A missão agora é sua! Marco Polo Del Nero, presidente da CBF
No desespero ouvimos cada uma durante o Mundial. A maior delas: o Fred iria resolver, especialmente depois da contusão de Neymar. Um pouco antes, por ter sido um dos heróis da conquista da Copa das Confederações, e recebendo criticas como naquela época, foi até cômico quando o camisa 9 disse: “Vocês sabem que na hora certa eu decido”. Nem entrou em campo neste Mundial. Mas não é o culpado. A responsabilidade pelo fracasso ou o maior vexame do nosso Futebol foi de quem não o preparou devidamente para a missão psicológica e técnica. Não podemos mais levar o Futebol com apenas a intuição. Os outros evoluíram e nós caminhamos como no tempo das carroças. Vale destacar que em todos os jogos, tomamos gol, exceto no 0 a 0 contra o México. Se a Copa não fosse no Brasil teríamos saído até na primeira fase, como em 1966.
Os sinais vieram há alguns anos. Não só para o Brasil, mas também para espanhóis. Levaram aqui de 3 a 0 na Copa das Confederações e ficaram arranjando desculpas até a estreia vexatória no Mundial levando de 5 a 1 da Holanda. Já o Brasil, ao optar pelo perfil de Parreira, em 2006, na esperança que ele poderia reeditar 1994, nos Estados Unidos, voltou ao passado da ineficiência. Jamais à grandeza de nossa história. Diante do mal desempenho, foram buscar o aposto: Dunga, especialista da truculência, jamais para comandar uma arte. Com Mano Menezes foi ainda pior. Um tempo jogado fora. Não conseguiu fazer a renovação. Com suas ações, demonstrava estar perdido pela falta de credibilidade. Um currículo de competente e vencedor ele não tinha e ainda não o adquiriu.
Felipão chegou como o salvador, mas com um discurso ultrapassado, esquecendo de que em 2002, também entrou em uma fogueira, com chamas altas, mas havia talentos. Ronaldo Fenômeno, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho com a capacidade para produzir o futebol de vencedor incontestável. Foi o nosso último grande momento como favoritos, apesar de muitos considerar que em 1982, quando perdemos por 3 a 2 para a Itália, com um futebol que era show, fomos sepultados. Depois chegou a era do esforço e de raros gênios.
Os 7 a 1 confirmam todas as nossas mazelas e ainda encontramos personagens querendo arranjar desculpas, como Scolari ao afirmar que a bola não quis entrar para o Brasil. Não acreditem. Estamos realmente na parte de baixo do Futebol Mundial. Em 1950 vivemos um quadro ainda mais catastrófico já que a derrota foi na finalíssima, mas numa época em que o Futebol não tinha a dimensão atual. Tanto que algumas Seleções nem vieram ao Brasil por falta de recursos financeiros. Oito anos depois, a resposta veio com a glória do primeiro título, alcançado na Suécia. Agora são quatro anos para nos encontrar. Não é hora de correr atrás dos “culpados” como fizeram em 1950, com o Barbosa, 1966 com o técnico Vicente Feola, 1982, com os mineiros, especialmente Luizinho, 1990, com o técnico Lazaroni e na chamada Era Dunga. Que vergonha. E daí por diante.
Agora, nem este vexame é capaz de nos levar a traumas. O Brasil atingiu uma maturidade para saber julgar todas as situações. Agora, com apenas o sentimento da derrota. Nosso compromisso é recuperar a autoestima. Depois, a arte. Mas que sejamos honestos. Chega de esquemas.
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