Os primeiros clássicos no Mineirão, a partir de setembro de 1965, foram espetaculares. Não que sejamos saudosistas, mas os shows eram completos. As torcidas divididas chegavam ao delírio. O Cruzeiro tinha um timaço. Conquistou seu primeiro título nacional, em 1966, a Taça Brasil, derrubando o Santos de Pelé. Disputou a Copa Libertadores pela primeira vez e rodava o mundo em excursões históricas, graças aos seus talentos, como Natal, Dirceu Lopes, Piazza, Evaldo, Hilton Oliveira, Raul, Marco Antônio, Zé Carlos e principalmente Tostão. O Atlético fazia o possível para tentar acompanhá-lo. Tinha um time razoável, com a necessidade de contratar jogadores experientes e de qualidade. Foi buscar em Montevidéu, no Uruguai, o lateral Cincunegui que já havia atuado pela Seleção de seu País e que tinha um estilo muito peculiar: a bravura celeste. Para ele, a alma estava na ponta da chuteira. Brigava tanto que havia uma suspeita: será que ele não joga sob efeito de algum medicamento (doping)?. Cincunegui era um gigante.
O lateral uruguaio veio especificamente para anular a peça principal do ataque cruzeirense: Natal. Um ponta que pode ser considerado um dos grandes do Futebol brasileiro e seguramente está entre os três melhores de sua posição na história em Minas. Pela dinâmica em campo. Um estilo que tenta ser copiado por Luan, atacante do Atlético. O ponta era rápido, finalizava bem e jogava sempre em direção ao gol. Foi durante quatro anos titular. Jogou na Seleção Brasileira, Corinthians e encerrou a carreira em clubes do Nordeste do País. Cincunegui para marcá-lo usava todas as ferramentas possíveis. Batia muito, mas Natal escapulia e fazia gols espetaculares, mostrando que os grandes jogadores se postam nos jogos decisivos. “Até machucado eu queria estar presente e conseguia fazer a minha parte”, conta com orgulho.
Em um dos primeiros clássicos contra Cincunegui recorda que depois do jogo (vitória do Cruzeiro por 1 a 0), mesmo com marcas por todo o corpo, consequência da dura marcação do rival, ainda no gramado, disse a Cincunegui que haveria uma festa em sua casa, no bairro Pompéia, para comemorar o resultado e ele estava convidado. Para surpresa de Natal, duas horas depois, o uruguaio chegou, todo sorridente. Natal então foi a sua mãe e lhe disse: “Mãe, é o Cincunegui”. Ela não gostou nada. Correu na cozinha, pegou a vassoura e lhe disse: “Como você tem coragem de vir a minha casa depois do que fez com meu filho. Veja as marcas em seu corpo. Vai embora daqui seu animal”. Cincunegui sorriu e soltou mais uma das suas frases: “Senhora, seu filho está em meu coração”. O coração de dona Nadia ficou ainda maior. A raiva voou e ela abraçou o uruguaio. Começou ali uma amizade que perdura até hoje.
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Hector Carlos de Los Santos Cincunegui. Nos anos 60 não havia exame anti dopping. Corria 18 kilometros por jogo. Melhor lateral esquerdo do Atlético.
ResponderExcluir...que história fantástica....Alex F.
ResponderExcluirAlex,
ResponderExcluirHá cada história que não dá para acreditar. Dá para editar um livro. Grato pela presença no blog e acompanhando meu trabalho
Abraços também para o Silveira. Cincunegui foi um dos maiores da história em sua posição no Galo.
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