Dunga, a pior das escolhas

Caso se confirme na próxima terça-feira (22/7), às 11h, Dunga como o novo técnico da Seleção Brasileira, para comandar o processo de recuperação, o pior dos 100 anos da Seleção, pode-se dizer, com segurança absoluta, que é a maior das agressões à história do Futebol brasileiro. Será a segunda oportunidade a um profissional que tem história como jogador, símbolo de raça, vejam bem, raça, jamais pela técnica, e que como treinador foi uma decepção, com apenas a Copa das Confederações no currículo, portanto, nada. Tem uma das maiores rejeições por fatos concretos. Em suas mãos, a Seleção não acertou. Foram quatro anos tentando encontrar o caminho e o destino o levou a queda nas quartas de final do Mundial de 2010, na África do Sul, diante da Holanda. A exemplo de Scolari tentou formar a sua família, convocando os jogadores que admirava e eram obedientes, sua máxima. Não deixou saudade. Para complicar, deu as costas para dois dos maiores talentos do Futebol brasileiro: Neymar e Ganso. Eles poderiam ter adquirido uma experiência para que em 2014 pudessem dar uma contribuição história, graças ao talento. Ganso sentiu tanto que até hoje não consegue encontrar os seus passos.  

Acompanho o dia a dia do Futebol, desde 1967, quando fiz a primeira cobertura: Siderúrgica x Atlético, em Sabará, pelo Campeonato Mineiro Juvenil. Sou testemunha de esquemas que levaram o Futebol brasileiro ao seu mais triste momento, sem perspectivas. O torcedor também sabe. Não por acaso protesta na arquibancada. Quantos já foram chamados de ladrões? Como brasileiro e cronista, a exemplo de muitos outros comunicadores, há mais de um ano escrevi que o Brasil não iria conseguir dar a alegria desejada no Mundial, por uma razão simples. Nosso futebol é de segunda categoria e estava muito mal elaborado por uma Comissão Técnica ultrapassada. Ela falava em favoritismo, em uma mão na taça e não admitia que temos um futebol que nos proíbe de sonhar. Agora, a CBF está próxima de rejeitar uma opção profissional de competência e de história para prevalecer à política dos bons amigos: Gilmar Rinaldi e Dunga. Portanto, segue o que está registrado em cartório há quase um século. Opção pelo caso. Foram vetados: Tite, por ser amigo de Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, desafeto de Marco Polo Del Nero que assume a presidência a partir de 16 de abril do próximo ano e, ainda, Muricy Ramalho pelo estilo “aqui mando eu”, como ele diz: “sou São Thomé”. Aquele que tem de ver para crer. Outros nomes apareceram na lista dos cotados, Zico, Cuca, Vanderlei Luxemburgo, Abel, depois de serem vetados os estrangeiros,  mas não foram submetidos a uma análise.

Está claro que para recuperar o nosso futebol é necessário um trabalho amplo de toda a nossa base, tudo que se referir a Futebol no País, até o escolar e de várzea; nova mentalidade dos dirigentes e, ainda, o fortalecimento dos clubes. Sem esta engrenagem, adotada em outros países, fica impossível esperar pelos grandes resultados. Apenas por milagres. Como somos parcela neste processo, não tem como fugir de uma afirmação. Já que a opção é por um técnico brasileiro, então que fizesse a escolha por qualquer um dos que estão comandando os 20 times das Séries A ou B, do Brasileiro. Claro que há aventureiros, os professores que fugiram da sala de aula. Mas o Brasil estaria melhor servido. Dunga, quando cair, vai deixar outro estrago sem procedente. Na primeira passagem o legado foi o goleiro Júlio César. Vejam o que estou prevendo, antes mesmo dele assumir.

Para encerrar: seja humilde Dunga. A arrogância está nos envergonhando. Se não acreditar, lhe deixo uma mensagem de Bob Marley: “Seja humilde, pois, até o sol com toda sua grandeza se põe e deixa a lua brilhar”.  Se ficou difícil esta reflexão, lhe mando outra receita: “ Humildade não te faz melhor que ninguém, mas te faz diferente de muitos! “.