Não posso entender a presença de Dunga na Seleção como uma decisão correta. A opção número 1 teria de ser um técnico estrangeiro de ponta. Competência comprovada. Afinal, teremos quatro anos para nos preparar visando o Mundial na Rússia. Mas precisamos respeitar, sem aquela admiração de encanto, alguns fatos que levam hoje o Brasil para um novo patamar dentro das quatro linhas. Os jogadores estão jogando com uma maior empolgação, sem tanto teatro, discursos e sim uma maior objetividade, sem termos ainda um padrão que será determinante para a evolução. Tudo por falta de uma melhor qualidade. O prático por enquanto é a fixação de um time sem um centro avante fixo, que tem dado certo com Neymar e Tardelli mais a frente. Mas há muito para ser feito. Não espero nada de extraordinário partindo de Dunga, que tem de ser respeitado pelo seu caráter, mas pela sua formação dentro de campo, sempre com truculência, fica difícil entender que tenha a capacidade de ensinar. Mas mandar é com ele mesmo.
Dunga mudou o ambiente na Seleção, agora sem privilégios e no primeiro ato de indisciplina público, não mediu consequência e dispensou Maicon, um dos seus jogadores de confiança. O que se sabe é que foi uma indisciplina. Jogadores liberados após o jogo, com a determinação para o retorno ao hotel às 23 horas e ele voltou no outro dia, não se sabe se depois do meio dia, e em quais condições. Ainda pode ter tido algum problema como cidadão com as leis nos EUA. Até agradeceu a CBF por não ter divulgado realmente o que aconteceu. Só que não foi atitude de pessoa normal. Muito menos de santo. Ficou a lição para os demais. Para alguns nem era preciso, porque sabem perfeitamente o que é atleta profissional, mas há aquela parcela que precisa entender que nem nos clubes deveriam ter o comportamento de viver a vida. Vocês sabem perfeitamente qual a forma adequada de se portar para quem faz do corpo, da mente e do talento a sua obra.
Outra precisão foi não ter dado os privilégios exigidos pelos clubes para a liberação de jogadores que seriam convocados, já são informados ou consultados antes das convocações. Claro que em prejuízo de uma competição. São Paulo, devido à situação no Campeonato Brasileiro – luta por uma das vagas para a Libertadores e ainda na Copa Sul-Americana-; Cruzeiro, no Brasileiro e Copa do Brasil; Atlético, Botafogo, Santos e Corinthians, nas mesmas situações, tentaram manobras e não foram bem sucedidos. É incrível este mundo da bola. Os clubes reclamam quando seus jogadores não são convocados, já que naturalmente é um produto a ser valorizado e quando são lembrados, contestam pelo prejuízo técnico as suas equipes.
O certo seria no período de treinamentos e jogos da Seleção, que as competições, envolvendo os convocados fossem paralisadas, para o bem do futebol. Há um espaço no calendário, mesmo que ele seja enxuto, como estão pedindo os profissionais da bola, com a disputa de no máximo 60 jogos por temporada.
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