sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Por pouco Zico não jogou no Leão do Bonfim


Durante décadas, o Villa Nova, campeão mineiro em 1932, 33, 34, 35 e 51 – seu último grande momento foi à campanha do vice-campeonato, em 1997, quando perdeu a final para o Cruzeiro, no Mineirão, com público recorde de 132.834 mil pessoas – formava suas equipes com jovens promessas de Nova Lima, mais os jogadores saídos do Futebol amador de Belo Horizonte e, ainda, aqueles que não estavam sendo aproveitados no Futebol carioca. Melhor, as promessas para que pudessem ganhar experiência em Minas e, depois, mostrar o futebol no Rio de Janeiro. Os títulos em sequência nos Anos 30 se justificam pela estrutura fornecida pelos ingleses dirigentes da Companhia de Morro Velho, os criadores do Futebol. Um modelo na época. O velho estádio, conhecido com o Alçapão do Bonfim, foi inaugurado em 1930, com capacidade para 10 mil pessoas.


O Villa Nova fazia muito barulho. Quem viveu o Futebol naquela época, como o jornalista Plínio Barreto, Sérgio Ferrara, Tancredo Naves, os irmãos Januário (falecido) e Emanuel Carneiro, os também falecidos Jairo Anatólio Lima e Oswaldo Faria sabem que a sua fama ultrapassou fronteiras. Criou ídolos, como Zezé Procópio, Arizona, Anísio, Vaduca, Perácio, Escurinho, Lito e outros. Luizinho não entra na lista, porque o zagueiro jogou  pouco tempo em Nova Lima e foi para o Atlético. Está registrado na história que apenas os mais valentes e com uma bola muito refinada derrubaram o Leão em seu terreiro. Isso faz tempo.




Jogar no Villa Nova era importante para ganhar cancha e, em 1971, o Leão precisava de um centro-avante. Como não conseguiu em Minas, o então diretor de Futebol, Jairo Gomes (depois foi presidente em várias administrações) ligou para o técnico Yustrich,  do Flamengo, solicitando um homem gol. Jairo estava ao lado de José de Lima Mattos. E o técnico, que foi goleiro do Flamengo nos Anos 30, falou: “Aqui tem um menino que joga muito. É irmão do Edu e do Antunes. Vai ser craque. Só que é franzino. Seria interessante aprender um pouco com vocês aí. Se desejar, ele vai amanhã. O presidente André Richer está aqui ao meu lado. Um momento”. Richer aprovou e a decisão ficou com o Villa Nova. José de Lima Mattos vetou. “Não, não conheço homem gol franzino. Quero um jogador parrudo, que aguenta levar pancadas”. Yustrich então disse que mandaria Rosário, um negro forte, de 1,85 m de altura. Ele veio, jogou duas partidas, muito mal, perdeu pênalti e a torcida caiu de pau. Com 40 dias foi embora. Yustrich não perdeu a oportunidade: “Eu avisei, mas vocês queriam um parrudo. É isso aí. O menino está aqui, mas agora o Flamengo não o libera mais”. 





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