terça-feira, 18 de novembro de 2014

Levir Culpi, agora líder


Quando Levir Culpi chegou para comandar o Galo, em abril, para o lugar de Paulo Autuori, encontrou o Galo fervendo.  Não vinha bem na Copa Libertadores – o time havia perdido o jogo de ida das oitavas de final para o Nacional de Medellin, por 1 a 0 – e o presidente Alexandre Kalil agiu rápido, surpreendendo os jogadores, que esperavam a sequência do trabalho de Autuori. Naturalmente houve uma rejeição, porque o que não agrada corre de boca em boca no Futebol, como praga.  O técnico chegava para arrumar a casa, com dois respaldos: o passado de 30 anos no Futebol e a amizade com os dirigentes do Galo: o presidente e o diretor, Eduardo Maluf. O golpe veio dias depois, com a eliminação, no jogo de volta, contra os colombianos, empate por 1 a 1, no Independência. O clima ficou tenso.

Alguns jogadores confirmaram que o técnico não duraria nem até a paralisação para a Copa do Mundo, porque demonstrava estar distante da realidade do Futebol brasileiro e devido a incoerência nas palavras. A verdade de hoje era contestada amanhã. Eles ficaram perdidos. O time conseguiu uma vitória importante por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, na primeira fase do Brasileiro; o técnico foi obrigado a dar oportunidades para alguns jogadores que já se julgavam fora dos planos (houve muitas contusões e chinelinhos) e quando publiquei aqui, no dia 6 de maio, que “Já colocaram Levir na gangorra¨”, ele conseguiu, a partir daquele momento, não em função do divulgado, mas pelas necessidades de melhorar o ambiente, uma de suas especialidades, a mudar o horizonte do Atlético. Foi um processo lento, porque até agosto não havia perspectivas de sucesso. Veio à conquista da Repoca. Ronaldinho Gaúcho foi embora, por atrito com o técnico; a linha “dura” foi sendo implantada e, ainda, foi dada a liberdade para que nos jogos em Belo Horizonte, os jogadores pudessem ficar em casa, sendo eliminada a concentração. Sinal de confiança.

O técnico, depois de dizer que tinha de armar o time durante os treinamentos, seguiu firme no trabalho, com muitas conversas e demonstrando humildade. Jamais era o foco.  Foi ganhando confiança do grupo, que sentiu sua sensibilidade e competência, e o Galo cresceu. Nem mesmo a dispensa de Jô, André e Emerson Conceição trouxe consequências. Veio a harmonia, também pela estabilidade dentro de campo. As respostas fortaleceram ainda mais quem faz parte do trabalho diário. Victor e Pierre já citaram o nome do técnico em entrevistas. Outros, não.  Preferem não manifestar, mas com o sentimento de um por todos, todos por um. A condição de líder caiu naturalmente para Levir, agora respeitado e querido. Tanto que se perguntar a qualquer um quem, quem deve ser o técnico do Galo em 2015, a resposta virá de imediato: Levir Culpi.





4 comentários:

  1. Vamos ganhar com mixtão. Galão da massa.

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  2. Discordo em parte. Aconteceram sim evoluções no time mas não por mérito total do treinador e sim pelas circunstâncias. Ele insistiu com o Conceição e o André até o primeiro se machucar e o segundo sair com indisciplina. Ele colocou este Edi Carlos de capitão. Meu Deus que horror. O problema é que a bola bateu nele contra o Corinthians e ele está curtindo os louros ainda. Os vícios continuam os mesmos nas substituições. A sorte é que o grupo encaixou a partir daquela vitória contra o Cruzeiro. O próprio treinador, depois do jogo contra o Flamengo disse que foi a torcida quem treinou o time. Nisso temos que admitir que foi humilde e agiu com grandeza, além de aspectos extra campo, como o fim da concentração. Houve evolução pois não havia alguém no mercado capaz de manter a nuvem deixada pelo CUCA, mas erros de escolhas nos tiraram a condição de estar brigando pelo título.

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  3. O Levir e a comissão técnica estão de parabéns. Ninguém é perfeito e não é fácil realizar o que esta comissão técnica do Atlético conseguiu no segundo semestre de 2014.

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  4. O Levir já está negociando a reforma do contrato. Justo pelo o que ele fez a partir de agosto, apesar de cometer seus erros. Mas o saldo é positivo. Fez o que a torcida queria: um time que entra para vencer. Não é ainda como o de 2012 e 13, mas ao lado do Cruzeiro é o que há de melhor no País.

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