O glamour, a glória, tudo passageiro

O Futebol mineiro deveria comemorar por dias, meses e anos as duas últimas temporadas espetaculares, mas infelizmente o que marca a humanidade, em qualquer parte do mundo, são as derrotas. Os vexames, as humilhações e decepções no Esporte. Também na vida. Claro que os torcedores atleticanos e cruzeirenses fizeram festas emocionantes pelas conquistas. O Atlético por duas inéditas: Libertadores e Copa do Brasil, esta em cima do maior rival e um título nacional depois de 43 anos. O Cruzeiro alcança o bicampeonato nacional, uma façanha para poucos, dos gigantes. Enche de orgulho sua gente. Afinal, é o time que conquistou o maior número de pontos, 80, na fase dos pontos corridos com 20 clubes. Deu show. Foi fantástico. Ontem, da Toca ao Mineirão, sua torcida emocionou, com sentimentos que mostram exatamente o tamanho desta paixão e a grandeza da vitória. Mas hoje já vivemos um novo tempo. As comemorações agora ficam reservadas para as conversas. O encontro de amigos, especialmente em festas. Não mais do que isso, quando deveríamos colocar sempre o nosso bloco na rua e gritar para que o mundo inteiro ouvisse: somos os melhores. Não do mundo, porque sabemos do poder dos europeus. Mas na parte que nos toca, o Futebol brasileiro, não tem para ninguém.  É Cruzeiro. É Galo.

Claro que temos absoluta consciência de que o Futebol mineiro não é o supra sumo da bola rolando, mas não há para ninguém no País. E caso tenhamos ações precisas, incorporadas pelos sentimentos dos torcedores, presença maciça nos jogos e incentivando, com certeza, a dose será repetida na Copa Libertadores para coroar um reinado. Vejo que é muito prazeroso, talvez até maior do que o dia que são sacramentadas as conquistas, esta festa que se faz a cada jornada. O torcedor apreensivo, atento e explodindo quando seu time é o vitorioso. Uma sequência de vitórias é espetacular. Algo que não tem preço. Que rejuvenesce. Que nos enche de orgulho e nos coloca nas alturas. Esquecemos de tudo. Que a mídia nacional não aceita nossa supremacia. Que passou a última semana explorando a queda do Botafogo e ontem optou em destacar que o Palmeiras escapou, quando deveria estar mostrando os detalhes da comemoração celeste e mais uma vitória incontestável: 2 a 1 sobre o Fluminense, com direito a um golaço de Marcelo Moreno.

O que fazer agora? Corrigir os erros. Lavar a roupa suja, porque não há Futebol sem intrigas e de problemas de relacionamento nos grupos. O Cruzeiro, por exemplo, terá que definir se Alexandre Mattos vai continuar, porque o que foi divulgado só demonstra que não há harmonia, mesmo com o sucesso dentro de campo. E o Atlético terá de abrir as portas para que Daniel Nepomuceno não seja um presidente capacho do antecessor, como estão dizendo. É sábio e com capacidade para fazer a sua história. Só de ter Eduardo Maluf para ajudá-lo no Futebol e ouvi-lo é o sinal de que tudo pode continuar dando certo. Agora amigos, entra o trabalho mais importante. Não podemos viver em cima das glórias efêmeras, que tanto queremos e movem nossos desejos Mas já é passado. Um novo capitulo começa a ser escrito. Que sejam firmes as mãos de Gilvan de Pinho Tavares e de Nepomuceno. Alguns jogadores estão indo embora. Que saiam sem rancor. Eles sabem que deram uma contribuição história para que nós mineiros tenhamos o maior orgulho da bola que jogamos.     

Meio de Campo

Estive ontem (7/12) adiantando um pouco do nosso post de hoje, no Programa Meio de Campo, da Rede Minas, com os amigos Geraldão, Roberto Amaral, Rafael e Henrique André.

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