrescento um pouco mais: ele é craque dentro e fora de campo. A nota para Éverton Ribeiro só poderia ser uma: dez.  

O jogador já está providenciando sua mudança. Os dirigentes celestes dizem que como cruzeirenses não gostariam nunca abrir mão de um profissional do potencial deste armador, mas são situações que fazem parte do Futebol e para o Cruzeiro fica impossível mantê-lo. Ganha o Clube, ganha o jogador e principalmente aqueles que podem ocupar o espaço. Evidente que Marcelo Oliveira está preocupado. Fiz questão de conversar com ele. Na próxima semana vou detalhar a conversa. Falei também com dirigentes. Para que eu pudesse assegurar com 100% de certeza de que Éverton Ribeiro faz parte do passado celeste, como na negociação de Diego Tardelli, do Atlético, para o Shandong Luneng. Divulguei no dia 22 de dezembro e apenas no dia 16 de janeiro a transferência foi oficializada. Importante que o torcedor celeste saiba que há dois dias, os dirigentes trabalham com as peças de reposição. O uruguaio De Arrasceata ganha uma responsabilidade ainda maior,  porque ficará uma lacuna no meio campo celeste, com a saída de três peças decisivas: Lucas Silva para o Real Madrid; Ricardo Goulart  para o Guangzhou Evergrande, da China e Éverton Ribeiro para o Al Ahli.

No máximo até amanhã (24/1), o Cruzeiro  anuncia oficialmente a saída de Lucas Silva. Depois, a contratação dos laterais Mena e Pará e no máximo até quarta-feira (28/1), que Éverton Ribeiro foi embora. É assim que funciona o Futebol. Se você cruzeirense ficou preocupado, o mesmo não pode ser aplicado para o também cruzeirense Sérgio de Paula, morador no bairro Santa Cruz, em Belo Horizonte.  Ele foi curto e grosso: “Se não chorei quando Ronaldo Fenômeno foi vendido para o PSV (corrigindo), por que vou chorar pela venda de Lucas Silva, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro”.






Os cinco brasileiros da Libertadores - Internacional


O Internacional terminou 2014 como terceiro colocado do Campeonato Brasileiro, garantindo a vaga para a Fase de Grupos da Copa Libertadores, mas obteve dois resultados que a torcida vai custar a digerir: as goleadas sofridas por 5 a 0 da Chapecoense e os 4 a 1 no clássico diante do Grêmio.  Impossível esquecer. Foram resultados tão drásticos que o técnico Abel Braga, um dos ídolos colorados, não teve seu contrato renovado, abrindo espaço para o uruguaio Diego Aguirre. Este é um nome muito bem aceito, já que suas referências são as melhores possíveis, ainda do tempo de jogador (temporadas de 1989 e 90) com um estilo aguerrido, o que faltava ao colorado. A expectativa é de que tudo vai mudar e a raça que está na alma colorada voltará aos campos. O retorno à Copa Libertadores, deixando o rival Grêmio de fora, deixa uma motivação forte e o Inter quer se transformar como em 2006 quando obteve a sua glória máxima: o título e, em seguida, o Mundial no Japão. Ainda arranca lágrimas dos torcedores a lembrança dos jogos e a epopeia no Japão.

As necessidades exigiram mudanças e o torcedor verá um novo Inter em campo, principalmente em relação aos nomes, a começar por Aguirre, mais Alisson; Léo, Ernando, Paulão e Fabrício; Willians, Nilton, Aránguiz, D'Alessandro e Eduardo Sasha; e Nilmar, que formaram a equipe titular em um dos últimos coletivos. E entre os reservas, Muriel; Cláudio Winck, Ygor, Alan Costa e Alan Ruschel; Rodrigo Dourado, Bertotto, Alisson Farias, Alex e Valdívia; Rafael Moura. Uma mistura, porque há titulares também entre os reservas.. Vejam bem: não aparecem Dida e Jorge Henrique, ambos em recuperação de contusões: Wellington Paulista, que deve vestir a camisa do Coritiba e ainda Vitinho, último contratado. O atacante tenta encontrar sua forma física. Ele será peça importante para a Libertadores. Era uma das pretensões do Atlético, mas o Inter foi mais preciso nas negociações com CSKA (pagou 250 mil euros) e ficou com o ex-atacante do Botafogo. Gosto dele, pelo estilo agudo. Encaixa como luvas em times que jogam em direção do gol, sem tantos toques de bola para o lado, o que ele não sabe fazer. Melhor, não é sua característica.

