Em dezembro de 1966, Cruzeiro e Santos fizeram os dois jogos mais espetaculares para definição do campeão da Taça Brasil. Eles tinham os dois melhores times do País. O Santos, uma verdadeira Seleção Brasileira, com Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro, Zito, Lima, Mengálvio, Coutinho, Toninho Guerreiro, Pelé, Pepe, Edu e outros. O Cruzeiro não ficava nada atrás, com Raul, Pedro Paulo, Procópio, William, Piazza, Neco, Evaldo, Natal, Tostão, Dirceu Lopes, Hilton Oliveira etc. O Peixe do Rei era o favorito, mas o Cruzeiro teve o seu melhor encontro com a magia da bola e venceu os dois jogos decisivos. O primeiro por 6 a 2, no Mineirão – no primeiro tempo estava 4 a 0 e, no segundo, 3 a 2, no Pacaembu, em São Paulo. Não por acaso que estes dois confrontos aparecem nos anais do Futebol com o título de jogos imortais. Os estádios ficaram lotados e os torcedores viram duas aulas em campo. Incrível como Tostão, Dirceu Lopes, Pelé, Lima, Natal e outros jogaram. Foi uma ousadia celeste tirar do todo poderoso Santos um título que os paulistas e o Brasil apontavam como certos do Peixe.
Os dois jogos são marcados por muitos detalhes que fazem parte das grandes decisões. As promessas dos santistas depois do show no Mineirão; o técnico Lula do Santos mexeu em toda a estrutura da equipe na esperança de reverter o resultado; o encanto do País pelo futebol da equipe mineira e a pressão dos cartolas para que a vitória fosse do Santos. Naquela época era ainda pior, já que as equipes mineiras eram conhecidas apenas por alguns relatos hnos jornais esportivos (a Gazeta Esportiva dedicava o maior espaço) e no canal 100 que apresentava lances principais, naturalmente os gols, dos grandes jogos no País, especialmente os disputados no Maracanã e Pacaembu.
Os mineiros apareciam como meros figurantes. Hoje Dirceu Lopes diz que o Santos foi arrogante. Uma das razões para ter sido engolido. Encontrei recentemente com Natal e ele contou o que aconteceu no vestiário, no Pacaembu, quando o time descansava a espera da segunda etapa. O Cruzeiro perdia por 2 a 0 e o falecido técnico Ayrton Moreira tentava dar animo aos jogadores, dizendo que eles poderiam mudar a história do jogo. Bastava o Cruzeiro jogar como no primeiro jogo. Em velocidade e, em cima, de suas duas principais peças: Tostão e Dirceu Lopes.
De repente, a porta do vestiário é aberta para que o presidente do Santos , Athiê Jorge Coury (dirigiu o clube de 1945 a 71) e o da Federação Paulista, João Mendonça Falcão, outro que gostou do cargo - comandou de de 1955 a 70 - tivessem acesso. Eles não respeitaram os jogadores. Disseram que estavam ali para confirmar o terceiro jogo (já que cada time ficaria com uma vitória caso o Santos confirmasse o placar vitorioso do primeiro tempo), para 48 horas depois, no Maracanã. Era o regulamento. Os celestes não entenderam. Acharam um absurdo, uma falta de respeito. Até Piazza, que era o líder, silenciou. Os outros emudeceram. Os dirigentes paulistas falaram alto: “Viemos aqui confirmar o Maracanã como local do terceiro jogo”. Os comandantes do Cruzeiro também não reagiram. Acontece que o lateral Pedro Paulo estava tomando banho e ouviu tudo. Colocou a sunga e partiu em cima dos dois cartolas de peito aberto como que intimidando para saíssem dali: “Não estou entendendo nada. O que vocês vieram fazer aqui? Podem sair. Aguardem o segundo tempo, porque faltam 45 minutos. Foi atendido prontamente. Suas palavras foram históricas. O Cruzeiro virou para 3 a 2 e ganhou aquele que seria o seu o primeiro título nacional.
Os dois jogos são marcados por muitos detalhes que fazem parte das grandes decisões. As promessas dos santistas depois do show no Mineirão; o técnico Lula do Santos mexeu em toda a estrutura da equipe na esperança de reverter o resultado; o encanto do País pelo futebol da equipe mineira e a pressão dos cartolas para que a vitória fosse do Santos. Naquela época era ainda pior, já que as equipes mineiras eram conhecidas apenas por alguns relatos hnos jornais esportivos (a Gazeta Esportiva dedicava o maior espaço) e no canal 100 que apresentava lances principais, naturalmente os gols, dos grandes jogos no País, especialmente os disputados no Maracanã e Pacaembu.
Os mineiros apareciam como meros figurantes. Hoje Dirceu Lopes diz que o Santos foi arrogante. Uma das razões para ter sido engolido. Encontrei recentemente com Natal e ele contou o que aconteceu no vestiário, no Pacaembu, quando o time descansava a espera da segunda etapa. O Cruzeiro perdia por 2 a 0 e o falecido técnico Ayrton Moreira tentava dar animo aos jogadores, dizendo que eles poderiam mudar a história do jogo. Bastava o Cruzeiro jogar como no primeiro jogo. Em velocidade e, em cima, de suas duas principais peças: Tostão e Dirceu Lopes.
De repente, a porta do vestiário é aberta para que o presidente do Santos , Athiê Jorge Coury (dirigiu o clube de 1945 a 71) e o da Federação Paulista, João Mendonça Falcão, outro que gostou do cargo - comandou de de 1955 a 70 - tivessem acesso. Eles não respeitaram os jogadores. Disseram que estavam ali para confirmar o terceiro jogo (já que cada time ficaria com uma vitória caso o Santos confirmasse o placar vitorioso do primeiro tempo), para 48 horas depois, no Maracanã. Era o regulamento. Os celestes não entenderam. Acharam um absurdo, uma falta de respeito. Até Piazza, que era o líder, silenciou. Os outros emudeceram. Os dirigentes paulistas falaram alto: “Viemos aqui confirmar o Maracanã como local do terceiro jogo”. Os comandantes do Cruzeiro também não reagiram. Acontece que o lateral Pedro Paulo estava tomando banho e ouviu tudo. Colocou a sunga e partiu em cima dos dois cartolas de peito aberto como que intimidando para saíssem dali: “Não estou entendendo nada. O que vocês vieram fazer aqui? Podem sair. Aguardem o segundo tempo, porque faltam 45 minutos. Foi atendido prontamente. Suas palavras foram históricas. O Cruzeiro virou para 3 a 2 e ganhou aquele que seria o seu o primeiro título nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário