segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Gerson avisa: “Estamos pobres”


É importante ouvirmos outras opiniões sobre a qualidade do Futebol brasileiro e os caminhos a seguir para recuperarmos o posto na primeira divisão, já que hoje este esporte é de segunda. É o que estão dizendo no mundo. Ontem, no Canal TV Brasil, o ex-craque da Seleção Brasileira, Gerson, de 73 anos, com passagens pelo Botafogo, Flamengo, São Paulo e Fluminense foi categórico: “Nosso futebol é de segunda qualidade. Pobre, muito pobre. Do presidente ao ponta esquerda é da pior qualidade. Precisamos recomeçar. Assim não dá. Mas tem gente ainda enchendo a boca para dizer que estamos recuperando; que a Seleção Brasileira já deu os primeiros sinais de recuperação. Isso é balela. Não acreditem”. Gerson tem autoridade para expressar. Foi craque, com a capacidade de poucos. Conseguia colocar a bola onde queria. Passes milímetros. Parecia jogar com a mão diante de tanta precisão. É importante destacarmos que antes do Mundial, do tri de 1970, no México, ele participou da tragédia de 1966, na Inglaterra, quando saímos do Mundial na primeira fase. Recuperação fantástica. Dizer que foi gênio posso até exagerar. Mas foi grande, o que melhor encaixava em seu perfil. Até duas décadas após a conquista do México, muito se falava dele, por fazer uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo". O que caiu na cultura popular como o símbolo do "jeitinho" desonesto de ser, e da corrupção, ficando conhecida como lei de Gérson.

Na sua análise, o canhotinha de ouro, destacou que há uma exceção. O Futebol mineiro pelos títulos alcançados pelo Cruzeiro e o Atlético. Os elencos que possuem para ele são ambos bons e com perspectivas de crescimento. Foi duro com os cariocas e paulistas: “Como se consideram grandes, se não têm jogadores nem na Seleção Brasileira e na minha época, a Seleção era formada nos dois Estados”. Preciso. Foi crítico com o São Paulo, Corinthians, etc. Falou que o trabalho de base não existe no País e que não temos craques, lembrando que no passado cada Estado poderia armar uma Seleção Brasileira. Até os do Nordeste e não iriam fazer feio. Ainda mostrou que jogadores já na base vão para o exterior, sem passar por nossa escola, que não perdeu a capacidade de aprimorar os talentos. Apenas não têm mais esta oportunidade. Para ele, um absurdo, um clube europeu chegar aqui com dois dólares e levar a promessa. Citou Firmino, um dos novos do grupo de Dunga. Também destacou que Dunga jamais seria o seu técnico. 

Concordo 100% com o Gerson, que na Seleção Brasileira era chamado de Papagaio. Falou com consciência e conhecimento. Para iniciarmos uma nova trajetória precisamos voltar os olhos para a base. Porque não aproveitamos aqueles ex-jogadores comprometidos com o ensinamento, os espalhando por todo o País, vinculados ou não a clubes, trabalhando na preparação de jovens talentos. Mas com uma atividade independente. Com certeza, dentro de dez anos teríamos condições de formar uma grande Seleção Brasileira. Vão perguntar onde buscar os recursos. Claro que na CBF. Se a entidade tem dinheiro para investir milhões em seu quadro administrativo, viagens, com delegações numerosas, familiares e despesas pagas, porque não investir na essência da bola.  Milhões de meninos estão à espera de concretizar um sonho, porque nos clubes encontram dificuldades. E eles poderão, dentro de um trabalho de iniciação, com orientação adequada, mostrar o quanto podem evoluir. Não custa sonhar. Um direito para eles e para nós que amamos a bola e o Futebol. 





3 comentários:

  1. Falo isto a muito tempo o comércio se instalou no futebol. Hoje o jogador virou mercadoria não de fala em formação e sim em fabricação de jogadores. Como vi um comentarista falar.

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  2. Preciso China. Não é formação de atletas e sim fabricação de jogadores

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  3. O brasikeirão desse ano é uma prova de que estamos na segunda categoria no futebol mundial

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