O Colorado é um dos que mais mudaram em relação aos cinco brasileiros (os outros foram São Paulo e Corinthians) que estarão na Libertadores e tem tudo para repetir seus grandes momentos. Seu maior poder, indiscutivelmente, estará no fator campo. No Beira Rio vai tentar impor. Desta forma, tem tudo para chegar as oitavas de final, principalmente por estar no Grupo 4 com Emelec, do Equador; Universidad de Chile, mais o vencedor de Morelia (México) x The Strongest (Bolívia). É o que tem maior cotação. Fugir da pré-Libertadores e do Grupo 2, com São Paulo, Danúbio, San Lorenzo, Corinthians ou Once Caldas, foi a sua primeira grande vitória. Não será um time que dará belos espetáculos, mas com certeza vai tentar impor na disposição, o que é determinante. Os colorados sonham alto. Será emocionante ver o time nos jogos da Libertadores em casa.






quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Os cinco brasileiros da Libertadores - São Paulo


No Brasil, o São Paulo pode se considerar sinônimo de Copa Libertadores pela trajetória vitoriosa. São três títulos, mais três outras finalíssimas e ainda sete participações consecutivas na competição. Em alguns momentos encantou pelo futebol eficiente e exuberante.  Ganhou adeptos em todo o País, mas há algum tempo o Tricolor tenta se encontrar. Em 2013 foi eliminado pelo Atlético nas oitavas de final e a partir daí (teve problemas também no Campeonato Brasileiro) tenta se encontrar. As apostas para 2015 são em cima de velhas raposas, como Rogério Ceni, Luís Fabiano, Ganso, Pato e Michel Bastos ao lado de jovens promessas, como Lucas, Ewandro, Zé Vitor, Reinaldo e outros. Tem ainda o retorno do zagueiro Breno, que é uma interrogação. 

O São Paulo caiu no Grupo mais difícil, ao lado do campeão San Lorenzo, Danúbio, do Uruguai, o mais fraco e, ainda, o vencedor do duelo Corinthians x Once Caldas. Vejam o que falou o técnico Muricy Ramalho: "É o Grupo mais difícil sem dúvida, mas ao mesmo tempo tem alguns fatores que podem fortalecer o Clube na briga pelo título. Quem avançar para as oitavas de final nesta chave, certamente sairá fortalecido”. É a verdade. Só que o futebol do Tricolor é uma incógnita. Tudo pode acontecer. Muricy quebra cabeça. Usa toda sua experiência para encontrar a formação ideal. E como conseguiu Carlinhos, lateral que foi do Fluminense no ano passado (também esteve no Cruzeiro e Santos), testa o uruguaio Álvaro Pereira como zagueiro. Pode dar certo, acima de tudo, porque está elevando a estatura do miolo de área e hoje todos sabem que a bola que decide a maioria dos jogos é a do jogo aéreo. Só que o uruguaio foi hoje para o Estudiantes de La Plata. Muricy (foi internado novamente) terá de repensar o setor defensivo.

Em outras edições, o São Paulo entrou na Libertadores como o mais forte concorrente entre os brasileiros. Agora, não pode ser avaliado da mesma forma, também pelo bom momento dos mineiros, Atlético e o Cruzeiro. Suas chances aumentam apenas pelo fato de ter jogadores que conhecem e sabem jogar a competição. Também pelo nivelamento técnico das equipes e o atual momento. A qualidade fica sempre a desejar. Então quem tem um pouco a mais pode se considerar na frente. Pura realidade, principalmente para quem for determinado.