Nos anos 70, o Futebol mineiro estava em alta como agora. O Cruzeiro campeão da Copa Libertadores de 1976, primeiro título internacional de Minas; vários jogadores nas listas da Seleção Brasileira, entre eles, Piazza, Marcelo, Reinaldo, Cerezo etc; a cada clássico quebrávamos o recorde de público no Mineirão, sempre com mais de 100 mil pessoas, o estádio vivendo a sua infância, já que foi inaugurado em 1965 e a rivalidade entre Atlético e Cruzeiro bem posta. Um espetáculo a parte no Gigante da Pampulha, com as torcidas divididas. O América começava a ficar em segundo plano. Os clubes buscavam no Rio, as revelações para que pudessem ser aproveitadas e algumas gratas surpresas, como Erivélto Martins, revelado pelo Fluminense, onde jogou de 1973 a 78. Era um armador habilidoso. Conta que jogou também como volante. Foi dois anos da base da Seleção Brasileira e inclusive disputou o Pré-Olímpico de 1976. Depois do Cruzeiro foi durante quatro anos jogador do Villa Nova, de Nova Lima. Agora tenta se fixar como técnico. Já dirigiu o Funorte, de Montes Claros. Vive em Belo Horizonte, com sua família, no bairro Luxemburgo.
O que não falta para Erivélto são as histórias do Futebol. Encontra sempre com os velhos amigos da bola e destaca que ouve cada uma que não dá para entender: “São tantas que a gente fica imaginando como foi possível aprontar tanto”. Para ele, uma das melhores aconteceu no final dos Anos 70, numa semana de clássico. A maioria dos jogadores morava em hotéis no Centro da cidade ou apartamentos no Barro Preto. E as concentrações começavam na Toca da Raposa, às sextas-feiras. Os jogadores, depois do treinamento, eram liberados e aproveitavam a última noite, passando por vários bares da cidade, comandados por Joãozinho, Mariano, Ozires, Mauro, Palhinha, Moraes, Darci Menezes, Raul e Luiz Antônio. Os que tinham carro levavam aqueles que gostavam de uma noite. O grupo, segundo ele, tinha até 15 companheiros. Todos unidos.
Eles começaram a noite pelo bairro Santo Antônio. Quando observaram que estavam sendo muito olhados e que aquilo poderia dar problemas, foram para outro bar próximo. Depois, já passando das 1h da manhã (tinha de recolher às 23h, mas o porteiro não criava casos, porque todos chegavam juntos), decidiram ir para próximo ao mercado, na rua Guarani. Foi lá que alguém viu próximo ao mercado o que para eles era um cachorro atravessando a rua. Um gritou: “Vamos levar para a Toca”. Seria genial, já que a torcida do Cruzeiro chamava a do Atlético de Cachorrada e a do Galo respondia gritando Vanderleia, já que Raul usava uma camisa amarela e para os torcedores rivais era a imagem da cantora que fazia muito sucesso na Jovem Guarda. Eram três carros. O que estava mais a frente parou e desceu um jogador. Erivélto acha que poderia ser Joãozinho, para pegar o animal, que seria solto no gramado do Mineirão, quando a torcida celeste começasse a gritar cachorrada. Só que ao chegar próximo, já baixando para pegar o cachorro, Joãozinho deu o alerta: “É um rato, vamos embora!”.
(Na próxima sexta-feira o complemento desta noitada. Vale a pena saber o que aconteceu).
(Na próxima sexta-feira o complemento desta noitada. Vale a pena saber o que aconteceu).