Perdendo para ele mesmo

O Cruzeiro começou a dar mole.  São estas as palavras que melhor se aproximam do momento celeste, depois de duas derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, fato anormal na sua trajetória de 2014, na competição. Pior é se complicar também diante do Vitória, em Salvador. Se antes podíamos cravar que seria mais um jogo para impor sua força e voltar com os três pontos, agora há dúvidas. A derrota por 1 a 0 para o Corinthians e depois o tropeço diante do Flamengo (3 a 0), com muitas falhas individuais, tiraram do time aquele poder imbatível. Perder para o Corinthians até vai lá, mas para o Flamengo foi duro. Assustou. Entendo que é a consequência do esforço inicial, um ritmo forte que é impossível seguir até a 38ª rodada. Mas há um detalhe que lhe fortalece: a vantagem de seis pontos diante do segundo colocado, o Internacional e o fato de que os times que vêm a seguir na classificação não assustam pelo que estão jogando. Não existe um adversário para ameaçar o líder.

Postei várias vezes a certeza de que o Cruzeiro pode mandar fazer as faixas. Fica claro que se perder para o Vitória, a pressão aumentará. Mesmo que possa manter os seis pontos de vantagem. É possível porque o Internacional não terá vida fácil diante do Corinthians. Há ainda muitos confrontos diretos. Contudo, um time campeão não pode perder três seguidas na reta final. É entregar o ouro para o bandido e o Cruzeiro, todos sabem, apesar da força que está sendo feita em outros Estados para que apareça um outro candidato ao título, só perde o primeiro lugar para ele mesmo. E Futebol como o de ontem, no Maracanã, mesmo com desfalques, não voltará a produzir.

Galo

O Atlético repetiu a dose no Independência e passou pelo São Paulo. Vantagem mínima, mas o suficiente para voltar entre os quatro primeiros. Não é aquele futebol que entusiasma, também pela ausência de peças importantes. Contudo os outros enfrentam problemas, não conseguem a regularidade e o Galo sobe em casa. Este é o diferencial. Com as vitórias no Horto e os empates como visitante, os pontos virão. Como falei ontem, no Programa Meio de Campo, da Rede Minas, quem sabe na reta final - cinco últimos jogos  - será o principal adversário do time celeste. É muito possível.

América

Parabéns ao América por mais uma vitória, agora diante da Portuguesa. Tem o direito de sonhar com um dos quatro primeiros lugares, mas sua realidade do momento é outra. Os dez pontos atrás do Joinville, quarto, com 51. Os sete primeiros estão muito consolidados, ao contrário da Série A, onde há um perde e ganha.

                                                                                      Opinião do Torcedor

Não sou profeta e nem pretendo ser. Muito menos ser prepotente ao ponto de descobrir achado. Quem acompanha este espaço sabe minha crítica ao time do Cruzeiro. E o que aconteceu domingo, foi simplesmente o que estamos alertando há algum tempo.

O time celeste cedeu a vitória ao Flamengo. Sim cedeu a vitória ao time fraco tecnicamente, que possui simplesmente muita raça e um técnico competente. E mesmo assim o Cruzeiro não teve a competência de conquistar uma vitória. O elenco não é o melhor do país, nunca foi, somos reféns de um esquema tático cansado e desgastado. E quando se tenta algo novo, impressionante, parece que os jogadores se conheceram no vestiário, tamanha a falta de entrosamento.

Vários jogadores estão abaixo de seus desempenhos físicos e técnicos, como Dedé que nunca jogou, Henrique, Lucas, Moreno, William, Marlone, Marquinhos, Dagoberto entre outros. A dependência de Ricardo Goulart e Éverton, a cada dia fica mais nítida, era esperada uma queda, mas não tão assustadora como está. É preciso acordar, é preciso rever conceitos. Que a euforia possa dar lugar ao trabalho e concentração. Não que todo o trabalho seja jogado no lixo, mas para um campeão brasileiro, é complicado ficar na dependência de 2 jogadores. E impressionante ninguém quer ser campeão brasileiro, ninguém consegue se aproximar do Cruzeiro.   

Frederico Augusto

Nosso Atlético mostrou a sua força no Horto e retorna ao G4. Quebrou a sequência de perde ganha que alimentou durante grande parte do campeonato e que acreditei ir até o final. Mas o mais descrente dos atleticanos queria esta vitória, mesmo favorecendo o rival. Atribuo esta colocação a entrega dos jogadores, mesmo limitados e a repetição do esquema com apenas um volante de contenção. O ideal é que no futuro tenhamos 4 meias com virtudes de marcação e com passe, aqueles em diagonal que R10 deixou como legado e Guilherme foi o melhor aluno. Se somarmos a isso termos dois jogadores agudos de lado de campo, os resultados aparecerão. Com isso poderemos até reduzir a subida dos laterais e consolidar um esquema forte, tanto na defesa, quanto no ataque. Com o nível apresentado pelos seis primeiros colocados é possível chegar e se o rival continuar presenteando os adversários, quem sabe. Volte logo Leo Silva, o Galo precisa de você nessa reta final.

Mauro Fernandes