domingo, 16 de novembro de 2014

Uma nova Seleção Brasileira


Não há dúvidas de que estamos vivendo uma nova era na Seleção Brasileira, com resultados que impressionam. Fizemos 12 gols e não levamos nenhum em cinco jogos. Não se pode dizer que não enfrentamos qualquer um. No caminho tivemos a Argentina, em Pequim, e vencemos por 2 a 0, gols de Tardelli. Na terça-feira (18/11), a Seleção faz o sexto jogo pós Copa do Mundo, contra a Áustria, em Viena e segue firme a preparação para as Eliminatórias de 2018, a partir do próximo ano. O retorno de Dunga não poderia ter sido melhor. Trouxe no currículo os números da passagem anterior: quase 77% de aproveitamento - a melhor marca dos últimos três treinadores que passaram pela Seleção desde o penta de 2002 (Parreira, Mano Menezes e Luis Felipe Scolari).  O número impressiona mais se voltarmos um pouco mais no tempo: dos últimos 11 treinadores da Seleção - desde Sebastião Lazaroni, em 1989 -  Dunga é o terceiro melhor colocado em relação ao aproveitamento de pontos. Está atrás apenas de Zagallo (1994 a 1998), que conquistou 80,2% dos pontos, e Felipão, 77,3%, na primeira passagem. Os números são superiores aos de Parreira (69,5% no primeiro trabalho), Luxemburgo (69,6%), Leão (48,5%) e Lazaroni (71,4%). E agora nos cinco amistosos, com chances de fechar 2014, com chave de ouro, diante da Áustria?  Ele massacra, com 100% de aproveitamento.

Que fenômeno é este? Não houve milagre. O Brasil tinha a obrigação de mostrar para o Mundo que o fracasso no Mundial, com aquelas duas últimas derrotas, não gosto de escrever sobre os 7 a 1, foi uma nuvem passageira. Nem tanto, porque estávamos em baixa há mais de uma década. Mas não precisava de tanta humilhação. Dunga trouxe outro astral para o grupo, apesar de sua imagem de poucos amigos. A relação com a imprensa demonstra que será mais uma vez com turbulências. Mas os jogadores necessitados, também de auto afirmação, entenderam as palavras do técnico, houve o casamento perfeito e o Brasil dentro de campo apresenta um novo padrão, nada espetacular, mas com consistência. Uma defesa consolidada; um meio campo que marca e dá assistências, faz realmente o jogo e, ainda, um ataque que dispensa comentários. Estamos vivendo um novo tempo. Ainda não é aquele futebol que encantava o mundo, nos falta qualidade, para termos alegria e genialidade no toque de bola, mas há consistência. 

Apesar dos resultados, nosso produto continua em baixa. Nenhum jogador brasileiro pós Copa conseguiu uma transferência para um time top do mundo. Contudo o zagueiro David Luiz hoje já não é visto como um zagueiro trapalhão como falou Mourinho pelo que conviveram no Chelsea; os defensores defendem, sem a preocupação tanto de ser uma solução na frente, como destacou Belletti no Sportv; Neymar está mais alegre e há as boas surpresas. Vejam a lista - já temos até lista: os goleiros Rafael Cabral e Diego Alves; o zagueiro Miranda; o lateral Filipe Luís, a alegria de Willian para jogar e muito mais. É este o Brasil que desejamos, mesmo que com Dunga. Não pelos números do técnico, mas pela arrogância de que no futebol ele é soberano. E não é assim. Há muitos sábios e precisamos sempre aprender com eles. Estamos hoje no ensino médio. Outros, fazendo o mestrado da bola.





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